Os 8 integrantes do “Centrãozinho” infiltrado no PT

Por Valter Pomar (*)

Mais escandaloso do que doze petistas votarem na PEC das prerrogativas é o fato de oito petistas terem ajudado a aprovar o voto secreto.

Para quem não sabe, o voto secreto foi inicialmente derrubado, mas depois foi restaurado numa manobra dirigida diretamente por Hugo Motta (aquele que era tido como confiável por alguns).

Os doze petistas que votaram na PEC agiram de forma inaceitável, mas seu voto não decidiu o resulado final.

Já os oito votos de petistas foram decisivos para aprovar “o voto secreto nas votações para abertura de processos criminais”.

Para que o voto secreto fosse aprovado, eram necessários 308 votos.

A proposta passou por 314 votos contra 168.

Se os oito petistas não tivessem votado a favor, a proposta teria recebido 314 menos 8 igual a 306 votos e não teria sido aprovada.

Detalhe curioso: dos 8 petistas, 6 eram parte dos 12 que haviam votado originalmente na PEC.

Aqui está a lista dos 12.

Mas destes 12, metade se arrependeu. Outros seis persistiram. E dois outros se juntaram à empreitada. Aqui está a lista dos 8.

Repito um detalhe importante: para ser aprovado o voto secreto, eram necessários 308 votos. Se os 8 petistas não tivessem votado a favor, a proposta teria recebido 306 votos e teria sido rejeitada.

E se ao invés de 8, tivessem sido apenas 6 votos, a proposta teria recebido 308 votos e portanto ficaria no limite. Os dois votos a mais foram, portanto, cirurgicamente calculados.

Cabe a Valmir Assunção e João Daniel explicar por quais motivos vieram em socorro do voto secreto, que é um aspecto especialmente absurdo da PEC das prerrogativas.

Mas olhando a operação de conjunto, a precisão cirúrgica não dá margem à dúvida: existe dentro do PT um “Centrãozinho”.

(*) Valter Pomar é professor e diretor da FPA

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