Reginaldo Lopes e Venezuela: subindo de classe

Por Valter Pomar (*)

Que a grande imprensa fale besteira, faz parte.

Que alguns petistas repitam estas besteiras, também faz parte.

Exemplo: a opinião do deputado Reginaldo Lopes sobre a posição do governo brasileiro em Kazan.

Tal opinião pode ser lida aqui:

https://x.com/reginaldolopes/status/1848851525512409477?s=48

Segundo o deputado, o Brasil seria uma espécie de professor que dá notas para os países da região. “Não fez o dever de casa, não sobe de classe”.

O Brasil, nos governos Lula e Dilma, sempre recusou tal postura de “agência certificadora”. Entre outros motivos porque seria impossível competir com os EUA no quesito arrogância & prepotência.

Além de querer copiar a sutileza dos gringos, o deputado parece querer copiar também a ignorância.

Afinal, qualquer pessoa bem informada sabe que vários integrantes dos BRICS não atendem (ainda bem!)  o “standard USA de democracia”.

É o caso, entre outros, de Cuba, cuja inclusão na “lista de pretendentes a participar dos BRICS” foi corretamente apoiada pelo Brasil.

Portanto, qualquer que tenha sido o critério do governo brasileiro para vetar a inclusão da Venezuela, o “recado” não tem relação com a “democracia”.

Aliás, o próprio Celso Amorim disse isso na entrevista que pode ser lida abaixo:

https://oglobo.globo.com/google/amp/mundo/noticia/2024/10/24/com-a-venezuela-quebrou-se-a-confianca-diz-amorim-sobre-negativa-do-brasil-a-apoiar-entrada-do-pais-no-brics.ghtml

Segundo Amorim, “a questão com a Venezuela [no Brics] não tem a ver com democracia”.

Moral da história: Reginaldo não sabe do que está falando. Mas sabe muito bem porque está falando.

Seu objetivo é “subir de classe”.

Nesse quesito, reconheço que ele está indo muito bem.

(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT

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