Página 13 conversou com Rayane Andrade, professora e militante do PT e dos Direitos Humanos do Rio Grande do Norte, sobre o encontro nacional do Setorial de Direitos Humanos do PT, ocorrido recentemente.
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Página 13 – Você pode comentar o quadro político-eleitoral do Encontro Nacional do Setorial de Direitos Humanos do PT?
Rayane Lula Andrade – Sim. No último dia 12, aconteceu o encerramento do processo congressual do setorial de Direitos Humanos e chegamos à data com duas chapas: a de número 330, que juntou a maioria das forças políticas petistas e que costurou uma unidade para que o coordenador fosse o companheiro Renato Simões; e outra, de número 300, que reunia parte da DS [Democracia Socialista] de Pernambuco, a RS [Resistência Socialista] e o Avante.
Pagina 13 – Sabemos de relatos que houveram problemas. O que de fato ocorreu?
Rayane – Durante o encontro, os 22 coordenadores estaduais tomaram posse e houve falas de lideranças nacionais do PT, como as de Maria do Rosário, Nilma Lino e Humberto Costa. Posteriormente, findada a defesa das chapas e de suas respectivas teses, houve um momento de caos que culminou na interrupção da transmissão ao vivo do encontro. A mesa coordenadora dos trabalhos enviava um comando para votar nas teses no espaço da sala zoom, o que confundiu o universo de delegados, dado que as votações aconteciam até às 20h através dos links enviados por SMS e e-mails dos filiados.
Pagina 13 – E como essa situação se desenrolou?
Rayane – A confusão prosseguiu, pois parte dos delegados não conseguia acessar o mecanismo para votar em seus dispositivos, até que a mesa orientou que haveria uma unificação das teses. Em que termos e como, não foi explicado no momento e a confusão se dissipou com muita gente sem entender o que tinha acontecido, eu inclusive. Assim, a atividade prosseguiu com a reencenação de um depoimento de uma das lutadoras contra a ditadura. Logo mais, a apuração das urnas teve espaço e revelou o resultado: chapa 300, 75 votos ; chapa 330, 168 votos ; 1 voto em branco.
Página 13 – E como fica a composição? E como você avalia a participação da Articulação de Esquerda?
Rayane – Aguardamos agora o processo de composição do coletivo nacional e avaliamos como fundamental que a AE tenha se colocado como força política que construiu chapa própria, o que nos alçou a uma posição importante em especial nos tópicos de Direitos Humanos que julgamos muito importantes: o enfrentamento à questão militar e o extermínio da juventude negra.