Declaração política da plenária nacional da AE

Por DNAE (*)

A tendência petista Articulação de Esquerda realizou, de 22 a 24 de novembro de 2024, uma plenária nacional da qual participaram 104 militantes vindos de 16 estados do Brasil, além de 15 pessoas convidadas.

Imediatamente antes e depois da plenária, reuniu-se a direção nacional da tendência.

A plenária debateu o balanço das eleições 2024, a conjuntura nacional e internacional, a situação do PT, o processo de eleição das novas direções partidárias em 2025, tudo isso nos marcos de uma discussão sobre os desafios estratégicos da classe trabalhadora brasileira, com ênfase para a luta pelo socialismo, pelo fim de todas as formas de exploração, dominação e opressão.

A plenária tomou como referência um roteiro, que será publicado na edição de dezembro do jornal Página 13, já incorporando emendas resultantes do debate.

Dentre as conclusões da plenária, destacamos as seguintes:

– defender e convocar manifestações públicas em favor da prisão preventiva e julgamento de todos os golpistas, a começar por Jair Bolsonaro. Sem Anistia para golpistas!

– defender a necessidade da substituição imediata do ministro da Defesa e a implementação de medidas que reformem de alto a baixo as forças armadas e o aparato de Defesa, Inteligência e Segurança Pública;

– defender que o chamado “ajuste fiscal” atinja única e exclusivamente os subsídios ao grande empresariado e os gastos derivados com o serviço da dívida pública. Nosso governo não pode nem deve tocar nos direitos sociais, como é o caso das políticas de salário-mínimo, os benefícios de prestação continuada, o reajuste de aposentadorias e pensões, os pisos constitucionais de saúde e educação;

– reafirmar que é preciso mudar a política de juros e alterar os parâmetros do chamado “arcabouço fiscal”, adotando, no seu lugar, políticas monetária e fiscal que sejam favoráveis ao desenvolvimento e à ampliação do bem-estar social;

– apoiar e participar da luta pela redução da jornada de trabalho e pelo fim da escala 6×1, com manutenção dos salários e empregos;

– ampliar a solidariedade com o povo palestino, intensificar a denúncia do genocídio cometido pelo Estado de Israel, defender o cessar-fogo imediato em Gaza e reafirmar “Palestina livre do rio ao mar”;

– prosseguir na luta pela integração regional latino-americana e caribenha, pelo fim do bloqueio contra Cuba, pelo reconhecimento por parte do Brasil do governo venezuelano, pelo fortalecimento do Foro de São Paulo, pela derrota do imperialismo;

– defender a retomada da política externa altiva e ativa, com ênfase no chamado Sul Global, na África, nos BRICS e nas relações com a República Popular da China, na defesa de uma ordem mundial de paz e desenvolvimento;

– transformar a COP 30, que vai se reunir em Belém do Pará no ano de 2025, numa oportunidade para massificar o debate sobre a necessidade de políticas imediatas, estruturais e radicais de enfrentamento à catastrofe climática, que tem relação direta com o capitalismo e, no caso do Brasil, relação direta com as políticas que beneficiam o agronegócio, as mineradoras, a especulação imobiliária e financeira;

– destacar a necessidade de tomar medidas profundas e velozes para garantir nossa soberania nacional e nosso desenvolvimento, com destaque para a industrialização, que nos liberte da condição de subpotência primário-exportadora e paraíso da especulação financeira;

– reafirmar que nosso combate contra o racismo, o machismo, a misoginia, a lgbtfobia e contra todas as formas de discriminação e preconceito é parte integrante e inseparável da luta para libertar a classe trabalhadora das influências que recebe da classe dominante e exploradora;

– propor ao Partido dos Trabalhadores e das trabalhadoras que faça de 2025 um ano de debate político e trabalho de base, aprofundando nossa conexão com a classe trabalhadora, buscando os setores que se distanciaram de nós e os que nunca estiveram conosco, os que estão sob influência do desalento, da direita tradicional e da extrema-direita;

– orientar a militância da tendência petista Articulação de Esquerda a implementar o plano de trabalho debatido em nossa plenária nacional, com destaque para a participação no PED 2025, com chapas e candidaturas presidenciais em todos os estados do país e em âmbito nacional, comprometidas com a defesa de um PT democrático, revolucionário e socialista.

Em tempos de crise sistêmica, extrema-direita e guerras, a esperança segue vermelha.

Brasil, 24 de novembro de 2024


(*) Direção Nacional da tendência petista Articulação de Esquerda

Respostas de 3

  1. De pleno acordo na instância nacional. Mas no Municipal é necessário ver a quantas anda o Partido. Valinhos, por exemplo, está com significativa turbulência interna e necessita correção de rumo.

  2. Sim…Maravilha, mas não veio a fala das implementaçoes sobre as melhorias e mudanças de comportamento com a Elite PETISTA e seus filiados que já não sabem se existem ou não Diretórios municipais, já que não maioria do Brasil, não se encontra mais Diretórios, e sim escritórios de negócios tocados inclusive por pessoas não filiadas que se dizem ter autorização para falar em nome do PT – Partido dos Trabalhadores!!Ficamos a deriva!!novamente??

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