Publicamos, a seguir, o editorial do Jornal Página 13 deste mês! Para acessar e ler o jornal na íntegra, clique aqui. Boa leitura!
O remédio universal!
A pandemia pode ser derrotada com ajuda emergencial, medidas sanitárias, vacinação e Sistema Único de Saúde. Bolsonaro atuou contra tudo isto. Foi contra a ajuda emergencial, reduziu o quanto pode seu valor e abrangência, atrasou sua distribuição. Além disso, Bolsonaro foi e continua trabalhando contra medidas sanitárias básicas, como o uso de máscaras e o distanciamento social. Como se não bastasse, trabalhou pela “imunização de rebanho” – o que nos custou centenas de milhares de vidas – e prejudicou a obtenção e a fabricação de vacinas. Para completar, estrangula financeiramente e contribui para a destruição do SUS.
A pandemia vai passar, mas a destruição causada por Bolsonaro vai continuar nos afetando por muito mais tempo. Bolsonaro está trabalhando ativamente para nos converter definitivamente numa nação primário-exportadora, fazendo nossa economia depender da importação de produtos industriais fabricados fora daqui. O Brasil já foi primário-exportador, quando ele tinha 40 milhões de habitantes. Hoje o Brasil tem mais de 210 milhões de habitantes. Sem indústria, não haverá empregos de qualidade para tanta gente. Sem indústria, não haverá como financiar políticas públicas de qualidade para tanta gente. A miséria, a fome, o desemprego vão crescer cada vez mais. E para conter a revolta inevitável, a questão social vem ser convertida em caso de milícia, polícia e repressão por parte das Forças Armadas.
Os que fizeram o golpe de 2016; os que condenaram/prenderam/interditaram a candidatura de Lula; os que fraudaram a eleição de 2018; os que votaram em Bolsonaro no primeiro ou no segundo turno; os que apoiaram seu governo e suas políticas desde 1 de janeiro de 2019, são cúmplices ativos dos males praticados pelo governo Bolsonaro. O cavernícola não está sozinho: tem o apoio de parte importante do grande empresariado, dos meios de comunicação, do congresso nacional, das Forças Armadas e policiais, das igrejas conservadoras, dos “coxinhas de classe média”. Não basta derrotar Bolsonaro, é preciso derrotar seus aliados. E impedir que os aliados de ontem se mantenham no poder, para continuar praticando o bolsonarismo sem Bolsonaro.
É bom lembrar, sempre, que Bolsonaro não teria sido eleito, se Lula tivesse sido candidato. E Lula teria sido candidato, se a Constituição tivesse sido respeitada. Mas só em 2019 o Supremo Tribunal Federal lembrou que a Constituição existe. A vitória de Bolsonaro é produto de uma fraude baseada num crime contra a Constituição. E desde que tomou posse até hoje, Bolsonaro cometeu inúmeros outros crimes, o principal dos quais é o de ter contribuído ativamente e passivamente para o assassinato deliberado e consciente de centenas de milhares de brasileiros e brasileiras. Não foi a COVID-19, foram o governo federal e seus aliados os responsáveis pelo genocídio. E mais gente morrerá de vírus, de bala, de frio e de fome, se Bolsonaro não for afastado.
Por tudo isto e muito mais, não podemos esperar 2022: temos que fazer de tudo para afastar Bolsonaro, seu governo e suas políticas JÁ! Até porque não devemos nos iludir com as pesquisas: em 2018 Lula também liderava as pesquisas e sabemos o que eles fizeram. Não queremos apenas tirar Bolsonaro. É preciso derrotar sua política e colocar no lugar um programa de reconstrução e transformação nacional, que afirme nossa soberania nacional, que construa bem estar social para toda a população brasileira (e não apenas para quem tem dinheiro), que gere desenvolvimento com industrialização, que garanta ao povo as liberdades necessárias para decidir os rumos do Brasil.
Para que o país tenha soberania e desenvolvimento, bem estar e liberdades, para derrotar todos os obstáculos, para afastar Bolsonaro e seus aliados, inclusive os aliados de ontem que hoje fingem que são oposição desde criancinhas, só há um remédio: povo na rua.
Povo na rua é bom inclusive para fortalecer o ânimo e radicalizar gente de esquerda que prefere um péssimo acordo a uma boa briga.
Viva o povo, via a classe trabalhadora, viva quem luta!
Os editores