Página 13 reproduz nota do Comando de Greve Estudantil da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Os estudantes estarão em greve a partir do dia 02 de outubro contra os cortes, as ameaças e tentativa de implementação do programa Future-se por parte do governo Bolsonaro. Estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina -UFSC também deflagraram uma greve estudantil há alguns dias. Movimentações no mesmo sentido estão acontecendo em outras universidades públicas.
NOTA DE LANÇAMENTO DA GREVE ESTUDANTIL DA UFSM
Na última terça-feira (24/09) ocorreu a Assembleia Geral Unificada da UFSM onde foi deliberado que as e os estudantes, seguindo o exemplo das e dos estudantes da UFSC, estão em estado de greve até o dia 02 de outubro e a partir deste dia estarão em greve estudantil por tempo indeterminado.
É extremamente importante que entendamos que esta greve vem em consequência aos cortes e ameaças por parte do governo federal e a tentativa de implementação do programa Future-se. Esse conjunto de medidas vem com o objetivo de restringir o acesso e a permanência na universidade e implementar outro modelo de educação tecnicista que sirva somente à iniciativa privada sem qualquer pensamento crítico.
Diversos tem sido os impactos desses cortes na comunidade acadêmica, como por exemplo a possibilidade de restrição do acesso ao Restaurante Universitário apenas a estudante com Beneficio Socioeconômico, corte na metade das bolsas da UFSM, corte nas bolsas de pós-graduação, fim do transporte intracampus, redução extrema do consumo de energia elétrica, entre outras restrições. Sendo a última citada, caso não haja uma efetividade da medida serão aplicadas sanções (cortes de energia) nas unidades que não reduzirem seus consumos.
A greve vem com o sentido de conscientizar a comunidade acadêmica e a sociedade em geral da importância da universidade pública, gratuita, de qualidade e de uma educação que sirva aos interesses da população. A partir desse entendimento salientamos que a greve construída pelos estudantes vem com o intuito de fazer um contraponto ao projeto de precarização e desmonte que vem sendo implementado nas universidades brasileiras. Estaremos em greve, mas realizando atividades na universidade, na cidade e nas escolas, ressaltando a importância da educação pública e a luta por não apenas um outro projeto de universidade, mas também de sociedade.
COMANDO DE GREVE ESTUDANTIL, 26/09/2019