Editorial do Jornal Página 13 ( n°247)
No primeiro turno, tivemos 6 milhões de votos a mais. E seguimos liderando as pesquisas no segundo turno. Entretanto, o inimigo é poderoso, não desistiu da luta, desencadeou uma ofensiva nas redes e fará certamente uma ofensiva nas ruas, especialmente no dia da eleição.
Grandes empresas que fazem anúncios e vendas por internet estão dando carona para propagandas bolsonaristas. Em milhares de empresas os patrões estão ameaçando os trabalhadores, fazendo pressão ilegal e criminosa.
Para derrotar eles, triunfar e eleger Lula, nós temos que contra-atacar de várias formas.
Ampliar a mobilização. Tem que ter gente na rua o tempo todo e tem que conversar com as pessoas. Muita gente indecisa é alvo de abordagem pessoal pelo lado de lá, pelas redes sociais, pelo pastor e pelo empresário. Do nosso lado, é preciso combate dia a dia nas redes e nas ruas e, também, buscar fazer conversas corpo-a-corpo, nos locais de trabalho, estudo, moradia, transporte, lazer. Onde possível, fazendo visitas de porta-em-porta.
Ampliar o visual. Tem que colocar bandeiras e toalhas nas janelas e nos carros, tem que vestir vermelho, sair com adesivos na camisa e nos bolsos, para dar a quem pedir. Sabemos que muita gente está com medo, mas é preciso escolher: se o medo prevalecer agora, viveremos com medo por muitos e muitos anos.
Convocar reuniões para organizar a reta final. Em âmbito nacional já foram convocadas duas atividades nacionais, nos dias 23 e 24 de outubro. É importante fazer atividades também estaduais e municipais e por categorias.
Planejar em detalhe a reta final e o dia da eleição, inclusive para que não se repita o ocorrido no primeiro turno. Não dá para ter carros e bandeiras do lado de lá, circulando em grande quantidade, enquanto nosso povo está na clandestinidade visual. Nosso eleitor precisa chegar e ver que não está só, precisa ver que somos maioria.
Preparar um “plano b” para os casos em que a direita tente sabotar o transporte e a votação. Eles já sabem onde recebemos mais votos no primeiro turno. Está fácil para eles, portanto, identificar onde sabotar.
Sugerimos para a direção da campanha convocar uma atividade nacional simultânea, em que Lula esteja numa cidade, mas fale através das redes para comícios reunidos em todas as cidades do país. É preciso fazer um abraço nacional, uma atividade nacional, um momento de celebração pelo futuro do nosso país.
Acentuar a defesa da pauta do povo, dos interesses dos pobres contra os ricos, da classe trabalhadora contra a elite. Para vencer a eleição precisamos ressaltar a identidade de classe entre Lula e a maioria de nosso povo.
Enfatizar as medidas favoráveis a todos os segmentos da classe trabalhadora, por exemplo os que recebem mais que dois salários-mínimos por mês. E incluir em nosso discurso, com muito mais ênfase do que foi feito até agora, a defesa do futuro que queremos para o Brasil. Não basta falar do legado. Não basta falar das propostas. Vamos falar com mais força acerca do futuro. Contrapor o Brasil que queremos, ao “brazil” que eles estão “con-destruindo”.
É isso que esperamos do companheiro Lula, no último debate de TV, e também esperamos o mesmo dos últimos programas no horário eleitoral de rádio e TV: falar com o povo, não com o cavernícola.
Podemos vencer e vamos vencer, se toda nossa maravilhosa militância sair às ruas, se formos com tudo para cima e se colocarmos no centro do debate a pauta do povo.
Não esquecendo que se tudo correr bem, se vencermos nas ruas, será necessário também garantir a vitória, garantir a posse e governar. O melhor, portanto, ainda está por vir.
A direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda