Por Página 13 (*)
A persistente chuva que caiu sobre Vitória (ES) não impediu a realização da 14ª Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra do Espírito Santo, na tarde deste sábado (20). A marcha foi promovida pela Fejunes (Fórum Estadual da Juventude Negra do Espírito Santo), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo, Central das Comunidades, sindicatos, partidos e coletivos do movimento negro.
A pauta principal levantada, como o próprio nome da marcha indica, é a violência contra a juventude negra, principalmente a perpetrada pelo Estado. De acordo com dados do último Atlas da Violência, a chance de uma pessoa negra ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes superior àquela de uma pessoa não negra. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes negros no Brasil, em 2019, foi de 29,2. No Espírito Santo, essa taxa é de 35,7. De acordo com a pesquisa, os negros representaram 77% das vítimas de assassinato no país em 2019. No Espírito Santo, os negros representam 89% das vítimas.
A marcha, que tradicionalmente era realizada no centro de Vitória, este ano percorreu as ruas da região do Território do Bem, que compreende os bairros São Benedito, Bairro da Penha, Bonfim, Itararé, Consolação, Gurigica, Jaburu, Floresta e Engenharia, território em que vive parte expressiva da juventude e da população negra da capital, que luta contra a violência, mas também por trabalho, renda, cultura, educação e outros direitos sociais. Direitos estes cada vez mais difíceis de serem assegurados pela implantação do programa ultraliberal e racista de Bolsonaro & Guedes, com apoio do conjunto da classe dominante brasileira.
Desta maneira, com muita energia, a marcha denunciou o racismo, o genocídio da juventude negra e a grave crise social pela qual atravessa o povo brasileiro. O grito pelo Fora Bolsonaro ecoou alto, assim como a memória da luta do povo negro, simbolizada neste 20 de novembro.
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