Lula, Freixo e Ceciliano: uma unidade tática

Por Articulação de Esquerda (RJ)

A Declaração Politica da Articulação de Esquerda, aprovada em seu 7º Congresso Nacional, afirma que o destino do Brasil depende das eleições de outubro de 2022. Uma vitória eleitoral ou golpista do cavernícola aprofundaria a destruição de nossas liberdades democráticas, degradaria ainda mais a situação social, reduziria nossa soberania nacional, reafirmaria a opção do projeto de pais primário-exportador da classe dominante e bloquearia nossas perspectivas de desenvolvimento, tendo em vista a aplicação aprofundada do receituário neoliberal da chamada ”Ponte para o Futuro”. Já a vitória de Lula abrira a possibilidade de construirmos um Brasil com liberdades, bem-estar social, soberania e desenvolvimento a serviço da maioria do povo brasileiro. Por isso, defendemos que a campanha de Lula assuma um caráter de massas e que no 16 de agosto — primeiro dia oficial de campanha — ocupemos as ruas em todo o país, realizando um ato nacional unificado da campanha Lula presidente, sem medo de ser feliz!

É diante desse contexto que também irão se realizar as eleições. No Rio de Janeiro, berço do bolsonarismo, os eleitores terão que decidir se buscam com Freixo a superação do desastre social provocado pelas políticas neoliberais e a retomada da democracia, ou se confirmam o poder fluminense orquestrado pela extrema-direita, mantendo o Governo do estado nas mãos de Claudio Castro, que elevou o Rio ao patamar do estado que apresenta o maior número de desempregados e o segundo em número de pessoas em situação de rua no pais. Nesse sentido, fica evidente a encruzilhada histórica: ou optamos pelo desenvolvimento com distribuicão de renda e democracia, ou permaneceremos mergulhados na escuridão e barbárie, provocadas pelo neoliberalismo e autoritarismo.

Não bastasse a luta externa, recentemente grandes polêmicas têm sido suscitadas no debate sobre as candidaturas no campo da esquerda para enfrentar a agenda neoliberal-conservadora e o bolsonarismo no estado. Para o Governo do estado temos, de um lado, o nome do Marcelo Freixo, apoiado pelo Partido dos Trabalhadores. Mas, rondam nos bastidores, e até publicamente, movimentações dissidentes defendendo outras opções como o nome de Rodrigo Neves, chegando-se ao limite de proposições como a liberação da militância do Partido para votar em quem desejar. No que diz respeito aos nomes para o Senado, a situação é mais complexa e tensa, tendo em vista que o PT defende o petista Ceciliano, mas encontra resistência no Partido Socialista Brasileiro que apresentou oficialmente a indicação de Molon para o mesmo posto na Chapa, contrariando o acordo nacional estabelecido entre o PT e o PSB.

CONCORDAMOS COM O LULA

A tendência petista Articulação de Esquerda/RJ, sob orientação da perspectiva da luta de classes, renunciando o debate de fundo personalista, a partir de decisão da Plenária Estadual realizada no dia 16 de julho, confirmou o nome de Freixo e Ceciliano, enquanto uma unidade tática, considerando que esta é a única opção possível para uma alternativa de esquerda e para a eleição de Lula presidente, com possibilidades reais de vitória, contra as mazelas genocidas, antidemocráticas e neoliberais do atual candidato e governador Claudio Castro.

Esta foi a posição política de Lula, reafirmada em vídeo compartilhado nas redes sociais (https://youtu.be/p49S3VyXERA), honrando o compromisso com a chapa Freixo/Ceciliano e contrariando as movimentações daqueles que, desesperados, mutilaram propositalmente a fala do Presidente Lula, no intuito de omitir a candidatura de Freixo no Rio de Janeiro como a única apoiada pelo Partido dos Trabalhadores.

A Articulação de Esquerda do Rio de Janeiro entende que a decisão do PSB em aprovar a candidatura do Molon, um lavajatista de carteirinha, é uma ruptura unilateral do acordo estabelecido com o PT. Mas esta decisão não pode servir de pretexto para, através de uma narrativa vingativa e malabarismos políticos, ignorar a tática eleitoral aprovada e encaminhada nacionalmente e no estado e promover a divisão na esquerda e no PT.

REAFIRMAR A OPOSIÇÃO AO GOVERNO CASTRO

O Partido dos Trabalhadores e seus candidatos, inclusive ao Senado, devem ter uma postura firme de oposição ao Governo Claudio Castro. Este é um Governo, que além de privatista, com várias denúncias de corrupção, que usa descaradamente a máquina pública para fins eleitorais, é autoritário e sangrento, que trava, incessantemente, uma guerra contra os pobres e a população negra. Expressão desta agenda genocida foi a última chacina do Alemão onde morreram 18 pessoas, que somadas ao extermínio no  Jacarezinho (28 pessoas) e na Vila Cruzeiro (25), totaliza 71 vítimas das chacinas engendradas por este Governo no estado.

Sabemos que a extrema-direita e o bolsonarismo não desaparecerão com a vitória de Lula, mas a derrota do Governo Claudio Castro nas urnas é a derrota de Bolsonaro no estado. Abre a possibilidade de avançarmos contra o extermínio da população negra, as políticas neoliberais, o bolsonarismo, a sanha privatista, a militarização e o ataque aos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores

Por isso, o PT e as demais forças de esquerda não podem titubear na defesa de um estado democrático, que defenda a vida, o trabalho e o desenvolvimento social sustentável, com participação social.

No Rio, somos Lula Presidente, Freixo Governador, Ceciliano Senador!

Tendência Petista Articulação de Esquerda (RJ)

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