Por Valter Pomar (*)
Confirmaram presença Michel Temer, Fernando Henrique, Luciano Huck, José Sarney, general Santos Cruz, Bruno Araújo (presidente do PSDB), Tasso Jereissati, Cristovam Buarque, Marta Suplicy, Roberto Freire, José Aníbal, outros e outras.
Confirmaram presença em um ato pelo impeachment?
Não!
Confirmaram presença em um ato pelo Fora Bolsonaro?
Não!
Confirmaram presença em um ato “em defesa da vida, da vida e proteção social”.
Parece piada.
Mas não é piada.
Pois também confirmaram presença neste ato Marina Silva, Ciro Gomes, Márcio França, Flávio Dino e muitos comunistas.
Para eles, é a materialização prática da Frente Ampla. Portanto, estão fazendo algo coerente com o que propõem, concordemos ou não com a tal “frente ampla”.
Mas também confirmaram presença Fernando Haddad e alguns petistas, além de Boulos e Freixo.
Para estes, é a expressão da “teoria das duas frentes”, uma frente ampla pela democracia e uma frente de esquerda para lutar pelo futuro. Demonstrando que tanto no PT quanto no PSOL, seguem convivendo duas táticas na luta contra o bolsonarismo.
Estes setores do PT e do PSOL não percebem que estão fazendo uma “frente” com quem não tem nenhum compromisso com a democracia. Pois se aqueles “aliados” tivessem algum compromisso com a democracia, fariam autocrítica na prática e defenderiam pelo menos o impeachment.
No que isso vai dar?
Pode não dar em nada, como não deram em nada, até agora, ensaios como aquele patético manifesto Juntos em torno da “lei e da ordem”.
Mas também pode dar em alguma coisa.
Por exemplo, numa saída com Mourão.
E na cooptação daqueles setores de esquerda (inclusive do PT) que parecem ansiosos por fazer, em 2020, aquilo que os setores consequentes da esquerda não aceitaram fazer entre 1980 e 1989: ser a quinta roda do carro da burguesia-dita-liberal.
(*) Valter Pomar é professor da UFABC membro do Diretório Nacional do PT
PS: 15h28, a jornalista Monica Bergamo informou que Michel Temer e José Sarney desistiram de participar.