O golpe Bolsonaro – a guerra como instrumento de sustentação

Por Afonso Sousa (*)

Por certo, a guerra é caracterizada por algo opressivo e pela lógica da eliminação através da rivalidade e da indiferença – é matar ou morrer. Evidentemente, ações e atos de indivíduos por meio de um individualismo idealizado corrompe o imaginário coletivo por meio de pressuposto de classificação, de ordenação e de naturalização em relação ao não comum com a negação do direito a ter direito – o elemento subjetivo da eliminação ou da adequação à certas normas sociais padronizadas, além da essência do individualismo do devir a ser. Ou seja, pessoas potencializam esses processos com o discurso público da aparência em relação a negação do outro em sua própria dimensão existencial.

Nesse sentido, o próprio ser Bolsonaro – falo aqui de seus conjuntos representativos – se sustenta pelo sistema da guerra de pensamento, de valores, de ato histórico e de seus produtos históricos. Isso porque, a lógica da guerra é usada no seu sentido mais bruto para classificar, ordenar e matar, além de corroer instituições e pessoas. Certamente, a lógica vencedora é aquela que eliminar o pensamento coletivo e qualquer outro pensamento indesejado por meio da guerra cultural com base na centralização e na seleção de aspectos. Portanto, a projeção real de mais de 600 mil mortos e ações negacionistas são exemplos da naturalização da maldade e nem mesmo um genocídio passa a ser questionado por alguns muitos ” – levantam-se a todo custo fragilidades democráticas e de vivência construídas pela desinformação e pela manipulação de mentiras.

Projeta-se aspectos culturais de extremismos e junções coletivas de rivalidades e de indiferenças capazes de essencializar  a punição real de minorias e de qualquer outro grupo incapaz de satisfazer as vontades da normalidade, dos valores morais e dos bons costumes abstraindo-se a própria razão e ordenamento lógico em contexto social . Bolsonaro é o próprio golpe e se sustenta através da guerra cultural que sempre vai buscar matéria prima na existência dos diferentes, dos coletivos e da consciência que se nega a esse processo…

(…) A extensão dessa guerra foi construída e chegou a um processo de eliminação cultural.

(*) Afonso Sousa é militante do PT de São Julião-PI


(**) Textos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da tendência Articulação de Esquerda ou do Página 13.

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