Orientação Militante N°492 (18 de setembro de 2025)

Boletim interno da Direção Nacional da

tendência petista Articulação de Esquerda

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1.Mobilização

Hoje, dia 18 de setembro, haverá uma reunião ampliada da executiva nacional do PT, para discutir um plano de mobilização contra a anistia para golpistas. Tão logo termine a reunião, divulgaremos os resultados e orientações. Mas de antemão podemos dizer que é necessário realizar imediatamente (neste sábado e domingo) manifestações em todas as cidades do país. E que o centro da pauta é contra a anistia para golpistas (o tema da PEC da impunidade pode e deve entrar, mas o centro é a anistia).

2.Reunião para organizar nossa participação nos setoriais

No dia 24 de setembro, quarta-feira, 19h00, em sala zoom, faremos uma reunião virtual NACIONAL para discutir nossa participação nos encontros setoriais. Todo mundo que participa de setoriais deve estar presente. O endereço zoom pode ser obtido junto aos integrantes da Dnae.

3.Lembrete

No caso do setorial sindical, cabe à coordenação sindical nacional da AE coordenar o processo. No caso dos setoriais onde já existimos, a coordenação do processo cabe aos integrantes da AE que compõem o respectivo setorial nacional. Nos demais casos, indicaremos na reunião de 24/9 um dirigente nacional e/ou um militante indicado pela Dnae, encarregado de coordenar nossa participação no respectivo setorial. A princípio, nossa orientação é apresentar tese e chapa em todos os setoriais onde temos militantes. Entretanto, o processo aprovado pela CEN – a saber, encontros estaduais e nacionais virtuais, com exceção dos encontros de mulheres e juventude – contribui para desqualificar os encontros. Por esse motivo, participaremos dos encontros setoriais, mas com raras exceções devemos ter expectativas reduzidas.

4.Congresso da JPT

Orientamos todas as direções estaduais da AE a realizar reuniões virtuais, com a participação do companheiro Boneti para organizar a participação no congresso da JPT.
Orientamos também a que as direções estaduais da AE que ainda não o fizeram, que indiquem um dirigente estadual para contribuir na mobilização de nossa militância para participar do congresso da JPT.

5.Resolução sobre conjuntura nacional

A resolução abaixo foi aprovada na reunião pela Dnae dia 17 de setembro. Note-se que até agora (11h00 de 18/9) não foi divulgada a resolução da CEN, debatida no dia 16 de setembro.

“Vencemos importante batalha, mas a guerra está longe do fim”

A condenação de Bolsonaro e de vários comandantes militares constitui uma grande vitória, entre outros motivos porque o Brasil é um país onde é raro acontecer uma punição contra os crimes praticados por integrantes das elites.

Bolsonaro e seus cúmplices merecem ser condenados e presos, não apenas pelo golpe que tentaram e deu errado, mas pelo conjunto da obra, com destaque para o assassinato de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia.

Caso tivesse prevalecido no STF a absolvição proposta pelo ministro Fux, isso teria dado grande impulso para a extrema-direita na sua luta por tentar reconquistar o controle do governo federal. Nesse sentido, vencemos uma batalha muito importante, mas a guerra ainda está longe de terminar.

É preciso lembrar que a prisão ainda não ocorreu. Devemos pressionar pela prisão imediata dos condenados e pela condenação dos demais envolvidos. Mas para isso é preciso derrotar a proposta de anistia para os golpistas, proposta que tem grande apoio no Congresso Nacional.

Para impedir a aprovação da anistia para os golpistas, o caminho é intensificar a denúncia, a mobilização e a polarização.

Nesse sentido, condenamos a inaceitável a atitude dos doze deputados petistas que votaram a favor da chamada PEC das prerrogativas. No mérito e no contexto em que está sendo proposta, tal PEC não deveria nunca merecer nosso apoio. Pior ainda é votar a favor desta PEC, supostamente em troca de uma redução no alcance da anistia que a direita quer aprovar no Congresso. E mais grave ainda é ter votado a favor, contra a orientação da liderança da bancada, como parte de uma negociação paralela entre um setor da bancada e um setor da direita.

Lamentavelmente, a executiva nacional do Partido, reunida no mesmo dia em que os doze deputados votaram, não tomou posição a respeito da PEC. Mas o debate travado na CEN mostrou que há importantes dirigentes nacionais do Partido que consideram admissível fazer este tipo de acordo com a direita. Há quem fale até em negociar nosso voto a favor de uma anistia parcial, em troca da aprovação da isenção no Imposto de Renda.

A disposição para fazer este tipo de acordo revela que, em algumas bocas, o discurso “contra o fascismo” pode não passar de mera demagogia.

Revela, também, que uma parcela de nossa direção segue sem perceber a dimensão da operação que está em curso, na qual a anistia para os golpistas é parte importante da operação de um setor das direitas em favor da candidatura de Tarcísio.

Está evidente, ademais, que o conjunto da oposição está subindo o tom contra o governo e contra a esquerda em diferentes frentes de batalha. Partidos que participam do governo, estão sinalizando o desembarque. E, caso vençam as eleições presidenciais de 2026, as direitas tentarão indultar Bolsonaro, assim como trabalharão para alterar a composição do Supremo, o que pode levar a uma modificação nas decisões adotadas pelo STF no dia 11 de setembro de 2025. Isso já foi deixado claro pelo governador de São Paulo, o neofascista Tarcísio de Freitas, em discurso feito no dia 7 de setembro.

Está evidente, também, que o governo Donald Trump seguirá pressionando o Brasil. O objetivo de Trump não é elevar as tarifas, mas sim eleger um presidente submisso aos Estados Unidos. E não devemos subestimar a pressão do imperialismo, nem a postura subalterna das direitas e das elites brasileiras.

Neste contexto, o nosso caminho não pode ser, em hipótese alguma, o dos acordos espúrios com as direitas. Pelo contrário, devemos intensificar a denúncia, a polarização, a mobilização. E devemos, também, trabalhar para cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro e tomar medidas diretas contra todos os traidores da pátria, inclusive Tarcísio. Devemos, também, aumentar a solidariedade prática com Cuba, com a Venezuela e com a Palestina, também vítimas da escalada trumpista.

É a polarização que nos permitirá vencer em 2026. As pesquisas de opinião confirmam que a situação melhorou, desde que o governo e o PT voltaram a polarizar. Mas se mudarmos de postura, se voltarmos a postura de acordos inaceitáveis e incompreensíveis, estaremos contribuindo para confundir nossa base social e eleitoral, ao mesmo tempo que o inimigo seguirá polarizando e influenciando grandes setores da população.

Nesse sentido, os doze que votaram a favor da PEC das prerrogativas – entre os quais um membro da executiva nacional, o presidente estadual do PT no estado de São Paulo e um ex-líder da bancada – na prática estão jogando água no moinho das direitas. Entre outros motivos porque uma anistia, mitigada ou não, contribuiria para o esforço de unificação da direita. Não admira, portanto, que o voto dos 12 tenha gerado ampla indignação na base partidária.

Entretanto, não basta travar a batalha no Congresso contra a anistia para os golpistas. É preciso atuar em inúmeras outras frentes. Entre elas, a política econômica. É preciso baixar os juros, mudar as metas de inflação e deixar de lado a meta do déficit zero. Se não fizermos isso, a economia não vai contar a nosso favor em 2026. Aqui, novamente, o debate travado na direção nacional do PT confirma que há setores que se dizem contra os juros altos, mas não querem publicizar isso; se dizem contra as atuais metas de inflação, mas omitem que elas foram definidas por um colegiado onde nosso governo é maioria; reclamam do déficit zero, mas nada fazem para pressionar o governo a mudar de rota.

Reiteramos que nossa vitória depende do povo, não das instituições. Os setores da classe dominante que ontem trabalharam pela condenação de Bolsonaro são os mesmos que, anteontem, trabalharam a favor do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e a favor da condenação, prisão e interdição eleitoral do presidente Lula. Afastado Bolsonaro, nada impede aqueles setores de novamente cerrar fileiras em favor da nossa derrota nas eleições presidenciais.

Rejeitamos, portanto, todas as ilusões nas “instituições”, no chamado “estado democrático de direito” e no suposto compromisso destas elites com a democracia.

Se queremos reeleger Lula, se queremos ampliar nossa presença nos parlamentos e governos estaduais, se queremos aprovar reformas populares, se queremos o fim da escala 6 por 1, se queremos reduzir a jornada de trabalho, se queremos que os ricos paguem impostos, só há um caminho: pela esquerda, conscientizando, organizando e mobilizando o povo.

A direção nacional da AE, 17 de setembro de 2025

5.Agenda atualizada

20 de setembro, mobilizações contra a anistia para golpistas.
20 de setembro, conferência sindical estadual AE, no Sindicato dos Bancários na Rua São Bento 413, em São Paulo (SP)
26 de setembro a 2 de novembro de 2025: etapas municipais do 6º Congresso da JPT
26 de setembro, reunião presencial da Deae RS
27 de setembro, reunião do diretório do PT/RS
27 de setembro, congresso distrital da AE Distrito Federal
27 de setembro, 9h00, curso sobre a história do PT e de suas tendências em Santos (SP)
27 de setembro, 15h00, congresso de base da AE Santos (SP)
28 de setembro, 19h00, reunião virtual da executiva nacional;
30 de setembro, data final para fazer opção setorial
3 de outubro 2025: data limite para inscrição de chapas e candidaturas estaduais dos encontros setoriais estaduais
4 de outubro, congresso de base em Campinas (SP)
9 de outubro, plenária sindical da AE gaúcha
10 de outubro de 2025: data limite para ajustes na composição das chapas dos encontros setoriais estaduais
10 a 19 de outubro de 2025: encontros estaduais das coordenações setoriais
18 de outubro, congresso de base em Diadema (SP)
24 de outubro a 16 de novembro de 2025: encontros estaduais das secretarias setoriais
25 de outubro, congresso de base em São José dos Campos (SP), na Rua das Azaleias 57, sede do Sindipetro
25 de outubro, curso sobre História do PT e das tendências petistas, na Rua das Azaleias 57, sede do Sindipetro
26 de outubro, 19h00, reunião virtual da executiva nacional;
26 de outubro, 19h00, reunião virtual da executiva nacional;
23 de novembro, 19h00, reunião virtual da executiva nacional;
28 de novembro, 17h00, última reunião presencial da atual direção nacional;
30 de novembro, concluído o congresso, primeira reunião presencial da nova direção nacional eleita no X congresso;

1 de novembro, 9h00, curso História do PT e de suas tendências em São Paulo capital e as 13h30 congresso da AE de São Paulo capital
7 a 30 de novembro de 2025: etapas estaduais do 6º Congresso da JPT
7/11, sexta, às 19h00, congresso de base em Santo André (SP)
8/11, sábado, às 15h00, curso de formação em Santo André (SP) sobre a História do PT e de suas tendências
8 e 9/11 talvez atividades em Franca e Ribeirão Preto a confirmar
15/11 congresso da AE em São Bernardo do Campo (SP) e curso de formação
19/11 curso sobre Levante de 1935 na Casa Socialista em Natal (RN)
23 de novembro, 19h00, reunião virtual da executiva nacional;
24 de novembro de 2025: data limite para inscrição de chapas e candidaturas nacionais dos encontros setoriais nacionais
26/11, congresso de base em São Caetano (SP)
27 e 28/11 conferência sindical nacional da AE, no auditório da Apeoesp na Praça da República, em São Paulo (SP)
28 de novembro, 17h00, última reunião presencial da atual direção nacional;
28 de novembro de 2025: data limite para ajustes na composição das chapas dos encontros setoriais nacionais
28, 29 e 30 de novembro de 2025: encontros nacionais das coordenações setoriais e secretarias setoriais temáticas
28, 29 e 30/11 X Congresso nacional da AE, no auditório da Apeoesp na Praça da República, em São Paulo (SP)
29 de novembro, encontro estadual do PT/RS
30/11, congresso estadual da AE SP, no auditório da Apeoesp na Praça da República, em São Paulo (SP)
30 de novembro, concluído o congresso, primeira reunião presencial da nova direção nacional eleita no X congresso;
12 a 14 de dezembro de 2025: etapa nacional do 6º Congresso da JPT
24 e 25 de janeiro de 2026: encontro nacional do setorial LGBT
30 e 31 de janeiro de 2026: encontro nacional do setorial de combate ao racismo
31 de janeiro e 1º de fevereiro de 2026: encontro nacional do setorial de mulheres

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