Por Mariuza Guimarães (*)
Em dezembro de 2021, o Diretório Estadual do PT apresentou a pré-candidatura de Zeca do PT ao governo de MS, o mesmo reiterou a sua candidatura e afirmou que a oficialização deverá ocorrer no mês de fevereiro
Finalmente chegou 2022. Já vencemos o primeiro mês e as decisões começam a ser tomadas rumo à Campanha Lula Presidente e a retomada da democracia no país. Essa é a grande expectativa posta sobre o PT (Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras). Em Mato Grosso do Sul, estado tradicionalmente de direita e conservador, as pesquisas já apontam que Lula é o preferido para a presidência. Esse dado desloca para o estado as esperanças de retomada de um governo petista, à exemplo dos resultados conquistados em 1998 e em 2002, quando se elegeu José Orcírio Miranda dos Santos, conhecido como Zeca do PT, primeiro governador petista no MS.
Com a conjuntura acerca de Lula presidente, os movimentos da política trouxeram Zeca do PT de volta ao cenário sulmatogrossense. Zeca disse, em diversas reuniões com dirigentes estaduais e municipais do PT, que atendendo solicitação do próprio Lula colocava seu nome à disposição do Partido. Inicialmente, houve uma certa desconfiança de que era apenas um “jogo de cena”. Tanto é que o presidente do PT Estadual, Vladimir Ferreira, anunciou em diversas oportunidades que tínhamos dois pré-candidatos ao governo do MS, Zeca do PT e Humberto Amaducci. Humberto é uma das lideranças de relevância da AE-MS e que no pior cenário político para o PT, em 2018, foi candidato a governador e teve 10% de votos no estado.
Entretanto, em reunião na primeira quinzena de dezembro, o Diretório Estadual do PT apresentou a pré-candidatura de Zeca do PT ao governo de MS. Na oportunidade, o mesmo reiterou a sua candidatura e afirmou que a oficialização deverá ocorrer agora no mês de fevereiro, com a presença do ex-presidente Lula. Espera-se que este ato alavanque a candidatura, que aparece entre 3º e 4º lugares nas pesquisas.
Quanto às candidaturas proporcionais, a única coisa que se sabe é que as chapas devem ter como foco a eleição do maior número de parlamentares possível, sobretudo para o legislativo federal, para apoiar o futuro governo do presidente Lula nas reformas e/ou na revogação das contrarreformas promovidas pelos governos golpistas de Temer e Bolsonaro. Há muita especulação, mas muita insegurança também. Não se sabe quem virá para o arco de alianças, se teremos federação ou não, como será a configuração dos partidos caso haja. Enfim, quadro indefinido.
A Articulação de Esquerda tem excelentes quadros a oferecer para o PT, tais como Humberto Amaducci (ex-prefeito de Mundo Novo), Gleice Jane (liderança do movimento sindical do magistério e de mulheres). Elias Ishi (sindicalista e vereador de Dourados), Dr. Ronaldo de Souza Costa (médico do trabalho e servidor público federal), Adriano Firmino Teles (liderança sindical dos Correios), entre outros, com atuação em movimentos importantes na sociedade sulmatogrossense.
Esta discussão vem ocorrendo na tendência sob coordenação da direção estadual da AE desde os encontros de 2021, com a definição do projeto político norteador das ações e com a realização de plenárias específicas sobre candidaturas. O debate acerca dessa questão continuará até que sejam construídos consensos que permitam o fortalecimento do PT – e consequentemente, da tendência – no MS e no Brasil, sendo este o fio condutor do projeto defendido pela AE-MS.
(*) Mariuza Guimarães é vice-presidenta da Seção Sindical do ANDES na UFMS (ADUFMS), dirigente da AE e do PT em Campo Grande-MS.