A bandeira brasileira é o povo e o território

Por  Fausto Antonio (*)

Epigrafia  dedicada  à   extrema  direita  lesa-pátria.

A exemplo  de  certos  iniciados  e  religiosos, a  extrema  direita, o  que  é  uma  afronta à  pátria histórica, real,  usa a  bandeira  sem  o  povo e  o  território usado pelos  brasileiros. Assim, legislam contra os interesses do  Brasil.  É óbvio  que, sem o  povo  e  o  território de todos os brasileiros, eles legislam para burguesia  branca  brasileira  e  para o Império.

A pretexto de combater  una  inexistente  ditadura  de  esquerda no  Brasil, no  mês  de  março  de  2024, antes  do início do outono no  hemisfério  sul,  nos  EUA, uma  delegação  de  deputados  de extrema direita, sob  o  comando político  de Eduardo Bolsonaro ( PL-SP), pede  sanções  e a inadmissível  ingerência e  intervenção híbrida   dos EUA  no  Brasil.  Numa  foto,  amplamente difundida  pelos veículos de informação, os legisladores-traidores   ostentam, como escudo, a  bandeira brasileira.  A exemplo  de  certos  iniciados  e  religiosos, a  extrema  direita, o  que  é  uma  afronta à  pátria histórica, real,  usa a  bandeira  sem  o  povo e  o  território usado pelos  brasileiros. Assim, legislam contra os  interesses  do  Brasil.  É óbvio  que, sem o  povo  e  o  território de todos os brasileiros, eles legislam para a  burguesia  branca  brasileira  e  para o Império.  Sem  aquilo  que  constitui  a  bandeira,  os  falsos  patriotas,  legisladores  de  extrema  direita e ordinários   serviçais  dos EUA,   utilizam apenas  a  bandeira  como  máscara e  não  o  que a  anima e a define como  ícone  e  representação    de todos os  brasileiros.

Os  falsos patriotas, defensores de ditaduras, golpes de  Estado  e dos privilégios econômicos, políticos  e  bélicos para  os EUA, pedem  punição ,  bloqueios  e  sanções ao  Brasil.  No  caso em pauta, chamo a  recepção ou coautoria  desse texto para avaliar, como  posição emblemática dos  falsos patriotas, as  posições, contrárias à  soberania nacional,  assumidas por deputados  de  extrema  direita nos  EUA. Como legítimos  lesa-pátria, colunas  dos privilégios  imperialistas, eles reafirmaram,  a política fundamental  da  extrema  direita, notadamente  contrária à  soberania   nacional .

Os  falsos patriotas, a  despeito  de  se  enrolarem na  bandeira  nacional, são  contrários ao  povo  e igualmente à  soberania política  e  econômica   do  Brasil.

Por  outro lado, fica patente que  sequestraram apenas  o pano;  a  bandeira é  o  povo e  o  território usado pelos  brasileiros. O que  circula ,então ,  “a bandeira sequestrada ”?

Circula, por  corpos vazios e esvaziados, apenas a  ideologia, que  transforma  a  bandeira , sem o  que  ela  a rigor  representa, num simples   pano. O  povo  e  o  território usado, que dão substância e/ou vida ao pano, ficam na invisibilidade.  A   ausência urdida do  povo  e  do território  de  todos  os  brasileiros é, sem dúvida e  de  acordo com o episódio  acorrido nos EUA,  instrumento  para entregar  o  país  para  a  exploração  imperialista.  É  preciso  bradar, sem  tréguas,   que  a   bandeira  nacional  é  o povo  e  o é também o território usado pelos  brasileiros. A  bandeira é  um ícone dessa socioespacialidade.

A propósito, os  ícones não  têm existência por  si; salvo quando  são instrumentos, quem sabe uma  senha inútil,  dos  vazios  e/ou   esvaziados ideólogos do  atraso e dos  privilégios para o  Império. De outro modo, são os  ideólogos  da  pátria  sem  a base material  e  histórica que a  define e  redefine permanentemente.  Quero  negritar que  a estandardização do pano, sem o  povo  e  o  território usado pelos brasileiros, é  uma  redução , engodo e  inversão perversa dos valores nacionais libertários e   reafirmadores  da  soberania  nacional.  Podemos  finalizar afirmando  que   com tal  construção  vigora  a  compreensão subalterna,  subordinada, falsa e  equivocada  dos  ícones e de  tudo que ocupar o  lugar transitivo de representação do povo e do  território usado.

(*) Fausto  Antonio  é  professor  da  Unilab, escritor, poeta, dramaturgo e participa dos CN 45.