Por Valter Pomar (*)
Domingo 29/3 a CEN do PT rejeita, por maioria, o Fora Bolsonaro.
Alguns dos motivos: na atual correlação de forças, tirar Bozo seria colocar Mourão.
Na segunda 30/3, Haddad (e Gleisi) assinam um manifesto pedindo ao Bozo que renuncie.
A correlação de forças mudou?
Se Bozo renunciar assume quem mesmo?
Detalhe: o manifesto (ao menos na versão que recebi) traz as assinaturas dos candidatos de 2018, de presidentes dos partidos, de um governador (Dino) e de dois ex-governadores (Requião e Tarso, não sei por qual motivo Tarso é o único ex-governador petista, vai saber).
Dilma e Lula não assinam. Por qual motivo? Também não faço ideia.
Seja como for, o DN e a CEN não foram informados previamente do que estaria para acontecer.
O PT (sua principal instância dirigente) foi assim convertido em “partido de retaguarda”, por importantes dirigentes do PT.
Seja como for, pedir a renúncia é um reconhecimento de que este governo tem que acabar imediatamente.
Mas é um erro pedir a renúncia e não apontar uma alternativa.
Pois ao fazer isso, na prática sai pela porta a defesa de que Bozo pode ficar até 2022, mas entra pela janela o “Mourão até 2022”.
Sem falar que não será um pedido que fará o cavernícola sair da cadeirão.
Seja como for, este manifesto confirma que de tédio não morreremos.
Muito mais perigoso, além do vírus, é o Capitão Corona. Que não dá nenhum sinal de recuo, muito antes pelo contrário.
Motivo pelo qual segue urgente que o DN se reúna, assume o comando que lhe cabe e aprove uma saída política.
Pois este manifesto foi a pá de cal sobre a resolução do DN de 13-14/3 e a resolução da CEN de 29/3.
(*) Valter Pomar é integrante do Diretório Nacional do PT e professor da UFABC