Antipetismo: arma da direita para a retirada de direitos

Por Selma Regina (*)

Desde sua fundação o Partido dos Trabalhadores foi alvo de perseguição política e midiática. No entanto, após o PT conseguir a quarta vitória consecutiva nas eleições presidenciais, o “antipetismo ” virou a principal bandeira daqueles que desejam políticas que enfraqueçam as classes trabalhadoras e excluam as lutas populares por melhorias sociais.

Assim sendo, o antipetismo vem sendo utilizado à exaustão pela grande mídia e pelos setores que a patrocinam para combater qualquer política que inclua o povo no orçamento público. Para entendermos bem o significado dado pela mídia ao “antipetismo”, basta substituirmos a palavra em questão pelo termo “anticomunismo” usado em 1964 às vésperas do Golpe Militar. Comunismo, a propósito, que jamais existiu no país.

Para a grande elite, é vantajoso ter um exército de trabalhadores desesperados e que aceitem qualquer oferta em troca de um mísero salário. Então, nada melhor que combater quem ousar modificar, por mínimo que seja, esse quadro que agrada tanto o neoliberalismo.

Quando os governos petistas e suas políticas, como por exemplo a transferência de renda e a oportunidade de estudos, ganhavam cada vez mais o apoio popular, a elite decidiu que era hora de agir e usou o tradicional método de Goebbles: arranjar um inimigo fictício e culpá-lo por todas as mazelas sociais, além de criar a imaginária “corrupção seletiva”.

Para alcançar êxito, tal ataque deveria ser feito diuturnamente, coisa que a Rede Globo e afins realizaram sublimemente até que finalmente conseguiram que o “antipetismo” ganhasse força.

Apesar do aparato político, jurídico e midiático ser o grande fomentador do clima que hoje vivemos, não podemos esquecer que temos nossa parcela de culpa…Afinal, combatemos muito pouco o antipetismo e cometemos nosso maior erro, que foi deixar em segundo plano o diálogo constante com as bases…

Aos poucos, as notícias contrárias, inverídicas e distorcidas, ganharam cada vez mais espaço e força na memória popular. A negatividade foi maior que a lembrança das melhorias alcançadas durante nossos governos, visto que aumentamos o poder aquisitivo da população, mas deixamos a politização de lado.

O antipetismo é a arma que direita, extrema direita e até mesmos partidos que se dizem “esquerda “, mas acreditam que um partido forte como o PT deva ser rebaixado para que consigam brilhar, usaram para minar nossa influência junto às classes trabalhadoras e à população.

As últimas eleições foram uma amostra do estrago provocado pelo antipetismo, tanto para o povo com a perda de direitos, quanto para nós que não conseguimos uma votação expressiva.

Cabe ao PT debater a nova situação e formular novas respostas, deixando de lado a ilusão da conciliação de classes e recuperando nossas raízes revolucionárias junto à classe trabalhadora, além de enfrentarmos em embates vigorosos a fábrica de mentiras criadas contra nós.

Somos capazes de vencer o antipetismo e estamos longe de sermos enterrados por nossos opositores, pois o simples fato de continuarem nos atacando já mostra a força do partido, afinal de contas, ninguém chuta cachorro morto.

O PT continua vivo e com um legado impossível de ser apagado, só precisa, como bem disse Genoino, mostrar os dentes para a direita ter medo da mordida.

(*) Selma Regina é militante petista


(**) Textos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da tendência Articulação de Esquerda ou do Página 13.

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