Por Valter Pomar (*)
Protesto de moradores contra a chacina da Gamboa, em 1º de março de 2022 | Foto: Felipe Iruatã
No debate do programa de reconstrução e transformação, em agosto de 2020, um dos temas polêmicos foi o da segurança pública.
Uma das emendas que propusemos, acerca da Polícia Militar, foi recusada pelo Diretório.
Mais detalhes, aqui: https://valterpomar.blogspot.com/2020/08/roteiro-da-intervencao-no-debate-sobre.html
Um dos que falou contra a emenda usou, como como argumento que isso resvalaria em nossos governos. Usou o plural, mas sua preocupação era com um governo específico, o da Bahia.
O argumento impressionou muita gente. Inclusive a mim, no meu caso porque me lembrou o argumento utilizado por aquele ministro que substituiu FHC, segundo o qual o que é ruim a gente esconde.
Mas certas coisas não há como esconder. A respeito, recomendo ler o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o Anuário, a Bahia tem uma das polícias mais letais do Brasil. Para ser exato, está em segundo lugar, abaixo do Amapá e acima do Rio de Janeiro.
Além disso, das 50 cidades mais violentas do país (“segundo a taxa de Mortes Violentas Intencionais, com população acima de 100 mil habitantes”), a Bahia tem 12.
A saber: Jequié, Santo Antonio de Jesus, Simões Filho, Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Salvador, Ilhéus, Luis Eduardo Magalhães, Eunapolis e Alagoinhas.
Considerando que governamos a Bahia desde 2006, alguma explicação precisamos dar.
E considerando que os dados refletem basicamente a gestão Rui Costa, alguma explicação ele precisa dar.
ps. mais elementos sobre o debate no DN podem ser encontrados aqui: Desmilitarização, ma non troppo – Página 13 (pagina13.org.br)
(*) Valter Pomar é professor e membro do diretório nacional do PT