Vilma Reis
A Articulação de Esquerda saúda a companheira Vilma Reis por sua garra e disposição para a luta, demonstrada durante toda sua pré-campanha à prefeitura de Salvador pelo PT. Apoiamos a companheira nessa jornada, por compreender que sua pré-candidatura representava para o partido uma reorientação estratégica que sempre defendemos: o rompimento com a estratégia de conciliação e apresentação de um programa popular e democrático para Salvador, centrado nas classes trabalhadoras e na população periférica da cidade.
Com forte apelo coletivo, advindo dos movimentos sociais, a pré-candidatura de Vilma representou e seguirá representando um sopro de esperança dentro do PT, pelo seus fortes vínculos com as lutas feministas e antirracistas e um desejo intenso de transformação da sociedade. Vilma é uma grande representante das lutas contra a precarização do trabalho, a misoginia, a LGBTfobia, o encarceramento em massa e o genocídio do povo negro, atuando também em defesa dos povos tradicionais, trabalhadores informais, população de rua, dentre outras lutas. Em resumo, uma grande lutadora pelos Direitos Humanos.
Com a sua pré-candidatura, pudemos obter grandes vitórias políticas, trazendo para o centro do debate o racismo estrutural e a privatização dos espaços públicos. Conseguimos também derrotar a tentativa de enxertar no partido um pré-candidato oriundo do carlismo e adepto da privatização da cidade.
Desde o princípio sabíamos que pela frente nos aguardava um caminho longo e tortuoso, e que apenas com um grande apoio da militância teríamos condições de ter êxito nesta caminhada. Uma pré-candidatura sem o apoio das correntes majoritárias, mas com ampla adesão da base partidária; essa foi a tática que nos norteou durante esse processo. Fizemos todos os diálogos necessários, com todas as forças e lideranças políticas, sem abrir mão da coerência programática e da radicalidade democrática da pré-candidatura.
Num dado momento, defendemos as prévias partidárias como instrumento de escolha da pré-candidatura. Diante do resultado negativo, consideramos um grande retrocesso a decisão tomada pelo diretório municipal de realizá-la num Encontro de Tática eleitoral. Mesmo assim, acreditamos que o debate partidário é imprescindível para uma decisão como essa, e consideramos um grande equívoco a redução do número de debates entre as pré-candidaturas, limitado a apenas um, e sem a participação da pré-candidata escolhida posteriormente no encontro. É sintomático que após elegermos um presidente estadual do partido sem que este houvesse falado publicamente aos congressistas, tenhamos uma pré-candidatura à prefeitura que não tenha participado do debate entre pré-candidat@s, limitando-se a uma live com o presidente municipal do partido.
No encontro de tática, além da pré-candidatura de Denice, foi votada também a política de alianças que reproduz a base aliada do governo estadual, à qual nos opusemos durante o congresso estadual do partido e seguimos nos opondo. Acreditamos que nosso campo de alianças deve ser à esquerda, valorizando nossos aliados históricos, ao trazer para Salvador um programa de defesa dos direitos dos trabalhadores, por uma cidade de direitos. A aliança com a centro-direita, aqui hegemonizados pelo PP e pelo PSD, traz-nos uma série de rebaixamentos programáticos que desfiguram o programa petista, alimentando aliados parasitas e afiando seus punhais para que possam, assim como fizeram na esfera federal, nos acertar pelas costas. Portanto, mais do que a escolha de um nome, o encontro teve como resultado a manutenção da estratégia de conciliação e o consequente rebaixamento programático do partido.
A política de alianças deliberada pelo encontro coloca em xeque a luta pelos direitos dos trabalhadores, de natureza antirracista, feminista, pois não se orienta a partir de um programa popular e democrático, que acumule para a estratégia socialista e a superação das desigualdades estruturais que caracterizam o sistema capitalista.
Daqui em diante temos a missão de derrotar o bolsonarismo e o projeto golpista implantado a partir de 2016, com o golpe de estado contra Dilma Rousseff, representado em Salvador pelo carlismo. Temos também a missão de ampliar a bancada de vereadores do Partido dos Trabalhadores na cidade para defender na Câmara os direitos do nosso povo. Acreditamos que apenas com um programa radical de transformação, centrado nas necessidades da população e dialogando com o legado dos governos petistas, conseguiremos obter êxito.
Com a estrela vermelha no peito e a força das nossas bandeiras, conseguiremos trazer para Salvador o modo petista de governar e transformar a política dessa cidade.
Viva a Vilma Reis!
Viva a luta dos trabalhadores e trabalhadoras! Vida longa ao PT!
Articulação de Esquerda Salvador – 29/04/2020