Publicado originalmente pelo Opera Mundi
Bloqueios de estradas completam 11 dias consecutivos contra adiamento das eleições gerais na Bolívia
A greve geral e os bloqueios de estradas organizados pela Central Operária Boliviana (COB) e movimentos sociais ligados ao Pacto de Unidade completam 11 dias consecutivos nesta quinta-feira (13/11). Os manifestantes mantém as mesmas reivindicações, entre elas a oposição contra o adiamento das eleições gerais.
Rodovias em Santa Cruz, San Julián, Yapacaní e rotas para Cochabamba permanecem fechadas e ocupados por militantes, que também exigem a renúncia da presidente autoproclama Jeanine Áñez, que assumiu a presidência após o golpe de Estado que derrubou Evo Morales, que havia sido reeleito em outubro de 2019 para um novo mandato.
Em San Julián, a entrada e saída da cidade permanecem bloqueadas. Outras duas vias que dão acesso à Santa Cruz também estão fechadas. Ao mesmo tempo, uma rodovia de acesso à capital de Santa Cruz foi liberada na quarta-feira (12/08), permitindo a entrada de veículos.
Em Yapacaní, há três pontos bloqueados, um deles na região de Santa Fé. Em decorrência do fechamento das vias, caminhões permanecem sem autorização para prosseguir viagem.
Wilson Cáceres, integrante da Confederação Sindical de Comunidades Interculturais da Bolívia, disse ao jornal El Deber que reuniões estão sendo realizadas para definir quais caminhos as mobilizações iram continuar tomando. Outras estradas podem ser fechadas nas próximas horas.
Eleições
Na noite desta quarta-feira, o Senado boliviano aprovou uma lei que fixa a data de 18 de outubro como limite para ocorrer as eleições gerais. “18 de outubro é o prazo máximo que o TSE tem para realizar as eleições gerais, este prazo tem caráter urgente, imutável e definitivo”, afirmou o vice-presidente do Senado, Milton Barón.
A medida é uma tentativa de responder uma proposta da COB e do Pacto de Unidade que propuseram formalmente ao Tribunal e à Assembleia Legislativa uma mudança eleitoral, pedindo que as eleições aconteçam no dia 11 de outubro.
O dirigente da central, Juan Carlos Huarachi, disse que os movimentos estavam dando 24 horas para uma resposta das partes, afirmando que, se aceita a proposta, os bloqueios serão “desmobilizados imediatamente”.
As eleições presidenciais bolivianas estavam previstas para acontecer, inicialmente, no dia 3 de maio. No entanto, foram suspensas pelo TSE após Áñez decretar quarentena devido à pandemia do novo coronavírus na Bolívia em março. Outras duas datas foram anunciadas: no começo de agosto, depois para 6 de setembro e agora para 18 de outubro.