Carta-Manifesto a(o)s Petistas Paranaenses, especialmente às Mulheres, Juventudes, Negras/os, Classes Operária, Trabalhadoras, Camponesas, Sem-Terras e Populares
Declaração de Voto Crítico em Arilson Chiorato no 2.º Turno para Presidente do PT-PR
Caras/os Companheiras/os Petistas do Paraná,
Somos alguns dos militantes sociais e socialistas da Articulação de Esquerda (AE-PR), tendência interna petista. Veja aqui a nota oficial da AE-PR: https://www.facebook.com/share/p/1AozLtBGnR/ .
Todavia, a posição dos assinantes dessa Carta, por nome e conta própria, permitida por essa Nota oficial, nesta disputa faz parte de uma análise concreta da realidade concreta e da força que a nossa militância demonstrou no primeiro turno. O crescimento expressivo que alcançamos no Paraná, com 3,16% dos votos para nosso candidato à presidência nacional, Valter Pomar, e 1,71% para nossa chapa nacional, não é apenas um número, mas um recado inequívoco da base: há uma sede por um PT de luta, que não tenha medo de combater pelo seu programa socialista popular democratizante integral e que rejeite a acomodação. Com a legitimidade que essa militância nos deu, porque a política não permite vácuo, declaramos nosso voto mesmo partindo do não apoio a nenhuma dos candidatos deliberada por nossa tendência.
No exercício de nossa responsabilidade política, apoiamos Arilson Chiorato (380). Fazemo-lo com a clareza de que esta eleição não é uma mera disputa de nomes, mas uma batalha de projetos que definirá a alma do nosso partido para o próximo período. A escolha é fundamental: seremos um partido que enfrenta o sistema ou um que se acomoda a ele?
De um lado, está o projeto da conciliação permanente. Avaliamos que a outra candidatura expressa a pior face da estratégia equivocada do Campo Majoritário, que desde o Encontro Nacional Petista de 1995, defendida por José Dirceu e vitoriosa por apenas 12 votos, vem sendo praticada no PT. Trata-se da estratégia “de centro-esquerda”, que enterrou a verdadeira e necessária orientação “democrática popular socialista”, aprovada em 1987. Esta visão resulta hoje na defesa de que o PT deve se mover mais ao “centro”, ou seja, fazer mais concessões à direita neoliberal e ao Centrão, a serviço do grande capital financeiro e do agronegócio predatório. É a política da frente amplíssima, que impede o cumprimento de um programa popular e nos transformam em gestores da crise capitalista, em vez de seus coveiros.
Seus defensores já admitem que o Governo Lula 3 não é de esquerda, mas de “centro-direita”, pois esta é sua base de sustentação no Congresso. É um projeto de “hegemonia” às avessas, que sacrifica a governabilidade popular que propugnamos, uma governabilidade construída na luta contra os inimigos do povo, orientada para as transformações historicamente necessárias rumo a um Brasil socialmente igualitário.
Do outro lado, apesar das conhecidas divergências táticas e programáticas que temos, cometimento de equívocos graves em sua gestão presidencial de 2020 a 2025; reconhecemos na prática política de Arilson Chiorato alguns componentes de uma contratendência antítese deste projeto de conciliação. Ele assumiu o PT no seu momento mais sombrio, quando Lula estava preso e muitos defendiam o silêncio e a discrição. Arilson escolheu o caminho da luta da militância : ajudou a organizar a resistência, deu voz à Vigília Lula Livre e manteve acesa a chama da esperança quando tentavam nos apagar. Sua presidência materializou essa resistência em luta concreta na Assembleia Legislativa, onde se tornou a principal voz e o alvo prioritário do ódio da máquina de Ratinho Junior, justamente porque sua oposição nunca foi protocolar.
Arilson enfrentou o rolo compressor da direita nas ruas e no plenário. Fez a defesa intransigente da escola pública, batalhando contra o projeto criminoso que militariza nossas escolas, privatizando a gestão escolar, num verdadeiro esquema de venda da educação paranaense para o capital privado. Combateu com a militância petista, não petista e social, com todas as forças a venda da Copel — nossa soberania energética — e da Celepar e do Serpro, o que significaria entregar a segurança de dados do povo paranaense a interesses privados. Foi à linha de frente contra os novos e escorchantes contratos de pedágio, que sangram a economia popular. Sua atuação se constrói para além do parlamento, na caminhada constante com os movimentos sociais, com o MST em suas ocupações, com os sindicatos em suas greves e com a juventude da periferia em sua resistência.
Declaramos nosso voto por ele representar este PT de combate. Não é um cheque em branco nem um alinhamento incondicional, mas uma decisão tática consciente, um voto crítico. É a convicção de que sua vitória, neste momento, nos garante um terreno mais favorável para a disputa política interna e externa. É um passo necessário para fortalecer a trincheira da esquerda e manter vivo um partido que não se vende nem se cala, um instrumento que, em última instância, nasceu para enfrentar e superar o sistema.
Pela Governabilidade Popular Soberana Nacional do Governo Lula 3 e pela eleição do Governo Lula 4!
Viva as Classes Operária, Trabalhadoras e Populares, o PT e a Construção Socialista!
Paraná, 24 de julho de 2025.
– Amani Said, Dirigente da AE-PR
-Gustavo Mantovani, Secretário da JAE-PR, Executiva do DMPT-Arapongas
– Jaqueline Denise de Alcântara, Militante da AE-PR, Curitiba
– Julio Cezar Soares, Coordenador Político da AE-PR, Membro eleito da Comissão Executiva do DMPT -Curitiba
– Stela Emília Gusmão de Souza Gonçalves, Comissão de Ética da AE-PR, Curitiba
– Tiago Prado – Dirigente da AE-PR, Presidente eleito do DMPT-Arapongas