Uma operação para limpar a biografia dos carniceiros das Forças Armadas

Por Gabriel Araújo (*)

Durante os últimos dias a rede Globo tem dado ampla divulgação aos depoimentos de militares no âmbito das investigações sobre o golpe de 08 de janeiro de 2023, principalmente as determinações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Morais.

O que está em marcha nesse processo não se trata de uma verdadeira apuração desse fato político, mas sim uma manobra para fazer uma limpeza de biografias e da própria instituição das Forças Armadas.

Nitidamente as Forças Armadas não tiveram o respaldo popular para concretizar o golpe de Estado contra o governo do presidente Lula. O fato de não ter conseguido esse respaldo levou a um desgaste de imagem ante a população e que precisa resultar em determinado desfecho, mesmo que isso seja mera artificialidade para dar conteúdo ao discurso de que houve um efetivo combate ao golpe por parte das instituições estatais.

A manobra política da burguesia e de suas instituições vai ao sentido de criar uma narrativa de que o Exército e a Aeronáutica seriam responsáveis por evitar o golpe, e não os responsáveis por tentar executar o golpe juntamente a Bolsonaro e a Marinha. Querem acusar o comandante da Marinha para tirar o do restante do alto escalão da reta.

São todos golpistas e traidores da pátria! Todos lambe botas do Pentágono, da CIA, do Departamento de Estado e do Comando Sul norte-americanos!

Até o presente momento quase nenhuma prisão foi direcionadas para figuras do alto escalão das Forças Armadas, e se algum dia meia dúzia de gatos pingados forem presos, se tratará meramente de uma manobra para não agir de maneira efetiva. Ou seja, agir de forma efetiva nessa situação seria punir todo o alto escalão, estabelecer um verdadeiro processo de depuração nas Forças Armadas e iniciar um diálogo político com a população para que houvesse uma reforma nas estruturas internas do corpo castrense.

Nada é gratuito em se tratando de rede Globo! Absolutamente nada é por acaso!

(*) Gabriel Araújo é dirigente do MLM e militante petista

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