A direita veste black bloc

Por Valter Pomar (*)

 

Brasília, 12 de dezembro de 2022, diplomação de Lula.

Brasília, 12 de dezembro de 2022, a extrema direita executa vários atos de violência.

As forças de segurança pública reprimem, mas com extrema moderação.

O governo cavernícola em fim-de-feira finge não ter nada com isso.

E alguns de seus porta-vozes na mídia (como a esta sim imperdível Jovem Pan) passam o pano e estimulam os “manifestantes”.

Repete-se assim, na capital do país, o que já é regra na maior parte das unidades da federação: conivência e cumplicidade entre a direita com farda e a direita sem farda.

O que fazer?

Primeiro, como temos dito faz tempo, compreender que embora possa haver loucura, há método na loucura desta gente.

Não apenas método, mas também treinamento, como se viu na noite de ontem.

Por isso, podemos continuar rindo deles, mas rindo com caninos à mostra.

Para além de denunciar e cobrar medidas das autoridades competentes, vale repetir o que (certamente…) já está sendo feito:

1/reforçar a mobilização para a posse de 1 de janeiro de 2023;

2/reforçar a segurança das caravanas que vão atravessar o país rumo a Brasília;

3/reforçar a segurança da festa da posse;

4/reforçar as medidas de proteção individual da militância em geral e das lideranças em particular, a começar pelo recém diplomado, mas ainda não empossado, presidente da República.

Ademais e principalmente, é preciso compreender que a extrema-direita escolheu “combinar as formas de luta”: uma pata nas instituições, uma pata nas ruas e o rabo na violência sistemática.

Contra isto não bastam tuítes, nem tampouco textos em blogs.

Será preciso luta política, luta ideológica, organização e uma ação permanente para investigar, desarmar, processar, condenar, prender e em alguns casos “jogar fora a chave”.

Parte disto depende, é claro, de uma mudança na postura de grande parte do judiciário e das forças de segurança pública.

Será preciso, também, tomar medidas que competem, não ao Estado, mas ao conjunto das organizações e militantes de esquerda.

Contra uma direita que veste “black bloc”, não basta toga e farda: será preciso, também, um pouquinho de torcida organizada.

(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT

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