Saiu o jornal Página 13 de fevereiro

Por Página 13 (*)

Já está disponível a edição de fevereiro do jornal Página 13, de número 238.  Nesta edição, o leitor e a leitora poderão acessar textos analisando a situação da América Latina, a conjuntura na Europa, marcada por tensões, e a situação mundial de um modo geral.

O combate ao racismo também é tema deste número, abordando o brutal assassinato de Moïse Kabagambe e o ato ocorrido em Curitiba pedindo justiça e a respectiva repercussão no PT, em razão da atuação do mandato do vereador Renato Freitas. Um balanço sobre o setorial de Combate ao Racismo integra igualmente a edição deste mês.

O debate sobre o programa e a agenda neoliberal no Brasil também é o assunto de alguns dos nossos artigos, assim como a necessidade de organizarmos comitês de luta país afora. Alguns dos textos também tratam da situação política e eleitoral de alguns estados, como no Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Minas Gerais. A Vale do Rio do Doce e a mineração também é pauta deste número.

O aniversário do PT e seus desafios não poderiam deixar de estar presente nesta edição, bem como uma análise sobre a Jornada Nova Primavera. Por fim, há uma homenagem a Cloves de Castro, que deu nome à jornada nacional de formação política da tendência petista Articulação de Esquerda encerrada há poucos dias.

Publicamos, abaixo, o editorial deste mês. Para baixar e ler o jornal na íntegra, clique aqui.

BOA LEITURA!

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O povo precisa revidar

Depois do assassinato de Moise  Kabagambe, a indignação se espalhou pelas redes sociais. Numa das muitas mensagens, foi dito o seguinte: “Eles estão matando impunemente. O massacre de pessoas negras no Rio de Janeiro , e no Brasil, é uma repetição do horror atual do fascismo no cotidiano. Nós não podemos simplesmente condenar via apps tal terror. O que fazer para barrar, denunciar e explicitar a normalizar do genocídio? Uma resposta imediata e massiva é necessária. Vamos reagir? Por favor proponham formas e meios de dizer não!”

Não achamos necessário citar o nome do autor da mensagem acima, pois ela não é singular, mas representativa do ânimo de centenas de milhares de pessoas, muitas das quais foram as ruas para protestar no sábado 5 de fevereiro.

É preciso reagir. Parte dessa reação se dará nas eleições de outubro. Mas isso não basta. Nos últimos anos temos assistido a um recrudescimento da violência contra os pobres, contra os trabalhadores, contra os negros e negras, contra os moradores da periferia, contra as mulheres, contra os LGBT+, contra as religiões de matriz africana, contra os sem terra, contra os indígenas, contra os quilombolas… a lista é imensa.

A violência é simbólica e é física. É uma violência cotidiana, as vezes institucionalizada, as vezes paramilitar, as vezes totalmente informal e individual. Os violentos estão mais armados hoje do que antes. E muitos acreditam que o crime compensa. Os golpistas de 2016, por exemplo, foram fartamente recompensados e – se depender da vontade uma parte da esquerda brasileira – caminham para terminar a vida do mesmo jeito que a maior parte dos golpistas de 1964: impunes. Aliás, se depender de certa justiça, terão seus nomes “tachados” da lista de criminosos.

“Crimes como este resultam de um sistema que se estrutura na desigualdade, que violenta e mata, na sua maioria, negros, pobres e trabalhadores neste País”, alerta a nota do Partido dos Trabalhadores publicada logo após o assassinato de Moise Kabagambe. Sistema encabeçado, entre outros, por Bolsonaro, Temer, FHC e Alckmin.

 Da nossa parte, não haverá esquecimento nem perdão. Nem haverá ilusão. A violência sistemática da elite contra o povo só terá fim se e quando o povo revidar. Como diz a música do Wilson das Neves, o dia em que o morro descer e não for carnaval. O resto ajuda, mas não resolve. Só o revide do povo criará as condições para surgir outro tipo de sistema e outro tipo de estrutura. Até lá, seguiremos enxugando gelo e lamentando nossos mortos e feridos.

Os editores


(*) redacao@pagina13.org.br

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