Página 13 publica o “Roteiro de Debate para o Diretório Estadual do PT de São Paulo de 30 de novembro de 2024” ( Roteiro de debate ). A direção estadual da tendência Articulação de Esquerda produziu um conjunto de proposições de emendas, que podem ser lidas abaixo, ou descarregadas aqui.
Às companheiras e companheiros do Diretório Estadual do PT de São
Recebemos agora há pouco o “Roteiro de Debate para o Diretório Estadual do PT de São Paulo de 30 de novembro de 2024”.
Seguem nossas emendas ao texto.
Emenda 1
Sugerimos que o texto seja aberto com uma saudação à militância, mais ou menos nos seguintes termos: “O balanço da atuação do PT nas eleições 2024 deve começar com uma saudação à toda a militância de esquerda, que defendeu nossas cores, nossa bandeira, nossas propostas e nossa estrela no primeiro turno e no segundo turno das eleições de 2024. As eleições municipais de 2024 demonstraram, mais uma vez, a necessidade de reconstruir nossa atuação militante junto às lutas cotidianas da classe trabalhadora. É desta atuação militante cotidiana que dependeu, depende e continuará dependendo a vitalidade e o futuro do nosso Partido e da classe trabalhadora brasileira”.
Emenda 2
Propomos alterar o que é dito no ponto 4 do texto. Lá está dito o seguinte: “4. O PT conquistou 252 prefeituras, representando um crescimento de 37% em relação a 2020. Conquistamos 13 prefeituras de cidades acima de 100 mil eleitores e 6 nas cidades com mais de 200 mil eleitores, sendo uma capital, Fortaleza. Em termos de população, passamos a governar pouco mais de 10 milhões de pessoas a nível municipal, cerca de 5% da população, ante 6 milhões após as eleições de 2020. Elegemos 3.118 vereadores no pleito de 2024, ante 2.668 em 2020, um crescimento significativo. O resultado representa um crescimento importante do partido, mas aquém do que se esperava”.
Propomos que se diga o seguinte: “4. O PT conquistou 252 prefeituras, representando um crescimento de 37% em relação a 2020. Mas, quando levamos em consideração o porte das cidades, verificamos que nosso progresso em números absolutos se deu nas cidades pequenas: conquistamos 69 prefeituras a mais, mas a maior parte disto (41) foi em cidades de pequeno porte. Além disso, é importante lembrar que – quando a eleição começou – o PT governava não 183 cidades, mas sim 265 cidades. Isto porque prefeitos eleitos por outros partidos, resolveram filiar-se ao PT depois da vitória de Lula. Portanto, a rigor, caímos de 265 para 252. Além disso, a distribuição das prefeituras eleitas por estado (no primeiro turno) revela uma concentração brutal: 202 das 252 estão concentradas em cinco estados. Bahia e Piauí com 50 cada, Ceará com 47, Minas Gerais com 35 e Rio Grande do Sul com 20. Em três destes estados (Minas, Rio Grande do Sul e Bahia), o PT já governou, no passado, um número maior de cidades. A tabela abaixo mostra qual a evolução, incluindo o estado de São Paulo.
2000 2004 2008 2012 2016 2020 2024
BA 7 19 66 93 39 32 50
CE 2 12 15 28 15 18 47
MG 34 85 110 114 41 28 35
PI 1 7 19 21 38 24 50
RS 35 43 61 72 38 23 20
SP 38 57 63 68 8 4 4
Conquistamos 13 prefeituras de cidades acima de 100 mil eleitores e 6 prefeituras em cidades com mais de 200 mil eleitores, sendo uma capital, Fortaleza. Em termos de população, houve um crescimento de 73% em termos da população governada. Mas é importante lembrar do passado recente: o PT governava 19,9 milhões em 2008, 27 milhões em 2012, 4,3 milhões em 2016, 4,4 milhões em 2020 e agora vamos governar 7,6 milhões. Ou seja, crescemos sim, mas fizemos isso num patamar ainda muito baixo.
Elegemos 3.118 vereadores no pleito de 2024, ante 2.668 em 2020, um crescimento significativo, embora sigamos num patamar inferior ao obtido na maioria das eleições realizadas durante os governos Lula 1, Lula 2, Dilma 1 e depois do golpe de 2016. Em síntese, o resultado nacional ficou muito aquém do que se esperava”.
Emenda 3:
Propomos substituir as palavras finais do parágrafo 5 (“Devemos nos atentar a esses números e combiná-los com os diversos relatos de quem organizou as chapas a nível municipal para balizar as decisões para o próximo ciclo de 4 anos tendo em vista”) pelo que segue: “Devemos nos atentar a esses números e combiná-los com os diversos relatos de quem organizou as chapas a nível municipal para balizar as decisões para o próximo ciclo de 4 anos: somos de opinião que o PT não deve manter a Federação”.)
Emenda 4
Propomos que se altere o texto do parágrafo 7. O texto do parágrafo 7 diz o seguinte: “7. A grande vitoriosa das eleições foi a reeleição, com 82% dos prefeitos do país. O resultado é um salto significativo após 2020, quando esta taxa foi de 64%, recorde até então.”
Propomos que se diga o seguinte: “7.A grande vitoriosa das eleições, tanto no primeiro quanto no segundo turno, foram as direitas. As direitas conseguiram uma vitória em termos de votos válidos, do número de prefeituras e mandatos de vereança, bem como em termos de população governada e controle de cidades estratégicas. Vários fatores explicam a vitória eleitoral das direitas, entre os quais o uso e a deformação das pesquisas, os recursos do fundo eleitoral, a influência das emendas parlamentares, da compra de votos, do crime organizado, dos meios de comunicação e das igrejas, bem como o uso das máquinas (municipais e estaduais) de governo. Como as direitas já governavam a maioria das cidades e como foram turbinadas pelas emendas, o resultado foi um crescimento da taxa de reeleição, com 82% dos prefeitos do país. O resultado é um salto significativo após 2020, quando esta taxa foi de 64%, recorde até então.”
Emenda 5
Propomos substituir um trecho do parágrafo 14. O atual parágrafo 14 diz o seguinte: “14. Estas foram as primeiras eleições municipais em que funcionou o modelo de federação partidária. Será importante analisar como ele se desenvolve, o que são efeitos particulares de partidos envolvidos, o que são efeitos de acomodação dos envolvidos, que poderão ser dissipados, e o que são implicações e falhas do desenho aplicado. Ademais, o PT enquanto o maior partido e único que cresceu com este modelo deve conduzir o próximo ciclo de 4 anos de maneira que o campo cresça como um todo e haja não apenas como aliança eleitoreira, mas como um núcleo orgânico de disputa da sociedade”.
Propomos substituir pelo que segue abaixo: “14. Estas foram as primeiras eleições municipais em que funcionou o modelo de federação partidária. Será importante analisar como ele se desenvolve, o que são efeitos particulares de partidos envolvidos, o que são efeitos de acomodação dos envolvidos, que poderão ser dissipados, e o que são implicações e falhas do desenho aplicado. Entretanto, do ponto de vista do PT, o modelo da Federação demonstrou ser negativo. É preciso buscar outra forma de unir nosso campo na disputa das eleições”.
Emenda 6
Propomos uma emenda aditiva no final do parágrafo 15. O parágrafo 15 diz o seguinte: “15. Ademais, vale destacar ainda o caso de candidatos, em sua maioria jovens, que obtiveram um bom desempenho eleitoral de maneira isolada, sendo insuficiente para fazer uma cadeira para o PT na cidade. O que é animador do ponto de vista do surgimento de novas lideranças, mas que deve acender um alerta vermelho para a direção do partido. Se não formos capazes de melhorar nossa organização a nível municipal, fundando diretórios no interior e montando chapas de vereadores bem sucedidas, a tendência é perder essas lideranças promissoras e já bem votadas para partidos melhor organizados e eleitoralmente mais viáveis”.
A emenda aditiva é a seguinte: “O problema, entretanto, é muito maior do que o eleitoral. Se o Partido não existir na base da sociedade, atuando de forma permanente nos territórios, nas empresas, nas escolas, nos locais de moradia, nos espaços de cultura e lazer, perderemos nossa razão mesma de existir, que é participar permanentemente da luta da classe trabalhadora brasileira, não apenas dos processos eleitorais”.
Emenda 7
Propomos uma emenda aditiva ao final do parágrafo 23. O parágrafo 23 diz o seguinte: “23. Diante disso, é importante nos questionarmos: a população está sabendo das políticas do Governo Lula? Acredita que o Governo está no rumo certo? A sensação de melhoria da vida das pessoas com os resultados do Governo está sendo sentida e comemorada? As pessoas atribuem a sensação de melhoria às conquistas do Governo Federal? Conseguimos fazer das eleições municipais um espaço de disputa dos resultados do Governo? Das medidas do Governo? Conseguimos disputar ideologicamente essas pautas?”
Propomos a seguinte emenda aditiva: “Nesse questionamento, devemos levar em consideração que as pesquisas realizadas desde o início de 2023 até hoje confirmam que a a popularidade do governo está aquém do necessário. Certamente há vários fatores que explicam isso, entre os quais a política do governo, a fraqueza da mobilização social e, também, a ação do próprio Partido. Entretanto, há um ponto que merece destaque: a opinião popular acerca da situação econômica é diferente daquela que gostaríamos. É preciso se perguntar por que isso acontece. E um dos motivos é que, apesar do crescimento do emprego, os salários seguem baixos, a exploração é muito grande e a inflação está crescendo”.
Emenda 8
Propomos, ao final do parágrafo 26, uma emenda aditiva. O parágrafo 26 diz o seguinte: “26. Em linhas gerais, três aspectos têm sido majoritariamente apontados pela militância petista como responsáveis pelo resultado aquém do esperado nestas eleições, pela baixa identificação das conquistas do Governo com nossas candidaturas, ou pelo lento efeito de percepção de melhoria da vida: (1) a apropriação pelos partidos de situação das entregas do Governo Federal pelos governos estaduais e municipais, sobretudo no caso de obras; (2) um fator ideológico, relacionado tanto ao crescimento da extrema-direita enquanto identidade política, quanto à interdição do diálogo, que chega a quase inviabilizar o debate de ideias e de propostas concretas; e (3) ao estado de organização do partido, da definição e cumprimento da tática e estratégia eleitoral, da estratégia de atuação nos territórios e organicidade dos diretórios, da oposição às prefeituras – quando fosse o caso – ao longo do último ciclo, até a distribuição do fundo eleitoral e definição de prioridades”.
Propomos a seguinte emenda: “É preciso avaliar, também, se as políticas do governo federal são as corretas. Ou seja: o problema talvez não esteja na comunicação, nem na ação do Partido, mas sim no fato de que as políticas do governo podem não ser as corretas. Ou, as vezes, quem representa o governo, neste ou naquela política, serem partidos e lideranças inimigas do PT.”
Emenda 9
Propomos uma emenda aditiva ao final do parágrafo 28. O parágrafo 28 diz o seguinte: “28. A vitória da reeleição, neste sentido, carrega uma resposta da população de “não trocar o certo pelo duvidoso”, mas também de apostar em prefeitos que tiveram muita condição orçamentária de realizar entregas – sobretudo em obras de zeladoria – em suas cidades”.
Propomos a seguinte emenda aditiva: Noutras palavras, em muitos casos foram as emendas distribuídas pela direita que definiram o resultado eleitoral. Não se trata, portanto, de satisfação com os atuais prefeitos, mas sim de condições desiguais de disputa.
Emenda 10
Propomos uma emenda substitutiva ao final do parágrafo 31. O parágrafo 31 diz o seguinte: “31. Com relação aos recursos, é preciso pontuar que também se trata de uma das faces do crescimento desenfreado das emendas parlamentares, sobretudo, as sem identificação, direto para o caixa das prefeituras, que foram irrigadas com a captura do orçamento público pelas emendas. O Governo Federal perde a gestão sobre o orçamento público, sobretudo a parcela discricionária, perdendo poder sobre o direcionamento de políticas públicas, enraizamento das marcas do Governo, e investimento nos programas prioritários da nossa política – inclusive para os municípios. Sem deixar de reconhecer a importância que as emendas têm também para parlamentares de esquerda, para o financiamento de projetos sociais que também não seriam atendidos no caso de sua inexistência. Mas, é importante refletir sobre como a atual dinâmica das emendas – desenfreadas e secretas – pode ser prejudicial para a disputa política e perpetuadora de poderes locais. Assim como, os fatores que fizeram com que mesmo com um Governo de Frente Ampla e com a gestão do orçamento federal termos tido dificuldade de reproduzir estas alianças nas eleições municipais no estado de São Paulo”.
Propomos que a última frase seja trocada pela que segue: “Precisamos reconhecer, portanto, que com essas condições de gestão do orçamento federal e das emendas parlamentares, a existência de um Governo federal de Frente Ampla foi um fator negativo para o desempenho do PT nas eleições municipais no estado de São Paulo”.
Emenda 11
Propomos uma emenda aditiva ao parágrafo 34. O parágrafo 34 diz o seguinte: “34. As eleições da capital, onde tradicionalmente os debates nacionais se perpetuam com maior força, por outro lado, colocaram um questionamento sobre a dimensão real da polarização na sociedade. Ao mesmo tempo, que apontam um preocupante tamanho da direita; embora boa parte de eleitores que tradicionalmente votam no PT possam ter votado nos outros candidatos – seja no discurso “popular” de Marçal, seja pelo caminhão de entregas eleitoreiras de Nunes – um era o candidato do bolsonarismo e outro do Bolsonaro. Ou seja, sem dúvidas ambos à direita”.
Propomos agregar o seguinte: “Neste contexto, é preciso fazer um balanço crítica da campanha Boulos prefeito. Apesar do apoio do PT já no primeiro turno, apenas de ter 12 vezes mais recursos do que em 2020 (7 milhões versus 84 milhões), Boulos teve praticamente a mesma votação de 2020: cerca de 40% dos votos válidos. Foram cometidos erros de campanha que precisam ser objeto de detalhada análise, tendo em vista a prioridade concedida pelo PT e pelo presidente Lula à campanha Boulos, inclusive em detrimento de outras campanhas do Partido.”
Emenda 12
Propomos uma emenda aditiva ao ponto 35, que diga o seguinte: “È preciso reconhecer que parte da vitória de Tarcísio deve-se às debilidades da oposição que seu governo vem recebendo, da parte do campo democrático-popular”.
Emenda 13
Propomos retirar a primeira frase do parágrafo 39.
Reproduzimos a seguir o parágrafo 39: “39. No entanto, se a eleição de 2024 a nível agregado foi o pleito da reeleição, levando em conta o PT de São Paulo, a fórmula da reeleição não foi exatamente verdadeira. Reelegemos duas de nossas quatro prefeituras, perdendo a reeleição em Diadema e Araraquara, mesmo com boas avaliações das gestões. Neste sentido, é suficiente ter um grau de entregas satisfatório? Qual foi o peso da polarização na cidade, para bem ou mal? Qual o peso que permanece do antipetismo no estado, guardadas as diferenças substanciais entre o ABC e a Macrorregião de Ribeirão Preto?”.
Emenda 14
Propomos, também, retirar do parágrafo 39 a frase “mesmo com boas avaliações das gestões”. Propomos substituir isso pela pergunta: Em que medida a avaliação das gestões se relaciona com o resultado eleitoral?
Emenda 15
Propomos uma emenda substitutiva ao parágrafo 44. O parágrafo 44 diz o seguinte:
“44. Pelo lado da esquerda, do PT, defendemos o Estado como o instrumento capaz de transformar a vida das pessoas, de promover políticas para a justiça social, para a oferta de serviços públicos de qualidade, para a transferência de renda, para a valorização do poder de compra dos trabalhadores. Confunde-se a defesa do Estado, das instituições, e da democracia com a defesa de um sistema estruturalmente concentrador. Lutamos para transformar este sistema, mas defendemos a política, o Estado, a democracia e suas instituições como mecanismos para promover essas transformações e melhorar a vida do povo brasileiro”.
Propomos substituir isso pelo seguinte:
“44. Pelo lado da esquerda, do PT, defendemos a ação do Estado como um dos instrumentos capazes de transformar a vida das pessoas, de promover políticas para a justiça social, para a oferta de serviços públicos de qualidade, para a transferência de renda, para a valorização do poder de compra dos trabalhadores. Entretanto, sabemos que o Estado realmente existente tem limitações estruturais. Por isso defendemos mudanças profundas, não apenas na sociedade, mas também no Estado. Por isso, não podemos deixar que se confunda a defesa que fazemos da necessária ação do Estado e das liberdades democráticas, com uma defesa abstrata das instituições e do Estado realmente existente, que fazem parte de um sistema estruturalmente concentrador. Lutamos para transformar este sistema, através da política, da ampliação das liberdades democráticas, da ação de um Estado e de instituições transformadas, combinadas com a luta social, mecanismo indispensável para promover essas transformações e melhorar a vida do povo brasileiro”.
Emenda 16
Propomos uma emenda substitutiva ao parágrafo 45.
O parágrafo 45 diz o seguinte: “45. Em tempos de tentativas de golpe de Estado, é fundamental mais do que nunca reafirmar que somos os legítimos defensores da democracia, das instituições e do diálogo, como princípio norteador que foi capaz de costurar a frente ampla, que elegeu o Presidente Lula. Fora da política, impera a barbárie”.
A emenda que propomos é a seguinte:
“45. Em tempos de tentativas de golpe de Estado, é fundamental mais do que nunca lembrar que os autores de um golpe de Estado são parte do Estado. E, portanto, para que os golpes fracassem, é preciso combinar a ação das instituições contrárias ao golpe com a mobilização social independente. Já vimos em 2016 o que acontece, quando deixamos as instituições controlarem as instituições. Os legítimos defensores da democracia são aqueles que defendem que as instituições respeitem a soberania popular. Defendemos o diálogo, com quem se dispõe a dialogar. E defendemos a aplicação da lei contra os golpistas. A frente ampla que elegeu o Presidente Lula deve estar na linha de frente pela punição dos golpistas. Estes se dizem antipolíticos, mas na verdade fazem a política da barbárie”.
Emenda 17
Propomos uma emenda aditiva ao final do parágrafo 46.
O parágrafo 46 diz o seguinte:“46. Todavia, é importante nos debruçarmos sobre o sentimento justo de indignação que dá origem ao sentimento “antissistêmico” que vem sendo capitaneado pela extrema direita e que é incorporado pelo bolsonarismo. É justo as pessoas estarem indignadas, é nossa tarefa disputar quais as raízes e quais as saídas”.
Nossa emenda aditiva é a seguinte: “Só uma esquerda verdadeiramente antissistêmica será capaz de enfrentar e derrotar uma direita falsamente antissistêmica”.
Emenda 18
Propomos uma emenda substitutiva ao parágrafo 47.
O parágrafo 47 diz o seguinte: “ 47. É importante que nossa defesa do Estado também seja acompanhada da apresentação de caminhos para a reconquista da legitimidade deste e que nossa defesa da democracia construa caminhos para a retomada do sentimento e efetividade de representação e participação, inclusive para reduzir as taxas elevadíssimas de abstenção que marcaram esta eleição”.
Propomos que o parágrafo 47 fique assim:
47.É importante que nossa defesa da ação estatal também seja acompanhada da apresentação de caminhos para a profunda reforma do Estado, sem o qual ele não terá legitimidade perante parcelas importantes do povo trabalhadora e sem o qual nossa defesa da democracia não terá êxito em retomar a efetividade de representação e participação, inclusive para reduzir as taxas elevadíssimas de abstenção que marcaram esta eleição”.
Emenda 19
Propomos no parágrafo 48 acrescentar, depois da palavra destacar, as palavras apoiar e participar da mobilização pelo fim da escala 6×1.
Segue abaixo o parágrafo 48.
“48. Neste aspecto, é importante destacar a mobilização recente de dimensão nacional, sobretudo de trabalhadores jovens, pelo fim da escala 6 por 1 – onde se trabalha 6 dias e se descansa apenas 1. É verdade que a juventude trabalhadora está mais distante das organizações de trabalhadores, e que o empreendedorismo enquanto ideologia teve grande crescimento enquanto “fonte de renda”, seja por falta de alternativa ou por oportunidade. O resultado em muitos dos casos é um acirramento da competitividade entre trabalhadores, uma crença na prosperidade individual, fruto do esforço competitivo e não solidário. Em que o próprio Estado se torna um obstáculo, quando não se espera mais apoio, mas sim, menos intervenção”.
Emenda 20
Ao final do parágrafo 53, propomos a seguinte emenda aditiva: Vale destacar, entretanto, que grande parte da juventude não é “empreendedora”, mas sim trabalhadores com algum nível de formalização. O foco na disputa dos “empreendedores” não pode nos fazer perder de vista a classe trabalhadora “tradicional”.
Emenda 21
Propomos uma emenda aditiva ao final do ponto 55. Para entender melhor nossa emenda, reproduzimos abaixo os parágrafos 54 e 55.
“54. É importante também refletirmos sobre o papel do agronegócio na formação cultural da sociedade brasileira, em especial, paulista. O agronegócio não é simplesmente uma atividade econômica, mas todo um ecossistema com poder político, cultural e ideológico que possui muita força no estado, em especial no interior. 55. A produção agrícola é uma atividade econômica fundamental para o país, e o estado de São Paulo possui uma participação muito expressiva nesta produção. Desde produtos da agricultura familiar, sobretudo nas regiões do Vale do Ribeira, Sudoeste Paulista e Pontal do Paranapanema, até as regiões dominadas pela cana e outras culturas de larga escala, sobretudo no Noroeste. O estado possui um potencial inovador e tecnológico, amplo aparato de pesquisa, que pode posicionar o setor em consonância com a agenda de desenvolvimento sustentável. Todavia, é importante pontuar que é permeado em muitas camadas pela cultura do desmatamento, da exploração abusiva do trabalho, da violência”.
A emenda aditiva é a seguinte: Mais do que isso, o agronegócio é a principal base social da extrema-direita e do bolsonarismo em particular. Trata-se, além disso, da fração da classe dominante que, em aliança com o setor financeiro, controlam nosso país. Essas frações de classe precisam ser derrotadas, caso queiramos que o Brasil deixe de ser uma subpotência primário-exportadora”.
Emenda 22
Propomos uma emenda aditiva ao final do ponto 60. O parágrafo 60 diz o seguinte: “60. Precisamos refletir, neste sentido, sobre a orientação estratégica e programática do nosso partido e de nossa atuação nos territórios. Qual o projeto de sociedade que estamos apresentando? Para além de nossas bandeiras históricas e tradicionais, qual o horizonte utópico que estamos apresentando ou queremos apresentar para disputar corações e mentes para construir o futuro do país?”
Nossa emenda aditiva é a seguinte: “É preciso voltar a destacar as transformações estruturais pelas quais lutamos, entre as quais uma ampliação radical das liberdades democráticas e do bem-estar social, combinados com a afirmação da soberania nacional, da integração regional e de um desenvolvimento de novo tipo. Transformações que só virarão realidade se a classe trabalhadora brasileira se colocar em movimento, de forma intensa, profunda, de massas, em favor de mudanças radicais na ordem em que vivemos. Uma mobilização deste tipo só terá êxito se dispuser do estímulo e do suporte de uma rede de organizações políticas e sociais verdadeiramente enraizadas no cotidiano da classe trabalhadora. É por isto que um partido como o Partido dos Trabalhadores é insubstituível. E é possível que um partido como o PT precisa reafirmar seu objetivo estratégico e histórico: o socialismo.
Emenda 23
Propomos uma emenda aditiva ao final do parágrafo 67.
O parágrafo 67 diz o seguinte: “67. Nossos vereadores eleitos precisam ser porta-vozes da defesa do Governo Federal, da construção de uma estratégia local, e da formulação prática do nosso programa. Assim como, serem também a disputa viva no território do reposicionamento de imagem do PT. Serem as portas de diálogo dos municípios com o partido, e atualizarem as nossas lutas e bandeiras”.
A emenda aditiva diz o seguinte: Entretanto, não adianta ter vereadores combativos, se não houver partido organizado e luta social. É preciso sempre ter um pé na luta social e outro na institucionalidade.
Emenda 24
Propomos uma emenda aditiva ao ponto 70.
O ponto 70 diz o seguinte: “70. É importante nos questionarmos se a forma de divisão do Fundo Eleitoral, prioritariamente pelos mandatos de deputados e deputadas, não retirou potência das decisões da direção estadual. Independente da concordância de cada decisão em específico, o espaço de discussão e decisão sobre a estratégia partidária e eleitoral deveria ser o espaço da direção partidária. Na medida em que o Fundo é terceirizado aos deputados, também o partido é enfraquecido na ponta. Pois, embora se tratem dos mesmos recursos, foi muito comum nessas eleições quem atribuísse o recurso recebido por indicação parlamentar como recurso de mandato, e criticasse o partido por não ter enviado recurso algum, ou distorções em estratégias locais por conta desta destinação. Valendo ressaltar que o PT é o unico partido que enfrenta este debate e onde se verifica a menor influência dos deputados.”
A emenda aditiva é a seguinte: Somos de opinião que foi um erro transferir, aos parlamentares, parte dos recursos do fundo eleitoral. Nenhum parlamentar se elege sozinho. O fundo eleitoral é do Partido como coletivo, cabendo à sua direção decidir seu uso.
Emenda 25
Propomos uma emenda ao item 73.
O item 73 diz o seguinte: “73. Dos casos como a capital, em que esperávamos que haveria uma maior similaridade da votação de Lula e Haddad em 2022 com o candidato apoiado pelo PT, por ser uma cidade mais pautada pelo debate nacional, com memória de gestões petistas muito exitosas, inclusive refletidas na chapa, com a Marta como candidata a vice-prefeita”.
A emenda aditiva é a seguinte: Cabe lembrar que a refiliação de Marta ao PT foi feita, ao menos em parte, com base numa avaliação que não se confirmou.
Emenda 26
No ponto 81, propomos uma outra redação.
O ponto 81 diz o seguinte: “81. Assim como, precisamos priorizar em nossa estratégia o nosso fortalecimento e presença nos territórios, através da organização de diretórios e do fortalecimento dos mandatos de vereadoras e vereadores e não apenas através dos mandatos de deputados estaduais e federais”.
Propomos a seguinte redação substitutiva: 81. Assim como, precisamos priorizar em nossa estratégia o nosso fortalecimento e presença nos territórios, através da organização de diretórios, através do estímulo à organização è às lutas sociais, através do fortalecimento dos mandatos de vereadoras e vereadores, através da atuação dos mandatos de deputados estaduais e federais, subordinados à estratégia do conjunto do Partido e não a seus interesses eleitorais particulares”.
Emenda 27
Propomos várias emendas ao parágrafo 82.
O parágrafo 82 diz o seguinte: “82. Não podemos dar como perdida a disputa do Estado de São Paulo. A votação que Lula e Haddad tiveram em São Paulo foi decisiva para a vitória Federal. O peso populacional, econômico e político do estado é decisivo para a disputa política do país. O PT nasceu aqui há 44 anos atrás e muita coisa mudou de lá para cá. Nós aqui continuamos, e o futuro do nosso projeto é o nosso partido cada vez mais forte. Precisamos buscar respostas a partir de São Paulo sobre as mudanças no contexto brasileiro para preparar o caminho para 2026. 5% dos votos de São Paulo equivalem a 16% dos votos da Bahia ou 25% dos votos no Ceará. Estas reflexões devem servir para a militância se animar, sair de casa, defender as conquistas do Governo que promete ter dois anos ainda melhores pela frente, e organizar o partido nos seus municípios, bairros e áreas de atuação. Viva o Partido dos Trabalhadores!”
Com nossas emenda, ficaria assim:
82.A votação que Lula e Haddad tiveram em São Paulo, no ano de 2022, foi decisiva para a vitória Federal. O peso populacional, econômico e político do estado é decisivo para a disputa política do país. Não se trata apenas de uma questão eleitoral. A disputa do Estado de São Paulo é decisiva para a disputa do Brasil. Em São Paulo se concentra o núcleo duro da classe dominante brasileira. É em São Paulo, também, que se está preparando uma nova alternativa de extrema-direita. Recuperar o espaço do PT e da esquerda partidária e social em São Paulo é, portanto, decisivo não apenas para vencermos em 2026, mas para seguir lutando pela transformação do Brasil. Estas reflexões devem servir para a militância se animar, sair de casa, organizar o partido nos seus municípios, bairros e áreas de atuação, defender nosso governo, derrotar as direitas e seguir lutando por um Brasil democrático, popular e socialista.