A executiva nacional da tendência petista Articulação de Esquerda, reunida no dia 1 de setembro de 2024, aprova a seguinte resolução:
1.A principal tarefa nos próximos 35 dias é disputar e vencer as eleições municipais. Ampliar ao máximo a votação das candidaturas petistas e de outros setores da esquerda. Conquistar, já no primeiro turno, o maior número de prefeituras e vereanças. Levar ao segundo turno o maior número de candidaturas.
2.O principal meio para atingir os objetivos acima expostos é fazer campanha e conquistar o apoio dos setores que deram vitória à Lula e ao PT na eleição presidencial de 2022: a classe trabalhadora, com destaque para as mulheres, a juventude, negros e negras, moradores das periferias, os mais pobres, os nordestinos de nascimento, moradia e coração.
3.O principal obstáculo que enfrentamos vem daqueles que trabalham diuturnamente para impedir a implementação do programa vitorioso em 2022 e sua reeleição em 2026: de um lado a extrema-direita, de outro lado a direita tradicional, expressões políticas do agronegócio, do capital financeiro e dos interesses imperialistas no Brasil.
4.Estas duas direitas mantêm nosso governo sob a canga de um parlamento reacionário e de uma mídia capaz de tudo que enfraqueça a esquerda. São elas que bloqueiam uma reforma tributária progressiva e comemoram os cortes e contingenciamentos decorrentes da incorreta política de déficit zero. As duas direitas operam por manter a política de altos juros do Banco Central, mesmo após a nomeação de um novo presidente. São elas, também, que trabalham para dificultar as relações do Brasil com os governos progressistas e de esquerda – como da Venezuela – decisivos para nosso projeto de integração regional. São as duas direitas que operam para manter as relações com a China nas bases atuais, impedindo um salto de qualidade que opere a favor da nossa industrialização. São elas, por fim, que impedem as reformas estruturais necessárias para as liberdades democráticas, o bem-estar social, o desenvolvimento e a soberania nacional.
5.A esse respeito, o caso do X é didático. Não basta punir o empresário fascista. O Brasil precisa ter os meios tecnológicos e logísticos necessários para garantir total controle nacional sobre provedores e redes. E precisa ter uma política de comunicação pública capaz de derrotar o oligopólio privado e garantir uma verdadeira liberdade de informação. Mas para isso é preciso derrotar as duas direitas e os setores econômicos e sociais por elas representados.
6.Derrotar estes setores, nos próximos 35 dias, passar por ampliar ao máximo a votação no Partido dos Trabalhadores, no 13, nas candidaturas verdadeiramente de esquerda lançadas por outros partidos.
7.Em muitas cidades, a tática adotada por nosso Partido caminhou noutro sentido. É o caso, por exemplo, de Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), onde apoiamos candidaturas comprometidas com uma orientação política diferente da necessária. Há também cidades onde as candidaturas são petistas, mas escondem o PT, não defendem o governo Lula, não polarizam com as duas direitas, demonstrando estar mais preocupadas em dialogar com os setores médios do que em conquistar os votos do povão.
8.Uma tática contrária à necessária também está presente em várias áreas do governo federal, bem como em governos estaduais e municipais, nas bancadas parlamentares, nas direções do PT e demais integrantes da Federação, bem como em diversos movimentos sociais.
9.A força e a influência dos setores que operam na contramão do que é necessário para nosso triunfo em 2024 confirma a importância do PED 2025, no sentido de eleger uma direção partidária capaz de implementar outra estratégia e outro padrão de funcionamento partidário.
9.Entretanto, nos próximos 35 dias e no segundo turno, a tarefa central é vencer as eleições municipais. Até porque quanto melhor for o desempenho eleitoral do nosso Partido dos Trabalhadores, melhores as condições para a classe trabalhadora lutar por um Brasil democrático e popular. E melhores as condições para disputarmos os rumos do PT, em favor de uma estratégia socialista.