Página 13 divulga resolução da tendência petista Articulação de Esquerda de Belo Horizonte.
Frente de Esquerda para derrotar o neoliberalismo nas eleições em Belo Horizonte
1. Em meio à pandemia, as eleições municipais se aproximam enquanto a situação atual do PT é preocupante. Belo Horizonte detém a terceira maior região metropolitana do Brasil e possui um histórico de prefeituras petistas. Tivemos aqui políticas em que a população foi valorizada e teve participação central, como no orçamento participativo. Com isso, o PT possui uma trajetória rica de construção de alternativas e soluções para a cidade. Sendo assim, é preciso que tomemos o protagonismo na construção de uma Belo Horizonte para a classe trabalhadora.
2. Precisamos de uma candidatura de esquerda que lute contra as políticas burguesas que são representadas pelo prefeito Alexandre Kalil e sua gestão, derrotando o neoliberalismo e o fascismo na cidade. Acreditamos ser possível construir uma cidade melhor e democrática. O cenário colocado não é de normalidade política para que os partidos e lideranças atuem de forma a atender seus interesses exclusivistas. Portanto, nos posicionamos para que o PT rompa com seu imobilismo público, com as conciliações à direita e construa, de fato, uma alternativa popular para Belo Horizonte.
3. O PT precisa construir um programa público que esteja pautado e orientado pelo conjunto da classe trabalhadora, bem como um nome combativo politicamente e competitivo eleitoralmente para disputa da cidade. Precisamos de alguém que proponha uma visão participativa de cidadania e uma cidade em que a população esteja acima do capital. Dessa maneira, consideramos que os companheiros Rogério Corrêa, Beatriz Cerqueira e André Quintão, dentre os nomes colocados até o momento, são os que mais agregam para a disputa em Belo Horizonte. Conhecemos suas histórias de luta e seus compromissos com a classe trabalhadora.
4. Para a construção interna da tática eleitoral e definição da pré-candidatura, defendemos que sejam seguidos os ritos estatutários do partido, com ampla participação da base partidária tanto no debate programático quanto na deliberação, a despeito da decisão anti estatutária da Comissão Executiva Nacional do PT, ao restringir a deliberação sobre nossas candidaturas aos membros do Diretório Municipal. Assim, propomos uma pesquisa eleitoral imediatamente, propomos a realização de um amplo debate deliberativo em um Encontro de Tática e em Convenção com a participação da base e da militância petista; que as datas sejam definidas e amplamente divulgadas; que os pré candidatos façam suas inscrições e sigam os ritos internos do partido. Tais deliberações não podem ser restringidas ao Diretório Municipal, sob risco de nos desmobilizarmos.
5. Há que se formar uma proposta de governo para Belo Horizonte à esquerda, pois devemos mostrar que é possível pôr em prática uma prefeitura que sirva à população e não a grandes empresários. Assim, o PT deve se abrir para alianças com partidos de esquerda e a construção de uma chapa única nas eleições em Belo Horizonte, já que precisamos nos unir num projeto para a cidade e não preceitos individualistas de cada grupo. Dessa maneira, devemos dialogar com PSOL, PCdoB, UP, PSTU, PCO, PSB e PDT para conseguir chegar num acordo de uma frente de esquerda, conforme afirma a Resolução da Comissão Executiva Nacional do PT, do dia 17 de janeiro de 2020. Dito isso, devemos buscar uma composição de chapa com as pré-candidaturas já colocadas, Áurea Carolina (PSOL), Wadson Ribeiro (PCdoB), Leonardo Péricles (UP) e, a partir desse diálogo, construir uma chapa combativa para a disputa em Belo Horizonte.
6. Repudiamos ainda qualquer tentativa de conciliação com o prefeito Kalil e sua gestão, seja por meio de uma coligação ou por uma candidatura que não esteja à altura do combate. Há setores do PT que se movimentam para um projeto de poder no qual o mais interessante é barganhar cargos na prefeitura do que lutar por um projeto coerente junto à classe trabalhadora. Vemos que a repercussão de uma possível aliança com Kalil, exposta pelo Deputado Federal Reginaldo Lopes, é um retrocesso para o partido e nega o nosso compromisso de transformação social. As tentativas de construir candidaturas inexpressivas, para apaziguar a disputa interna e abrir caminho para uma reeleição sem oposição, seriam péssimas para nosso partido.
7. Caso tenhamos uma candidatura própria, o candidato petista deve ser combatente, se posicionar pela esquerda e denunciar os vários descasos da prefeitura. Dessa maneira, uma candidatura não combativa e sem potencial eleitoral será um encolhimento do partido e mostrará uma incapacidade de diálogo e aproximação com o povo e com nosso campo. Vale ressaltar que a campanha de Reginaldo Lopes em 2016 foi desastrosa, buscando esconder os nossos símbolos partidários e seus significados, e negando debate com a militância, na contramão de nosso histórico.
8. Portanto, é necessária a formulação de um programa à esquerda, respaldado por uma candidatura competitiva e combativa do PT e que dialogue com uma frente de esquerda em Belo Horizonte. Queremos um PT de luta e que retome a gestão participativa e popular para BH, na busca de um horizonte socialista!
Viva a classe trabalhadora belo-horizontina, mineira e brasileira!
Por uma Belo Horizonte socialista!
Articulação de Esquerda – Belo Horizonte
Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores
10 de junho de 2020