Página 13 publica nota da Coordenação do Setorial Nacional Sindical da Articulação de Esquerda.
No dia 11 de março a direção executiva da CUT, representantes dos ramos e CUTs estaduais se reuniram para intensificar e acelerar as lutas em curso, organizar o calendário de ações, especialmente o Dia Nacional de Lutas em 24 de março.
De acordo com as orientações aprovadas nesta reunião: “O Dia Nacional de Lutas Contra o Desmonte do Serviço Público, construído por todas nossas entidades de servidores, educação e estatais em 24 de março, foi incorporado pelas Frentes e pelo Fórum das Centrais Sindicais, e agora também está propondo a ampliação dessa atividade para toda a classe trabalhadora como o Dia Nacional de Luta, transformando este dia no “Lockdown em Defesa da Vida e dos Direitos”, aproveitando todo o debate que está sendo feito para defender o isolamento social e sua importância em defesa da vida e pressionar os governos federal, estaduais e municipais a adotarem medidas mais enérgicas de combate à pandemia e conscientizar a população sobre a importância destas medidas, trabalho este de conscientização que deve se intensificar imediatamente”.
No entanto, em que pese o acerto e a urgência de convocar, organizar e mobilizar a classe trabalhadora à luta, discordamos da denominação de “Lockdown em Defesa da Vida e dos Direitos”. E isto não é um mero detalhe. Obviamente não somos contra a adoção de medidas sanitárias severas de isolamento e distanciamento social para conter a proliferação acelerada das contaminações e evitar o colapso do sistema de saúde. Mas o “lockdown” é uma medida de governo, com base em avaliação e diagnóstico de especialistas e da ciência e não deve servir de substituto ao chamamento de paralisações, greves e outros instrumentos que possam ser utilizados pela classe trabalhadora em luta.
Frente a catástrofe sanitária e social que toma conta do país é fundamental intensificar a mobilização e a organização da luta pelas reivindicações de vacinação para todos, auxílio emergencial de R$ 600,00, emprego, defesa do SUS, das estatais e dos serviços públicos.
A nós, do movimento sindical, cabe a luta para que a maioria dos trabalhadores tenha condições concretas de sobreviver à pandemia, o que inclui poder fazer o isolamento social durante eventuais períodos de lockdown. Os “sem trabalho, os “sem emprego” e os “sem renda” somam mais de 40 milhões de homens e mulheres no país! Os “com trabalho” que se arriscam em transporte público abarrotado e em locais insalubres, sob a ameaça de desemprego são outros tantos milhões.
Temos que mobilizar e organizar o conjunto da classe trabalhadora, e não inventar slogans que dialogam somente com os segmentos que efetivamente tem condições de fazer o isolamento nos períodos de lockdown. Isto não ajuda na tarefa de derrotar o discurso negacionista de Bolsonaro, que coloca lucros e os interesses empresariais acima da vida, que joga o povo no precipício. Ou a combater Doria, Leite, Albanez e outros governadores da direita que não tomam as medidas sanitárias e econômicas que deveriam, que apoiam as medidas de ajuste fiscal que destroem os serviços públicos e ainda jogam nas costas do povo a responsabilidade pela isolamento e pela proliferação do vírus.
Pela urgente vacinação para todos e todas, emprego, auxílio emergencial, em defesa da saúde pública, das estatais, dos serviços públicos e pelo Fora Bolsonaro vamos mobilizar e organizar a luta para o dia 24 de março!
Coordenação do Setorial Nacional Sindical da Articulação de Esquerda