Peru: Boca de urna indica esquerda no 2º turno com Pedro Castillo; cinco candidatos disputam a outra vaga

Resultados da Ipsos Perú apontam Castillo com 16,1%; Hernando de Soto e a filha do ex-ditador Fujimori, Keiko Fujimori, aparecem empatados com 11,9%

Boca de urna aponta Pedro Castillo (dir) na liderança com 16,1% dos votos eleitorais

Publicado no Opera Mundi

Pesquisa de boca de urna no Peru, divulgada após o fim da votação eleitoral neste domingo (11/04), indica vantagem do candidato da esquerda pelo partido Peru Livre, Pedro Castillo, na liderança do segundo turno. Outros cinco nomes disputam a outra vaga.

Resultados da consultora Ipsos Perú apontam Castillo em primeiro com 16,1% dos votos eleitorais. Segundo o instituto, Hernando de Soto, do Avança País, e a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do Força Popular, aparecem empatados com 11,9%.

Ainda de acordo com a boca de urna da Ipsos, Yohny Lescano, candidato de centro-direita do partido Ação Popular, está na quarta colocação com 11% dos votos. A pesquisa também aponta Rafael López Aliaga, do Renovação Popular, com 10,5% dos votos, e Verónika Mendoza, Juntos pelo Peru, com 8,8%. O primeiro resultado prévio deve ser divulgado às 23h30 (1h30 em Brasília).

Pedro Castillo

Castillo, 51 anos, que é professor do ensino básico do país, teve reconhecimento nacional em 2017, quando o candidato à Presidência peruana liderou uma greve de profissionais da educação peruana. Quando jovem, o docente fazia parte de rondas campesinas, formas de organizações para combater os crimes que ocorriam nas zonas rurais do Peru, o que, ainda hoje, representa em suas caminhadas ao usar chapéu característico aos integrantes das rondas.

As rondas campesinas enfrentavam grupos como o Sendero Luminoso, grupo guerrilheiro peruano formado nos anos 60. Durante a campanha de Castillo, houve acusações de supostas aproximações entre o candidato e membros do Sendero Luminoso.

Em sua campanha eleitoral, o líder na pesquisa Ipsos fala em uma participação popular e o chamamento para uma Constituinte no Peru. Pesquisas anteriores ao pleito deste domingo indicavam que a sigla Peru Livre e Castillo angariariam cerca de 6% na intenção de votos.

O partido de Castillo, Peru Livre, é uma sigla que se define como “marxista-leninista-mariateguista”, considerado como extrema-esquerda pela imprensa peruana. O partido propõe reformas como a destituição do Tribunal Constitucional do país por considerar que o órgão é uma força aliada às elites do país. Peru Livre também defende uma reforma “total” em relação à política fiscal e tributária peruana e propõe a “nacionalização dos recursos estratégicos” da nação.

A entidade “condena” ingerências “imperialistas e neocoloniais”, censurando “abertamente” o Grupo de Lima, organização fundada em 2017 por iniciativa do governo peruano sob a justificativa de “denunciar a ruptura da ordem democrática na Venezuela”. O Grupo de Lima é formado por 13 países.

A vantagem de Castillo na boca de urna pode ser um efeito da perde de votos da também candidata da esquerda Verónika Mendoza, que, ao longo da campanha, moderou o discurso e não apresentou um programa claro próximo aos movimentos sociais peruanos. Nome do Juntos pelo Peru também fez críticas ao governo venezuelano.

Dia de votação

O presidente do Júri Eleitoral Nacional (JNE) do Peru, Jorge Luis Salas, disse que o processo de votação ocorreu de forma tranquila, sem nenhum registro de atos de violência ou manifestações. O Gabinete Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) peruano declarou que 99,96% das mesas de votação foram instaladas em todo o país.

As urnas peruanas foram abertas das 7h às 19h, horário local. O voto é obrigatório, seu não cumprimento pode gerar uma multa de cerca de R$300.

Impasse político

O impasse político no Peru, no qual teve quatro presidentes nos últimos três anos, também se apresenta nas últimas pesquisas de opinião, que apontaram empate técnico entre cinco do total de 18 candidatos à Presidência. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, o segundo turno será realizado no dia 6 de junho.

Em estudos de intenção de votos, a disputa apareceu acirrada. Nomes como de Verónika Mendoza reuniu cerca de 12% das intenções. Ao seu lado apareciam Yohny Lescano e o direitista Hernando de Soto.

No entanto, outros dois nomes também estão no páreo. Keiko Fujimori, por exemplo, aparecia com cerca de 11% nas pesquisas. Já o ex-jogador de futebol George Forsyth, do partido Vitória Nacional, angariava em pesquisas 8% dos votos.

 

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