Por Natália Sena (*)
Faleceu em um acidente aéreo no interior de Minas Gerais, na sexta dia 05 de novembro de 2021, a cantora e compositora goiana Marília Mendonça. Estavam com ela no avião, além do piloto e do co-piloto, seu tio e assessor e seu produtor, que se deslocavam de Goiânia para Caratinga, onde Marília faria um show naquela mesma noite.
Marília tinha 26 anos de idade e era a cantora mais ouvida do Brasil. Certamente continuará sendo por algum tempo, pois um fenômeno cultural popular desta magnitude não surge todos os dias e da mesma forma não desaparece fácil nem rapidamente. São milhões de visualizações no youtube, é a mais ouvida do spotify, em 2020 fez a live ao vivo mais assistida do planeta, antes da pandemia fazia mais de 20 shows por mês. Ela estava retomando a sua agenda de apresentações presenciais e colocando novos projetos na estrada.
É fundamental reconhecer a importância de Marília na cultura popular brasileira. Não é todo dia que emerge uma artista conectada com a vida real e com os sentimentos profundos da massa do povo como ela, especialmente das mulheres. Uma incrível capacidade de mobilizar multidões pela sua forma autêntica e sincera de expressar o amor e as relações entre as pessoas. Isto precisa ser conhecido, difundido e homenageado. E é sempre bom lembrar: estamos falando da única cantora sertaneja que em 2018 se posicionou explicitamente em defesa do #EleNão e que teve a sua vida e da sua família ameaçada pela gangue bolsonarista em razão disto.
Marília Mendonça seguirá viva através da sua arte e será sempre lembrada pela sua imensa inteligência popular, carisma, simplicidade e amor pela nossa gente. Ela não era uma “liderança de massas” no sentido tradicional que costumamos utilizar na política, mas era isso que ela era. Perdemos uma das maiores que a atual geração conheceu.
Presente, “para sempre em todos os cantos”.
(*) Natália Sena é da comissão executiva nacional do PT