Lula, Belford Roxo, Caxias e a tática eleitoral do PT para o estado do RJ

Por Olavo Brandão Carneiro (*)

Dia seis de fevreiro o presidente Lula foi à cidade de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para inaugurar uma escola municipal com o nome de seu neto, uma homenagem da cidade governada pelo prefeito Waguinho.

A escola se torna um símbolo antagônico à escola em Duque de Caxias com o nome do pai de Jair Bolsonaro, uma iniciativa do prefeito Washington Reis. Vale lembrar que Reis coordenou a campanha do genocida em 2022 no estado do RJ, e foi lá onde se constatou a adulteração da carteira de vacinação do ex-presidente.

Ainda me surpreende que haja gente no PT considerando aceitável apoiar Reis e sua família nas eleições de 2024.

Aliás, é bom recuperarmos os movimentos eleitorais de setores do PT em 2020.

O prefeito Waguinho é apresentado como exemplo de uma suposta bem-sucedida tática eleitoral que desloca bolsonaristas para o Lula, mas ele é a exceção e não a regra.

Em 2020, setores do PT-RJ defenderam e, em alguns casos, aprovaram apoiar, entre outros:

• Marcelo Delaroli/PL para prefeito de Itaboraí, com o PT na vice.

• Washington Reis/MDB para prefeito de Duque de Caxias.

• Rogério Lisboa/PP para prefeito de Nova Iguaçu.

• Cláudio Castro para governador.

• Waguinho para prefeito de Belford Roxo.

Desses, apenas Waguinho apoiou Lula no segundo turno de 2022. Os demais foram e são cabos eleitorais do Bolsojoias. Portanto, apoiar bolsonaristas é fortalecer os inimigos politicamente e programaticamente, enfraquecendo o campo democrático e popular.

Por isso, em 2024, como disse Lula em dezembro na Conferência Nacional Eleitoral em Brasília, o PT deve ter muitas candidaturas próprias, mesmo com limitações orçamentárias. Isso permite defender nosso programa e nossos valores de sociedade para disputar hegemonia na perspectiva de longo prazo e permite potencializar a eleição de vereadores.

(*) Olavo Brandão Carneiro Executiva Estadual do PT-RJ Secretário de Formação Política

3 respostas

  1. Partindo do discurso de Lula na Conferência Nacional Eleitoral, devemos pensar e amadurecer ea idéia de candidatura própria no município do Rio de Janeiro, fortalecendo nosso Partido e nosso campo, até porque não temos que ser coadjuvante deste que não respeita os trabalhadores e seus direitos. Partindo deste princípio, o PT não pode esquecer suas origens por cargos em uma administração que nada tem a ver conosco, seja na Saúde, Educação e ou Assistência Social, embora o secretário da pasta da Assistência seja do PT.
    A militância repudia esses acordos como moeda de troca contra os trabalhadores.
    Marinaldo Santos é Presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado do Rio de Janeiro, Conselheiro do CMS e Servidor da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro

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