O governo Bolsonaro se caracteriza por atacar a classe trabalhadora, as parcelas mais pobres e negras da população brasileira, as mulheres que sofrem crescentes violências e feminicídio, os povos indígenas, os direitos sociais, as liberdades democráticas, a educação, a ciência, a cultura, o meio ambiente e a soberania nacional.
As forças democráticas, populares e de esquerda lutam com todas as energias contra o governo Bolsonaro.
O PT é uma das forças que se opõem frontalmente ao governo Bolsonaro e suas medidas.
É deste ângulo que abordamos as eleições municipais de 2020, nossa tática, nossa política de alianças e a escolha de nossas candidaturas.
As eleições de 2020 devem se converter em um plebiscito contra o governo Bolsonaro e suas políticas.
Um momento para manifestar a crescente insatisfação popular contra este governo ultraliberal, reacionário, neofascista.
Este governo não caiu do céu e não será superado, se não derrotarmos o conjunto das forças que o sustentam.
O governo Bolsonaro é produto de um golpe desfechado em etapas sucessivas e encadeadas: o impeachment da Presidenta Dilma, a posse do impostor Temer, a condenação e prisão de Lula, a fraude eleitoral de 2018.
Várias forças políticas e lideranças individuais participaram, total ou parcialmente, desse múltiplo golpe.
Entre os golpistas e/ou cúmplices figuram, inclusive, alguns ex-petistas, com destaque para Antonio Palocci, personagens que se articularam com os interesses das classes dominantes, passando a servi-las como trânsfugas e delatores.
Os que contribuíram em maior ou menor medida para o golpe, objetivamente cumpriram um papel nefasto ao apoiar, em maior ou menor medida, esse projeto de destruição do país, dos direitos sociais e trabalhistas, da educação e saúde pública, do emprego e da renda, das liberdades democráticas, do meio ambiente (o Cerrado, a Amazônia, nosso litoral) e do patrimônio público nacional (Petrobrás, Pré-Sal, Alcântara).
Hoje, diante do crescente desgaste do governo, algumas forças políticas e lideranças individuais tentam se diferenciar da figura do presidente, embora continuem defensoras e/ou cúmplices da política neoliberal e do lavajatismo.
Alguns desses trânsfugas tentam — incrivelmente — obter o apoio do PT nas eleições de 2020. É o caso, por exemplo, da ex-senadora e ex-prefeita Marta Suplicy, que votou a favor do golpe contra a presidenta Dilma, apoiou Eduardo Cunha e Temer, entre outros atentados aos interesses do povo brasileiro.
Evidentemente, o Partido não pode, nem vai servir de escada ou de legenda de aluguel para personagens desse tipo.
27 de novembro de 2019.
Direção nacional da Articulação de Esquerda