Saiu o Jornal Página 13 de agosto

Saiu a edição de agosto do Jornal Página 13, de número 257. Para descarregar o jornal na íntegra, clique aqui. Abaixo, os leitores poderão conferir o editorial do número.

BOA LEITURA!

Editorial

Esta edição de Página13 deveria ter circulado no início de agosto de 2023, mas ela sofreu um atraso planejado, tendo em vista que, além da edição digital, será feita uma edição impressa, que será distribuída no 27° Congresso Estadual da Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e no Congresso Estadual de São Paulo da Central Única dos Trabalhadores (CECUT-SP).   E como estes eventos ocorrem no final de agosto e início de setembro, decidimos postergar o fechamento da edição.

Além dos temas tratados nas próximas páginas, alguns deles relativos aos congressos já citados, queremos agregar quatro comentários.

Primeiro comentário: o resultado das eleições primárias argentinas confirmou que a situação regional está polarizada, instável e que as duas direitas não estão mortas, nem a extrema-direita neofacista, nem a direita “tradicional”. Cabe lembrar que na Argentina prevaleceu a tática de Fernández, não a tática de Cristina. E a tática de Fernández levou o presidente argentino a não postular a reeleição, além de contribuir para que o atual ministro da Economia argentino, Sergio Massa, ficasse em terceiro lugar nas primárias, atrás do candidato da extrema-direita e atrás da candidata da direita. Claro, primárias não são eleições, mas nos parece que a chance de vitória passa por mudar a tática, não em insistir nela. E, em nosso caso, passa por não traduzir para o português a tática Fernández.

Segundo comentário: a escalada da violência das polícias militares em nosso país não constitui surpresa alguma. O que realmente surpreende é a surpresa de alguns, para não falar do negacionismo do ministro Rui Costa, que questionou os dados do Anuário de Segurança Pública, que atribui à Bahia a liderança no campeonato de assassinato de pessoas pobres, pretas e periféricas. Compreensível: como a Bahia é governada pelo PT há quase 17 anos, não se podendo atribuir o fato à herança maldita de ninguém, o ministro prefere negar o fato.

Mas se a violência das Polícias Militares e o encarceramento em massa são fenômenos estruturais, o recrudescimento nas últimas semanas tem um componente político conjuntural: o braço armado da extrema-direita está reagindo ao cerco contra o cavernícola, contra seus cúmplices verde-oliva, contra os sicários e mandantes responsáveis pelo assassinato de Marielle e Anderson, contra os golpistas de 8 de janeiro. Portanto, para além dos motivos estruturais, há motivos conjunturais que nos levam a dizer que o governo federal não pode agir, neste caso como em nenhum outro, como dizem que as avestruzes agem. Nem como agiu o grupo majoritário no atual Diretório Nacional do PT, que quando do debate do programa de reconstrução e transformação, não quis debater para valer temas que hoje estão explodindo na cara de todo mundo: o Banco Central, as Forças Armadas, a desmilitarização das PMs, a relação com o Congresso Nacional.

Terceiro comentário: ampliar o espaço da direita no governo Lula não vai gerar “governabilidade”, vai comprometer o governo com concessões e métodos já conhecidos. O resultado será menos transformação, uma reconstrução ao gosto social-liberal e um tipo de “união” que já tivemos no passado e que não impediu o golpe de 2016.

Quarto comentário: não se pode pedir ao governo que resolva problemas que cabem ao PT resolver. Se o governo é “em disputa”, cabe ao PT disputar. Mas o PT não irá disputar coisa alguma se a postura do nosso Partido e de nossa bancada for chapa-branca, restrita à institucionalidade. Como dissemos na resolução do 8o Congresso da AE: sem luta não há transformação. Um bom começo seria – para apoiar uma ideia que não é nossa – convocar para o outubro de 2023 um ato nacional para comemorar o dia da vitória contra o cavernícola.

A direção nacional da AE

 

 

Uma resposta

  1. O momento é difícil, mas tudo que não podemos ter é racha dentro do PT e do governo. Governar com minoria no legislativo exige jogo de cintura e parece não ser suficiente para o governo aprovar todos seus projetos no legislativo. Quando perdemos no congresso ficou claro que seria difícil governar.
    O que mais me preocupa é o envolvimento de tantos militares das forças armadas nos esquemas de corrupção e a dificuldade do judiciário em prender o Bolsonaro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *