Em busca do centro perdido

Por Valter Pomar (*)

Há uma teoria muito comum entre os cientistas políticos: a “teoria dos três terços”.

Segundo esta teoria a direita teria 1/3 do eleitorado.

O centro teria um terço.

E a esquerda teria um terço.

Como a esquerda e a direita por definição não se bicam, tudo dependeria do centro.

Se o centro se aliar com a esquerda, teremos um governo de centro-esquerda ou de esquerda-centro.

Se o centro se aliar a com a direita, teremos um governo de centro-direita ou de direita-centro.

Segundo esta teoria, o Partido dos Trabalhadores (PT) só teria vencido as eleições em 2002 porque teria se aliado com o centro.

Segundo esta mesma teoria, o PT só conseguirá voltar ao governo em 2022 caso façamos uma aliança com o centro.

Esta teoria tem muitos furos.

Por exemplo: nela o suposto 1/3 da esquerda parece ter caído do céu, pronto e acabado.

Outro furo: fala-se do “centro”, como se fosse óbvio que bicho é esse.

Por sinal, escutei uma vez do Celso Amorim (cito de memória, pedindo perdão antecipado por alguma imprecisão) que o centro não existe, que o centro é uma categoria imaginária, que o centro é aquele pedaço da direita que queremos atrair para o nosso lado.

A propósito, como atrair o centro?

Afirmando as nossas posições?

Ou fazendo concessões programáticas?

Negociando com a cúpula?

Ou disputando a base?

Claro que na vida concreta sempre tem de tudo um pouco. Mas em que proporções?

Seja como for, com furos ou sem furos, tem muita gente no PT que acredita piamente nessa teoria dos três terços.

E boa parte dos petistas que acreditam nesta teoria, acham que sem o centro não temos futuro.

“Só o centro salva” (o centro e o PDF, é claro)!!

Nas palavras de um importante dirigente de um importante partido de esquerda de um importante país: “se depender de mim vou trabalhar para fazer uma política ao centro, para ganhar e governar o país”.

Na opinião deste dirigente e de muito mais gente, o melhor jeito de atrair o centro seria ficando parecido com ele.

Um exemplo disso: nosso companheiro Fernando Haddad volta e meia diz que o PT é um partido progressista, de centro-esquerda.

Outro exemplo: no segundo turno de 2018, gastamos tempo precioso indo à busca do tal “centro democrático”, quando deveríamos ter polarizado com a direita e disputado o voto do povão.

A crença de que tudo depende do centro fez com que, em 2018, algumas lideranças do PT cogitassem apoiar o Ciro Gomes.

Jaques Wagner e vários governadores estavam nessa.

Por este mesmo motivo, tinha muita gente disposta a fazer o mesmo movimento agora, em 2022.

Aí o STF devolveu os direitos políticos a Lula.

Mas como o uso do cachimbo deixa a boca meio torta, a turma do “só o centro salva” adaptou o discurso, mas não mudou de desejo.

Antes era: para derrotar Bolsonaro, devemos estar preparados para apoiar alguém de centro, seja no primeiro, seja no segundo turno.

Nota: o que eles chamam de “centro” não é bem “centro”, é na verdade direita.

Seja como for, depois de Lula recuperar os direitos políticos, eles adaptaram o discurso.

O discurso de alguns passou a ser: Lula para ganhar, precisa do apoio do centro, de preferência desde o primeiro turno!

Claro que esta fórmula é mais confortável, mais fácil de defender.

Primeiro, porque seria o tal centro nos apoiando. E não a gente apoiando o tal centro.

Segundo, porque supostamente já teríamos feito isso no passado e teria dado certo.

Digo supostamente, porque na “vida real” o que aconteceu não foi exatamente o que alguns dizem.

Em 2002, por exemplo, tivemos 6 candidatos à presidência da República: Rui Costa Pimenta do PCO e Zé Maria do PSTU que juntos tiveram 1%; Ciro Gomes do PPS, que teve quase 12% dos votos;

Garotinho do PSB, que teve quase 18% dos votos; Serra do PSDB que teve 23% dos votos; e Lula que teve 46% dos votos.

Lula no primeiro turno teve apoio do PMN, do PCB, do PCdoB e do Partido Liberal do José Alencar.

E atenção: no segundo turno, Lula foi de 46% dos votos para 61% dos votos válidos, ou seja, cresceu 15 pontos percentuais.

E Serra foi de 23 para 38 pontos percentuais, ou seja, cresceu 15 pontos percentuais.

Dito de outro jeito: no primeiro turno houve duas candidaturas de “centro”.

E no segundo turno os dois oponentes cresceram o mesmo número de pontos percentuais.

A conclusão óbvia é que o tal centro se disputa, se divide.

Em 2006 foi ainda mais complicado. Havia 7 candidaturas, sendo que 5 delas somadas alcançaram menos de 10% dos votos.

No primeiro turno Lula teve 48% e Alckmin 41%.

E no segundo turno Lula teve 60% e Alckmin 39%.

Como?

Lula foi para a esquerda no segundo turno. Radicalizou e cresceu.

Mais um caso em que a teoria do “ir ao centro, pois só o centro salva” não consegue explicar.

E em 2010?

Naquele ano tivemos 9 candidaturas presidenciais no primeiro turno.

6 delas, somadas, tiveram pouco mais de 1% dos votos.

No primeiro turno Dilma teve 46.91% dos votos.

E José Serra teve 32,61% dos votos.

Também no primeiro turno, Marina Silva, que supostamente era de centro, teve 19,33% dos votos válidos.

No segundo turno Dilma subiu para 56% dos votos válidos. Ou seja, 9 pontos percentuais.

E Serra subiu para quase 44% dos votos válidos. Ou seja, 11 pontos percentuais.

Novamente, o centro se dividiu.

Vejamos agora o que ocorreu em 2014: no primeiro turno foram 11 candidaturas presidenciais. 7 delas juntas tiveram 3,5% dos votos.

No primeiro turno Dilma teve 41,59% no primeiro turno. E Aécio teve 33,55% no primeiro turno.

A terceira candidatura, supostamente de centro, teve 21,32% dos votos.

No segundo turno, Dilma cresceu para 51,64%. Dez pontos percentuais.

Também no segundo turno, Aécio cresceu para 48,36%. Cresceu 15 pontos percentuais.

Ou seja, novamente o centro se dividiu, desta vez indo mais para a direita. A direita ganhou o centro polarizando, agressivamente.

Ou seja: a direita não ficou parecida com o centro, pelo contrário, foi o centro que foi atraído até ficar parecido com a direita.

Aliás, a Marina gostou disso. E meio que ficou por lá…

E o que ocorreu em 2018?

Em 2018 teve 13 candidaturas. Mas no primeiro turno, Bolsonaro chegou a 46% dos votos. E foi para 55% no segundo turno. Cresceu 9 pontos.

Haddad teve 29% no primeiro turno. Cresceu para quase 45% no segundo turno. Cresceu 16 pontos percentuais.

Mas quem ganhou a eleição não fez nenhum movimento ao centro. Pelo contrário, polarizou. Pela extrema direita. Terminou a campanha mais radical de direita do que quando começou.

Enfim, os acontecimentos de 2002 a 2018 não confirmam a teoria do “é preciso ir ao centro, pois só o centro salva”.

O que os fatos demonstram é que é preciso disputar o apoio popular, é preciso crescer a votação com quem não te apoiou, e que isto exige vários movimentos combinados, um dos quais é polarizar, ou seja, radicalizar na defesa de nossas posições contrapondo-as as do adversário.

Assim, quem acha que Lula para ganhar em 2022 precisa do apoio do centro, se possível desde o primeiro turno, deveria pelo menos dar uma calibrada nos seus argumentos.

Calibrar para levar em conta a realidade.

Primeiro, é uma simplificação falar que “só o centro salva”. Afinal, do que precisamos é do apoio 1/de quem votou em nós em 2018; 2/de quem não votou em ninguém em 2018 (30% do eleitorado, 41 milhões de pessoas); 3/de gente nossa, do povo, que votou no Bolsonaro.

Viaja na maionese quem acha que “ampliando para o centro”, seja lá quem for este centro, a gente vai atrair este mundaréu de gente.

Pelo contrário, o mais provável é o oposto: para ampliar mais, é preciso ir para a esquerda, radicalizar pela esquerda.

Aliás, foi o que aconteceu nos EUA que muita gente gosta de citar sem pensar direito a respeito.

Nos EUA Biden teve que cortejar o eleitorado do Bernie Sanders e teve que buscar o apoio dos que foram às ruas dizer que vidas negras importam, inclusive dos que quebraram uns carros, dos que queimaram uns prédios, dos que enfrentaram a polícia etc.

Mas a complicação não para por aí: quem seria este “centro” que alguns petistas querem atrair? Aliás, quem é este “centro” que algumas pessoas têm a “certeza” tirada não sei de onde, de que eles certamente vão nos apoiar, se possível já no primeiro turno?

Para responder a esta pergunta, temos que falar de uma teoria ainda mais complexa do que a “teoria dos três terços”.

Refiro-me, é claro, a famosa “teoria da frente ampla”.

Como toda boa teoria, a da frente ampla possui três pressupostos.

O primeiro pressuposto é o de que Lula vai continuar como agora: com direitos políticos e com força suficiente para ir ao segundo turno, com ou sem o centro.

Comentário sobre o pressuposto: não temos certeza de que vá ser assim, mas esperamos que seja exatamente assim, embora o julgamento previsto para 14 de abril no STF demonstre que as coisas são mais complicadas do que parecem.

O segundo pressuposto: Bolsonaro vai continuar como agora, forte o suficiente para ir ao segundo turno, queimado o suficiente para ter dificuldades de crescer no segundo turno.

Comentário sobre o pressuposto: Talvez seja assim, mas também é possível que ocorra diferente. Afinal, talvez o pior momento de Bolsonaro seja agora, não em 2022. E mesmo agora, neste momento terrível, Bolsonaro está conseguindo manter um importante apoio popular. Ou seja, não devemos descartar a hipótese de que Bolsonaro chegue a 2022 melhor do que agora, portanto com potencial para atrair mais eleitores tanto no primeiro quanto no segundo turno.

Aliás, é pensando nesta hipótese que uma parte do tal “centro” afirma que é de alto risco um segundo turno de Lula contra Bolsonaro, pois segundo eles se a situação econômica, social e sanitária  melhorar um pouco, o antipetismo e o antilulismo poderiam ser maiores do que o antibolsonarismo. Noutras palavras: grande parte do tal “centro” poderia voltar a apoiar a extrema direita de Bolsonaro.

Também existe no tal “centro” gente que gostaria de tirar Lula ou Bolsonaro do páreo antes da eleição, para garantir assim que as eleições de 2022 sejam uma disputa do “centro” contra a esquerda; ou do “centro” com a extrema-direita.

Eles pensam que este seria o único jeito de evitar que o “centro” (ou seja, a direita não bolsonarista) se veja numa “escolha de Sofia”: ou votar em Bolsonaro, ou votar em Lula. Se bem que em 2018 a maior parte deste tal “centro” não sofreu nem um pouco e votou gostosamente no cavernícola.

Curiosamente, o terceiro pressuposto da teoria da frente ampla é o de que, no limite, o centro vai preferir Lula a Bolsonaro.

Aqui definitivamente a porca torce o rabo.

Porque como já dissemos várias vezes, o tal “centro” não é bem de centro.

Explico: nos anos 1980 tinha uma esquerda socialista, um centro nacional-desenvolvimentista e uma direita neoliberal.

Ou então podemos dizer que tínhamos uma esquerda mais ou menos revolucionária, um centro democrático-liberal e uma direita viúva da ditadura.

Não importa os nomes e as categorias, o fato é que nos anos 1980 havia três campos políticos e programáticos no país.

Acontece que nos anos 1990, o centro e a direita convergiram em torno do programa neoliberal.

E a partir de 2010, o centro e a direita foram convergindo em torno do golpismo.

A tal ponto que a política nacional se polarizou: golpistas versus não golpistas, neoliberais versus antineoliberais, petistas versus antipetistas e assim por diante.

Duas posições e não três posições.

Hoje temos uma extrema direita golpista e neoliberal e… uma direita também golpista e neoliberal.

Não são iguais.

Mas são menos diferentes do que os adeptos da tal teoria da frente ampla gostariam de admitir.

Na prática, o que chamamos de “centro” diminuiu muito.

A maior parte do antigo e legítimo “centro” foi para a direita.

E uma pergunta é: esta direita-que-gosta-de-posar-de-centro estaria disposta, em 2022, a apoiar a volta do PT ao governo federal? E se estiver disposta, qual é o preço que a esquerda teria que pagar para ter este apoio?

Feita esta pergunta, alguns dos teóricos da frente ampla se apressam em responder, do alto de seus mais profundos princípios, que devemos pagar qualquer preço, pois – supostamente – estaria em jogo a civilização contra a barbárie.

Posto assim o problema, esta posição de fazer toda e qualquer concessão fica até simpática, quase irresistível.

Mas – que chato – é tudo sempre muito mais complicado, quando olhamos a vida como ela é.

Para quem gosta vai aqui um exemplo clássico: o segundo turno das eleições presidenciais de 1932 na Alemanha.

Três candidaturas: a do Marechal Hindenburg, a do Adolf Hitler e do candidato comunista Ernst Thalmann.

A socialdemocracia alemã não teve dúvida. Votou em Hindenburg, que no primeiro turno teve 49,6% e no segundo turno chegou a 53,1%.

Grande vitória da civilização contra a bárbarie!?

Infelizmente, não foi assim.

No dia 10 de abril de 1932 Hindenburg era o candidato da civilização.

No dia 30 de janeiro de 1933, Hindenburg nomeou Hitler primeiro ministro.

Este exemplo (há outros, muitos outros) indica que devemos ir com cuidado, pois a direita brasileira (assim como a alemã) está preocupada com a civilização, mas isto quer dizer proteger sua “civilização” contra o povão “bárbaro”.

Foi para proteger a civilização burguesa contra a ameaça vermelha que a direita alemã apoiou Hitler.

É por isso que empresários aplaudiram Bolsonaro no momento que avançamos rumo a 350 mil mortos.

Sendo assim, o povo da esquerda que aposta na teoria da frente ampla deveria ir com menos sede ao poste, como diria um antigo & afamado dirigente petista.

Seguem alguns exemplos de gente que está indo com sede ao poste.

São os que no passado foram reunir com Villas Boas e agora estão costeando o alambrado de Mourão e de Santos Cruz.

São os que acham que Ciro ainda é de esquerda, apesar dele demonstrar o tempo todo que não é nada disso.

São os que dizem em off para a imprensa que Henrique Meirelles, Bernardo Appy e Marcos Lisboa podem ter espaço num futuro governo petista.

São os que acham que há alguma utilidade em dialogar com golpistas como Roberto Freire, Raul Jungman, Dória, Eduardo Leite, Amoedo e Luciano Huck.

São os que passam o pano nos crimes de ontem e de hoje das forças armadas, como fez o senador Jaques Wagner em recente artigo na Carta Capital.

São os que estão querendo encantar o mercado, admitindo até mesmo vender as últimas joias da coroa (como é o caso de quem defende mudar a natureza da Caixa Econômica Federal).

São os que acham que na luta contra o cavernícola há apenas democracia versus Bolsonaro, cometendo o erro de tratar como democrata uma parte da direita neoliberal e golpista.

São os que acham que devemos virar a página do golpe de 2016, que não devemos ficar apegados ao passado, esquecendo até mesmo quem é Joaquim Barbosa e o que ele fez num momento fundamental da pré-história do golpe.

São os que acham que Lula deveria ser como Tancredo em 1985, como disse recentemente um ex-presidente nacional do PT, talvez sem pensar no quão estapafúrdia e perigosa pode ser esta analogia.

São os que estão entusiasmados com Biden, esquecendo que Biden era vice de Obama quando o golpe começou.

Enfim, são as pessoas que querem ressuscitar o espírito de Palocci.

Vamos imaginar, pensamento positivo, que estas pessoas estejam certas, que o centro vai nos apoiar, que graças a isso venceremos em 2022.

Nesse caso, vamos falar as coisas como elas tendem a ser: o máximo que conseguiríamos fazer é um governo inferior aos que fizemos entre 2003-2016.

Pois o preço que teríamos que pagar para conseguir este apoio seria abrirmos mão de nosso programa, em favor de uma versão menos radical do programa do “centro”, que não é centro, mas sim direita neoliberal.

Aliás, é também por isso que devemos prestar muita atenção no debate sobre o programa econômico de reconstrução e transformação do Brasil. Pois tem gente querendo reeditar a carta aos banqueiros.

Por outro lado, se aquelas pessoas estiverem erradas, se o centro nos deixar na mão, se formos derrotados em 2022 apesar de todas as concessões do mundo, o resultado seria um desastre monumental.

Uma derrota eleitoral.

Uma derrota política.

E uma desmoralização ideológica.

Muito pior, mas muito pior mesmo, do que tudo aquilo que sofremos na eleição da presidência da Câmara.

Sem falar de cenários ainda mais complicados.

Fala-se por aí, por exemplo, que a embaixada dos Estados Unidos estaria sondando a possibilidade de tirar Bolsonaro.

Ou seja: trocar os golpistas-submissos-aos-EUA-versão-Trump pelos golpistas-submissos-aos-EUA- versão-Biden.

Sem falar no risco do STF tirar Lula outra vez da disputa. Ou, pelo menos, deixá-lo sub judice.

Qual a alternativa?

Irmos sozinhos para a eleição?

Não fazer alianças?

Rejeitar apoios?

Não, nada disso. Apenas lembrar que não queremos apenas ganhar a eleição, queremos reconstruir e transformar o Brasil.

Portanto, alianças tem que ser em torno deste programa.

E o programa capaz de reconstruir e transformar o Brasil não é o programa do “centro”, pois este centro na verdade não é de centro, é de direita, golpista e neoliberal.

A “ponte para o futuro” que o diga!

Logo, alianças sim, mas em torno de um programa de esquerda.

Nada de privatizar a CEF, pelo contrário, pegar de volta o que foi privatizado por governos golpistas.

A começar pela Petrobrás, que precisa voltar a ser uma empresa realmente pública.

Nada de concessão às forças armadas, reestruturação de alto a baixo, começando pelo fim do artigo 142 da Constituição.

Etc etc.

Vai ser difícil ganhar as eleições assim?

Será!

Mas será difícil ganhar em qualquer caso!

E a dificuldade não virá de nossa radicalização programática.

Pelo contrário.

As eleições de 2018 mostraram que, num quadro de polarização, o centro não empolga muita gente.

Basta lembrar o que aconteceu em 2018.

Portanto, basta de buscar o centro perdido.

Vamos, isto sim, buscar o eleitor perdido da esquerda.

E vamos fazer de tudo para derrotar Bolsonaro agora e antecipar as eleições presidenciais.

Pois esperar até 2022 vai custar a vida de centenas de milhares de brasileiros.

Sem falar no risco do cavernícola se recuperar.

A não ser, é claro, que achemos que a eleição de 2018 foi legítima, que o presidente e seu governo não são genocidas, que o Brasil, o povo e as liberdades democráticas estariam mais bem servidas se a eleição for apenas em 2022.

(*) Valter Pomar  é professor e membro do Diretório Nacional do PT


(**) Textos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da tendência Articulação de Esquerda ou do Página 13.

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