Orientação Militante N°467 (20 de junho de 2025)

Boletim interno da Direção Nacional da

tendência petista Articulação de Esquerda

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1/Faltam quantos dias?

No dia 20 de junho de 2025, faltam 16 dias para o PED.

2/Tarefas para a reta final

Nos dias que faltam, temos agendas nacionais em Belém do Pará, Abaetetuba, Campo Grande, Manaus, Natal, Belo Horizonte, Ribeirão das Neves e São Paulo.

Teremos também uma plenária de boca de urna (nacional e virtual) no dia 3 de julho.

Em cada estado e município, temos inúmeras agendas.

E cada militante deve dedicar os próximos dias a fazer contatos individuais e pessoais, assim como divulgar a respectiva “colinha” nas redes sociais.

3/Materiais para divulgar

Na pagina13.org.br estão disponíveis materiais de campanha. Mas a “colinha” deve ser feita em cada munícipio e estado. Mas atenção: a cédula nacional de votação começa com presidente e chapa nacional, depois presidente e chapa estadual, depois presidente e chapa municipal, terminando (quando existe) com presidente e chapa zonal.

4/Sobre a grande mídia

Os grandes meios (TVs, rádios, jornais e revistas) não estão abrindo espaço para entrevistas com todas as candidaturas. Geralmente tem dado espaço apenas para a candidatura de Edinho Silva. Isso vale inclusive para revistas ditas progressistas como a Carta Capital. Um dos motivos para isto é simples: eles têm lado. E, além disso, há uma operação política feita por parte de pessoas bem situadas no governo, para que se abra espaço. Vamos lembrar que a candidatura Edinho tem uma estrutura profissional de campanha, que inclui três assessores que viajam com ele, pagos não sabemos por quem.

5/Orientação política

Também no www.pagina13.org.br estão disponíveis inúmeros textos com orientação política, por exemplo sobre o tema da guerra, sobre o tema da taxa de juros e sobre os vetos.

No caso dos juros, está evidente que o Galípolo dá continuidade e aprofunda a política de Roberto Campos Neto. O governo indicou para presidente do Banco Central alguém ligado ao capital financeiro. É importante dizer que isto não aconteceu por erro: trata-se de uma decorrência da política de conciliação com a Faria Lima. Do que adiantou isso? Nada, absolutamente nada. Como temos dito, ganhamos mais enfrentando do que conciliando com esta gente.

Outro exemplo de como é errada a política de conciliação foi na votação dos vetos: muitos parlamentares da chamada base votaram pela derrubada dos vetos do presidente Lula. Ou seja: ocupam ministérios, se beneficiam do fato de serem governo mas votam contra o governo. E já avisaram que estarão com outra candidatura em 2026.

6/Enganaram nossa bancada

Outro exemplo de como é desastrosa a política de conciliação é a confusão em torno da votação de um dos vetos.

Sobre esta confusão, a ministra Gleisi Hoffmann divulgou no dia 19 de junho a seguinte nota:

“A Secretaria de Relações Institucionais esclarece que o governo propôs um acordo para sobrestar todos os vetos ao projeto 576/21, conhecido por Eólicas Offshore, e negociar um texto alternativo por meio de Medida Provisória. Não havendo aval no Congresso Nacional para este acordo, acertamos em derrubar o veto relativo ao item do Proinfa, em uma negociação para manter os demais vetos desta matéria e de uma lista de outros 213 itens vetados de vários Projetos. Essas negociações são necessárias, dada a correlação de forças no Congresso Nacional. No caso específico desse projeto, fomos surpreendidos com a inclusão, de última hora, de outros dispositivos, como PCHs, eólicas no RS, usina a hidrogênio no NE e relicitação de térmicas. E fomos informados pela Liderança de Governo que a inclusão destes dispositivos condicionava o acordo em relação a totalidade daquele veto e aos demais vetos presidenciais sobre questões igualmente relevantes. Diante desse quadro, em conversa com o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, ajustamos o envio de Medida Provisória para revisar esses pontos, de forma a garantir menor impacto sobre o preço da energia aos consumidores. Foi nesse contexto que o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, encaminhou a favor da derrubada dos vetos, e nossa base votou com essa orientação, mesmo sendo contra os dispositivos. A MP deverá seguir ao Congresso na próxima semana”.

Ou seja: o próprio governo indicou voto a favor da derrubada do veto, na expectativa de ter o apoio para uma MP que ainda vai ser enviada ao Congresso. O detalhe é que o senador Raldolfe NÃO votou pela derrubada do veto. Por qual motivo? Tem gente achando que ele não votou naquilo que ele mesmo negociou, porque foi uma negociação péssima, prejudicial ao povo brasileiro, ao governo e ao PT. A bancada do PT ficou com o ônus de ter derrubado um veto do presidente, sem saber do acordo que havia sido feito pelo líder Randolfe. E o líder parece ter negociado muito mais do que o governo havia orientado. E, além disso, não informou o líder da bancada do Partido.

Em nota, o “líder” Randolfe disse que “O eventual impacto na conta de luz dos brasileiros será objeto de uma Medida Provisória que o governo vai editar e encaminhar ao Congresso para equalizar e garantir que não haja nenhum impacto na conta de luz dos brasileiros”. Ou seja: ao invés de denunciarmos que a direita causou impacto na conta de luz, nosso “líder” nos compromete com isso e ainda fala em “eventual impacto”. E quem se beneficiou com a derrubada dos vetos? Por exemplo, as empresas que tem eólicas.

7/Golpismo

Durante a semana, a nossa chapa e candidatura nacional foram alvo de dois golpes. O primeiro golpe foi a tentativa de nos tirar da Comissão Organizadora Eleitoral. O golpe não deu certo porque o regulamento do PED prevê que todas as chapas estejam representadas na COE. O segundo golpe foi nos retirar da Câmara de Recursos.

A companheira Natália Sena denunciou o golpe da seguinte forma:

“Informo que acabei de ser substituída na Câmara de recursos, na qual estou há 6 anos. A substituição foi feita através de carta assinada por Demetrius (Novo Rumo) e Tadeu (EPS). Não falaram comigo antes. Do ponto de vista regimental, é uma substituição aparentemente regular, não tenho nada a questionar, salvo o pretexto esdrúxulo que fala da continuidade da condução ética, quando todos sabem que a mudança visa tentar compor uma maioria na Câmara para descumprir o regulamento. E do ponto de vista prático, como decidimos ontem na CEN que nada que a Câmara de Recursos decida será terminativo, não faz diferença. Mas o fato é que os dois apoiam Edinho. E com essa substituição, a chapa que represento e a candidatura que defendo ficam excluídas de representação na Câmara de Recursos. Do ponto de vista da legalidade interna, se trata de mais um capítulo do casuísmo que está em curso no julgamento dos recursos. Só lamento que diante da grave situação política mundial, nacional e do nosso governo, nossas instâncias não dediquem um minuto sequer ao debate político. E registro que esse método que tenta esmagar a divergência interna é covarde e ineficaz”.

Este texto da Natália Sena foi distribuído no grupo de zap do Diretório Nacional. Uma dirigente ligada a EPS respondeu o seguinte:

“Pô, @~Natália Sena , a gente passou o mandato todo sendo excluído até das falas no Diretório. Nem por isso dissemos que vocês queriam burlar qualquer regra partidária. É um pré julgamento seu que não vamos vestir pq não nos cabe. Apenas queremos estar representados, como não estivemos no seu longo mandato de câmara, gte, etc…E para seu conhecimento… a gente nem falou com Edinho sobre isso. Desconhecemos qualquer interesse específico dele nos assuntos da Câmara. Apoiamos ele para ser o próximo presidente, mas ele não é da nossa força, nem da nossa chapa. Se tiveres algum interesse específico na pauta, dá o toque no privado que conversamos. Quem sabe nos entendemos nessa reta final de gestão”.

Natália Sena respondeu o seguinte:

“Vocês passaram a gestão toda ocupando uma secretaria na executiva nacional (negociado diretamente com a CNB, não na chapa). Isso não é ser excluído. Além do mais, nunca pediram para participar da Câmara, nem antes nem agora. E aí fazem isso unilateralmente faltando 17 dias para o Ped? Óbvio que querem prestar serviço a alguém. A quem, o resultado dos julgamentos dirá”.

Importante destacar o seguinte: a chapa de 2019 era composta por AE, EPS, Novo Rumo e outros setores. A chapa de 2019 elegeu 10 integrantes no DN. A AE sozinha era metade da chapa e ficou com 5 integrantes no DN. Acontece que a chapa foi inscrita por três pessoas: uma da AE, uma da EPS e uma do Novo Rumo. O que quer dizer o seguinte: desde 2019 até agora, EPS e Novo Rumo poderiam ter substituído a representação da chapa na Câmara de Recursos. Só fizeram isto agora? Por qual motivo? Obviamente para favorecer alguém.

8/Sobre Tocantins

A Dnae recebeu uma mensagem assinada por quatro pessoas, informando que não apoiarão a chapa estadual e a candidatura a presidente estadual deliberada pela AE Tocantins. Informamos que neste caso será adotado o mesmo procedimento que já foi implementado no caso da Bahia, a saber: quem não apoia as decisões adotadas pelas instâncias da AE não é militante da AE.

9/Sobre Edinho

Informamos que até o dia 20 de junho, o presidente Humberto Costa não respondeu a solicitação que enviamos para ele, acerca dos mais de 150 mil reais que o DM de Araraquara gastou impulsionando propaganda da candidatura de Edinho Silva. Ressaltamos que num debate entre presidentes, o referido Edinho Silva disse já ter prestado os devidos esclarecimentos. Como se pode constatar, tem algo de errado nesta história. A seguir a íntegra da mensagem:

Companheiro Humberto Costa, boa noite. Acabou de terminar o debate entre os candidatos à presidência nacional do PT, em Porto Alegre (RS). Neste debate eu cobrei do companheiro Edinho informações sobre os anúncios da candidatura Edinho pagos pelo DM de Araraquara. Este cobrança foi feita, no dia 15 de abril, em carta dirigida a você presidente nacional do Partido. A resposta do companheiro Edinho foi, entre outras coisas, que já havia prestado os devidos esclarecimentos à direção do Partido. Gostaria, na condição de membro da direção, de candidato e de autor da carta solicitando informações a respeito, que voce presidente Humberto nos informasse quais foram os esclarecimentos dados pelo companheiro Edinho quanto ao tema impulsionamento de anúncios da campanha dele, usando o CNPJ do DM de Araraquara, em valor total que segundo a Meta girou ao redor de 150 mil reais. Destaco que a declaração de Edinho foi dada durante o debate, portanto está disponíveis nas redes sociais. Atenciosamente, no aguardo, saudações petistas, Valter Pomar, 13 de junho de 2025. Depois de receber esta mensagem, o Humberto Costa pediu para formalizarmos novamente o pedido original, nós o fizemos imediatamente e até agora nada, absolutamente nada aconteceu.

10/Sobre Quaquá

Informamos que até o dia 20 de junho, o secretário-geral nacional do PT, companheiro Henrique Fontana, segue sem pautar na Comissão Executiva Nacional os pedidos de comissão de ética contra o Washington Quaquá. Isso apesar de um desses pedidos ser de 2021 e isso apesar de haver decisão do DN, aprovada em dezembro de 2024, determinado que o assunto fosse pautado. Como se constata, o companheiro Henrique Fontana merece ser chamado de prevaricador. Ressalte-se que não estamos pedindo que ele vote a favor da comissão de ética. Apenas estamos pedindo que ele paute o assunto na CEN.

11/Agenda

11 e 12/10: 12° Conferência Nacional Sindical da AE

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