Por Fausto Antonio (*)
Epigrafia contra o golpe e golpistas.
O governo Lula está sitiado e corre risco de golpe. A burguesia branca brasileira e o imperialismo não querem um governo nacionalista e soberano.
Os BRICS serão enfrentados por uma política golpista unificada pelos EUA. Além de China e Rússia, o Brasil e o governo Lula serão atacados e golpeados. É preciso mobilização, defesa do governo Lula e defesa da soberania nacional e popular.
O primeiro de maio de 2023, Dia da Classe Trabalhadora, teve ter apenas um ponto ou bandeira única. CUT, PT, MST e a esquerda de conjunto devem organizar atos, no Brasil todo, para enfrentar e encurralar a burguesia branca brasileira e o imperialismo. São fundamentais atos gigantes nas grandes cidades e redutos da classe trabalhadora.
Trata-se da defesa da soberania nacional e do governo democrático e popular encabeçado pelo PT e Lula. A bandeira única deve ser erigida e erguida contra o golpe em curso. O governo Lula está sitiado. A propósito dessa realidade conjuntural, é aconselhável olharmos a posição explicitamente golpista do Banco Central, da imprensa capitalista e dos militares.
No interior do governo eleito em 2022, existem forças dispostas a minar os esforços e as corretas intervenções de Lula. É preciso, neste sentido, retirar todos os militares e quadros bolsonaristas das instituições do governo atual. Cargos de confiança são exclusividades e prerrogativas de quem ganhou a eleição. Há ainda o Congresso e Senado que atuam para paralisar o governo.
Só a mobilização, a campanha nacional e o plebiscito revogatório poderão retirar a autonomia do Banco Central. No caso em discussão, a autonomia é a total submissão ao controle único da burguesia branca brasileira e da estratégia golpista em curso. A iniciativa do fim da pseudo autonomia deve partir das ruas e da convulsão popular. Cabe ao movimento, atiçado e organizado no chão da sociedade brasileira, a iniciativa das políticas radicais e/ou de enfrentamento à burguesia e ao imperialismo.
No momento seguinte, depois de amplo processo de mobilização e discussão, cabe ao governo, com reiterado apoio popular, desfazer, via campanha e plebiscito democrático e soberano, o rosário de políticas antipovo e privatistas aprovadas pelos governos Temer e Bolsonaro.
Não se trata tão somente de apoio ao governo eleito democraticamente. A organização e a mobilização, convulsionadas pelas ruas, têm a tarefa de expressar uma hegemonia contra a burguesia branca e o imperialismo que se apresentam, de modo articulado no plano nacional e internacional, para impedir a governabilidade soberana e/ou voltada aos interesses do Brasil.
No plano internacional, marcado pela política bélica, golpista e totalitária dos EUA e do imperialismo, o alvo central é a China e, por igual relevância, os BRICS; o que arrasta o Brasil para o foco de ataques igualmente.
Internamente, no caso de derrocada do governo Lula, através da violência de golpe de Estado, o país ficará à disposição do Partido Militar e/ou da extrema direita fascista que, desde sempre, recebeu e receberá novamente o apoio das instituições do Estado brasileiro e da direita, que se intitulam democráticas.
13 de Maio contra o golpe branco
Ainda no mês de maio de 2023, nos atos organizados pelos movimentos negros e pelo antirracismo, o 13 de Maio, Dia Nacional de Luta e Denúncia ao Racismo, deve sustentar a mesma política contra a burguesia branca e racista e o imperialismo que, no caso de golpe, reafirmarão e ampliarão o racismo, a violência policial e o genocídio negro.
(*) Fausto Antonio é escritor, poeta, dramaturgo e professor da Unilab – Bahia.