JAE de Mato Grosso realiza acampamento para formação política

JAE de Mato Grosso realiza acampamento para formação política

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JAE de Mato Grosso realiza acampamento para formação política

JAE de Mato Grosso realiza acampamento para formação política

Por Diogo Correia (*)

A juventude sempre teve papel fundamental nas revoluções e nas lutas populares travadas pela classe trabalhadora ao redor do mundo, geralmente é a força motriz de ocupação das ruas e dos principais espaços de luta, a principal propulsora de agitação e propaganda popular. Já é tradição no Brasil a unificação entre estudantes e trabalhadores, sobretudo a partir da luta contra a Ditadura Militar. Com este entendimento, a Juventude da Articulação de Esquerda de Mato Grosso (JAE-MT) mobilizou o Acampamento JAE, realizado entre os dias 21 e 23 de abril, na chácara do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos da UFMT (SINTUF) – ao qual devemos nossos agradecimentos, localizada nas proximidades de Cuiabá.

As atividades do acampamento visaram formação política com debates, análise de conjuntura regional e nacional, sarau cultural e socializações, no intuito de formar um corpo militante politizado, amplo, que direcione uma luta efetiva pelas transformações políticas necessárias à classe trabalhadora no estado de Mato Grosso e nacionalmente.

O acampamento reuniu a juventude trabalhadora e estudantil de todo o estado, sendo aberto para pessoas de fora do partido e em aproximação, além dos companheiros e companheiras do PT e MST. Realizamos mesas, que a seguir serão resumidas, sobre temas considerados fundamentais, para depois separar a companheirada em grupos de trabalho (GTs).

Na atividade 1 (Nossa História, Lutas e Conquistas), foi discutido o processo de formação de nossa tendência petista, Articulação de Esquerda (AE), levando em consideração as perspectivas de seu surgimento, como nossa militância entende o PT, proporcionando um direcionamento aos rumos que acreditamos que devem ser tomados pelo partido, para que a organização da classe trabalhadora consiga, efetivamente, promover as transformações políticas no país e em Mato Grosso, de acordo com seus interesses legítimos. Mesa foi conduzida por militantes da JAE-MT.

Na atividade 2 (Movimentos Sociais), debatemos sobre os movimentos sociais dos trabalhadores do campo e das cidades, demonstrando a importância da união dos trabalhadores em ambos os espaços distintos, tendo em vista que temos um inimigo em comum: o capital financeiro, na figura dos patrões, grandes empresas. A mesa teve como convidados: membro da direção nacional e também do Coletivo LGBT do MST (por MT), e pelo presidente da CUT-MT.

Na terceira atividade (Jornada Socialista), foi feito um panorama histórico das lutas populares desde a invasão portuguesa em território brasileiro, dando enfoque às lutas dos escravizados pela acumulação primitiva de capital, imposta pelos europeus, no período colonial e depois no império, e também à organização popular em torno dos movimentos sociais e sindicatos na luta contra a Ditadura Militar. Atividade foi promovida por meio de intervenções culturais, conduzidas pela companheirada do MST.

A atividade 4 (Movimento Estudantil), teve a ideia de demonstrar a importância do Movimento Estudantil nas lutas populares desde a Ditadura Militar até a atualidade. Por isso deve ter um papel combativo e de mobilização com as bases, tendo em vista que grande parte dos estudantes em instituições públicas de ensino do país são pertencentes à classe trabalhadora. A mesa teve como convidado um antigo companheiro que participou do processo de fundação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) durante a Ditadura Militar, também participado da reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE), sobretudo no estado de Mato Grosso, após o congresso de Salvador, responsável por tal feito. Hoje o companheiro ocupa cargo no Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público – subsede Cuiabá, entidade que também devemos todos os nossos agradecimentos.

Já na quinta atividade (Agitação e Propaganda), foi feita uma oficina com a ideia de demonstrar como funciona o curso AGITPROP do MST, enfatizando o uso estratégico destas que a esquerda e a classe trabalhadora devem ter, dando forma mais contundente e proporcionando maior fortalecimento da luta. Atividade foi conduzida por membra do Diretório Estadual e do Coletivo de Juventude do MST-MT.

Os acontecimentos do acampamento nos mostram uma considerável proximidade entre a JAE-MT e o MST – ao qual agradecemos imensamente, e com certeza, isto não ocorre à toa. A relação com os companheiros e companheiras do movimento é estratégica no estado de Mato Grosso, tendo em vista que o agronegócio é muito bem estruturado na sociedade mato-grossense, com seu modo de produção de comodities para o capital financeiro interacional sendo o maior e um dos mais lucrativos do mundo, representado por uma burguesia agrária que descende este seu poderio político e econômico desde a época da colonização portuguesa. Por isso a luta por reforma agrária popular tem papel fundamental na luta da classe trabalhadora no estado.

Nesse sentido, buscamos articular este intercâmbio com o MST, para que eles nos passem e nos ensinem as perspectivas da luta no campo, e nós da cidade. Deve sempre ter caráter de importância, também, a união dos trabalhadores do campo e das cidades, possibilitando maior e melhor organização, articulação e força combativa da classe trabalhadora em todo o país.

Os resultados da atividade de formação política foram positivos, já que, até para os organizadores, este foi o primeiro evento de formação desde antes do início da pandemia. Desta maneira, conseguimos recuperar gradualmente nossa mobilização e articulação política com as bases. Desaprendemos muito, em algumas áreas precisamos avançar, porém a JAE-MT sai fortalecida do acampamento promovido. Se quisermos ampliar a luta da classe trabalhadora e promover um partido com luta de classes, devemos levar muito em consideração as atividades de formação política para nossos militantes e pessoas que eles possuem influência em suas comunidades (bairros, escolas, espaços de socialização, etc.) Somente desta forma alcançaremos as transformações políticas necessárias para os trabalhadores e trabalhadoras de todo o país.

Confira mais algumas imagens do acampamento:

 

(*) Diogo Correia é integrante da Executiva da JAE-MT

 

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