“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence”
No dia 03/04, foi realizada uma reunião ampliada da Executiva Municipal do PT de Salvador com o objetivo de deflagrar o debate sobre como o PT vai chegar para as eleições de 2024. Inicialmente, cabe registrar que entendemos que diante da grave crise humanitária, na qual o Brasil está imerso, urge que a direção partidária esteja sintonizada com a tarefa de impulsionar a militância a construir uma agenda de organização, mobilização e luta contra a carestia, miséria e desemprego decorrentes das políticas neoliberais pós golpe 2016, bem como fazer um profundo balanço das últimas eleições na cidade e da atuação partidária na oposição.
Em 2022, embora tenhamos sido vitoriosos no estado, a candidatura petista ao Governo foi derrotada na cidade nos 2 turnos. Nas eleições municipais de 2020, sofremos uma derrota eleitoral e política. Na oportunidade, a coalizão de grupos/tendências que dirige o partido aceitou a condição de fazer com que o Partido se resumisse à instância homologatória da escolha da candidatura por parte do então Governador do Estado. O resultado propiciou a manutenção do carlismo no comando da cidade a partir da continuidade da política neoliberal na gestão de Salvador.
Nossa cidade encontra-se conduzida institucionalmente por 26 anos sob a lógica de ser capturada pelos interesses empresariais. Foi construído um esquema ramificado nos diversos setores econômicos e sociais em Salvador, onde alguns ganham em cima da miséria e fome de milhares. Cada dia se aprofunda a pobreza em nossa cidade, seguido de muita violência que expressa o racismo estrutural ao ter como destinatária a população negra.
Uma rebelião militante necessária para balançar e mudar
A movimentação da coalizão dirigente no partido indica a repetição do simulacro de democracia na definição da tática eleitoral para 2024, através da qual a militância é chamada para levar às ruas a política definida no gabinete palaciano.
Só uma verdadeira rebelião militante poderá balançar esse caminho. Balançar no sentido de chacoalhar, mas também de realizar o devido balanço no sentido de análise dessa transferência do poder decisório da militância para os palácios.
Entendemos que contribuir nessa perspectiva fortalece a participação e amplia o debate no conjunto da militância para construção de um programa de esquerda, democrático e popular que enfrente grupos econômicos “consorciados” da cidade que sucateiam e privatizam os seus serviços públicos em detrimento dos direitos sociais e econômicos da população soteropolitana.
A militância deve ter em suas mãos os rumos da tática eleitoral do PT.
Neste sentido, inscreveremos uma pré-candidatura que não tenha amarras com aqueles que ganham com o suor dos/as trabalhadores/as de Salvador e que esteja comprometida com uma tática eleitoral de esquerda.
Salvador/BA, 01 de maio de 2023.
Articulação de Esquerda / Salvador
Tendência do PT