Por Fausto Antonio (*)
Epigrafia de incontida, profunda e veemente admiração ao Rei que, depois de recriar-inventar o futebol, virou estrela eterna em 29 de dezembro de 2022. Pelé é dessa linhagem de super-homem. Sendo o que é; da morte, ele renasce eternamente. Viva o Rei!!!
***
No estádio, orvalhado de urros,
epitáfio de contras, vi o Rei lamber a bola com os pés e beijá-la
em redes de fios enredados
em vivas a contrapelo dos urros emudecidos pelos pés.
Vi o Rei de manto azulado,
metáfora do Pelé Eterno,
mascar com gingas negras a bola,
ovo de mistérios,
desmanchando em fios colunas duras.
Vi o Rei subir e colar no peito
a fia língua da molécula; lábia, fio fino negro, a bola mônada, que triangulava estrelas no manto azulado do Rei, que avesso aos urros e vaias, lambia a mônada-bola- de´-prata com os pés.
(*) Fausto Antonio é escritor, poeta, dramaturgo e professor da Unilab-Bahia. Na data de passagem de Pelé para a eternidade, 29/12/2022, publiquei a crônica Ao Rei, com carinho