Nota da Articulação de Esquerda – Campinas, tendência interna do Partido dos Trabalhadores
Balanço preliminar das eleições em Campinas
Em primeiro lugar, é preciso saudar a militância petista e de esquerda pela vitória de Lula nessas eleições. Por uma margem muito pequena, toda atividade de campanha fez a diferença, principalmente as ações militantes e voluntárias de milhares de pessoas pelo Brasil afora. Em Campinas, essas ações marcaram o ambiente de campanha nesse segundo turno, demonstrando que é possível recuperarmos a boa e velha tradição das campanhas militantes.
Mas, além das ações de campanha, precisamos recuperar e inovar as formas de organização da classe trabalhadora nos diversos espaços de atuação, nos bairros, nos locais de trabalho e de estudo, nos sindicatos, nas diversas organizações coletivas e no partido. As manifestações desses dias, com fechamento de rodovias, vigílias com pedido de intervenção militar e atos violentos contra a militância de esquerda, logo após a nossa vitória, indicam como serão esses próximos dois meses e dinâmica de oposição bolsonarista. Teremos uma escalada da luta de classes no Brasil.
Nesse sentido, teremos uma dupla tarefa pela frente: garantir que o governo Lula implemente um programa que enfrente as enormes desigualdades sociais em nosso país e enfrentar o bolsonarismo, que adquiriu um caráter de massas. Para isso, precisamos ampliar nossa capacidade de mobilização dos setores populares.
Nas eleições presidenciais, no primeiro turno, em Campinas, Bolsonaro obteve 320.684 votos (49,07%), enquanto Lula atingiu 259.973 votos (39,78%). No segundo turno, Bolsonaro obteve 368.251 votos (56,22%), Lula conquistou 286.779 (43,78%) ou Lula: 41% dos votos válidos (286.779 votos) Bolsonaro: 59% dos votos válidos (368.251 votos).
Nas eleições para o governo do Estado, no primeiro turno Tarcísio obteve 274.044 (46,13%), Haddad 218.272 (36,74%) e Rodrigo Gracia 79.146 (13,32%). No segundo turno, os resultados foram: Tarcísio 347.988 (55,99%) e Haddad 273.531 (44,01%). Em todas as zonas eleitorais, Bolsonaro e Tarcísio tiveram mais votos e vantagens consideráveis sobre Lula e Haddad, ampliando, em Campinas, de 9.3% para cerca de 12.5% nas eleições presidenciais e, para o governo estadual, de 9.40% para 12%. O crescimento do bolsonarismo foi mais acentuado nas regiões periféricas.
Esses dados apontam que o bolsonarismo ampliou sua vantagem entre o primeiro e o segundo turno em Campinas, mesmo com uma mobilização militante de esquerda maior do que foi no primeiro turno. Isso pode ter várias causas, entre elas a maior capacidade financeira, compra de votos indiretas por meio de ações de governo, maior reserva estratégica de mobilização ou terem uma melhor política no segundo turno do que a apresentada por nós. Todos esses fatores merecem uma análise mais aprofundada como parte do balanço da campanha em Campinas.
Em relação a maior reserva estratégica de mobilização, o bolsonarismo adquiriu maior organicidade e capilaridade do que nós temos hoje. A única forma de combater isso é com organização política e social para além dos períodos eleitorais. O PT vem se transformando cada vez mais em um partido tradicional, que atua apenas na institucionalidade, enquanto esses setores bolsonaristas estão enraizados nos bairros, nas igrejas, em diversas organizações abandonas por nós. Nos períodos eleitorais, o que se apresenta é aquilo que acumulamos. Se não acumulamos, nossa capacidade de ampliação é reduzida.
Nas eleições proporcionais, para a Câmara dos Deputados, os dez mais votados foram:
Pedro Tourinho PT – 8,15% – 48.786
Carla Zambelli PL – 6,06% – 36.284
Jonas Donizette PSB – 5,79% – 34.633
Eduardo Bolsonaro PL – 5,19% – 31.073
Ricardo Salles PL – 3,85% – 23.058
Guilherme Boulos PSOL – 3,71% – 22.182
Carlos Sampaio PSDB – 3,30% – 19.759
Paulo Freire da Costa PL – 2,12% – 12.702
Delegado Bruno Lima PP – 1,98% – 11.871
Tabata Amaral PSB – 1,79% 10.710
No campo de esquerda, destacamos as seguintes votações:
PT
Pedro Tourinho – 48.786
Jilmar Tatto – 9.543
Zaratini – 3.353
Rui Falcão – 2.297
Arlindo Chignalia – 981
PSOL
Boulos – 22.182
Sâmia Bonfim – 9.563
Érika – 7.481
Sônia B. S. S. Santos – 5778
PCdoB
Orlando Silva – 4.662
No campo da direita bolsonarista/extrema direita, destacamos as seguintes votações:
PL
Carla Zambeli – 36.284
Eduardo Bolsonaro – 31.073
Ricardo Sales – 23.058
Paulo Freire – 12.702
Mario Frias – 7.001
Guilherme Derrite – 5.094
Marco Feliciano – 5.414
Luiz Philippe Orleans e Bragança – 3.431
Republicanos
Marcos Pereira – 4.689
Progressistas
Bruno Lima – 11.871
União Brasil
Kim Kataguri – 8.878
Rosângela Moro – 7.527
Para a Assembleia Legislativa, os dez mais votados foram:
Rafa Zimbaldi CIDA – 5,51% – 32.579
Higor Diego REPU – 4,76% – 28.142
Mariana Conti PSOL – 3,54% – 20.917
Valeria Bolsonaro PL – 3,52% – 20.834
Eduardo Suplicy PT – 3,17% – 18.750
Artur Orsi PSD – 2,93% – 17.321
Rodrigo Farmadic UNIÃO – 2,62% – 15.525
Paolla Miguel PT – 2,00% – 11.841
Célia Leão PSDB – 1,82% – 10.749
Gilmaci Santos – REPU – 1,64% – 9.700
No campo de esquerda, destacamos as seguintes votações:
PT
Suplicy – 18.750
Paolla – 11.841
Ana Perigini – 7.156
PSOL
Mariana Conti – 20.917
Paula N. Santos – 6.159
Carlos Gianazi – 3.919
PCdoB
Leci Brandão 2.311
No campo da direita bolsonarista/extrema direita, destacamos as seguintes votações:
PL
Valéria Bolsonaro – 20.834
Bruno Zambeli – 9.348
Paulo Mansur Neto – 7.168
Gildevânio Ilso – 7.058
Dimas Sampaio – 6.864
Carlos César da Silva – 5.018
Republicanos
Higor Diego – 28.142
Gilmaci Santos – 9.700
Tomé Abduch – 9.700
PSD
Orsi – 17.321
Marta Maria F. Costa – 9.398
União Brasil
Rodrigo da Farmadic – 15.525
A votação das candidaturas bolsonaristas e da extrema direita em Campinas apresenta um fortalecimento desse setor na cidade, mas, mesmo com a onda bolsonarista na reta final do primeiro turno, Pedro Tourinho foi o mais votado da cidade, conquistando 48.786 na cidade e 25.943 em outras cidades, totalizando 74.729. Ainda que não tenha sido eleito, conquistou uma boa votação e reforça sua candidatura para a prefeitura em 2024.
Pedro Tourinho foi o único candidato petista de Campinas para a Câmara dos Deputados. As demais candidaturas petistas de Campinas obtiveram as seguintes votações para a Assembleia Legislativa:
Candidatura | Campinas | Demais cidades | Total |
Paolla Miguel | 11.841 | 13.221 | 25.062 |
Wagner Romão | 5.618 | 11.743 | 17.361 |
Carlão | 3.669 | 3.209 | 6.878 |
Evelin | 4.727 | 1.775 | 6.502 |
Vera Faria | 2.519 | 2.667 | 5.196 |
Um balanço completo da campanha de Jandyra Uehara, militante da AE, para a Assembleia Legislativa, será incorporado neste balanço posteriormente, após as atividades realizadas pela direção estadual da tendência. Em Campinas, Jandyra obteve 2.154 votos e totalizou 18.754 votos no Estado de São Paulo.
Jonas Donizete (PSB) teve uma votação muito pequena em Campinas, embora tenha sido eleito. O PSB foi um dos principais derrotados nessa eleição, não só eleitoralmente, mas também politicamente. Aqui em Campinas, boicotaram as candidaturas majoritárias, inclusive a de seu próprio partido por contas de suas disputas internas e por sua orientação tucana. Em função de sua trajetória à direita, enquanto algumas lideranças do PSB apontaram a seta à esquerda – Márcio França, Alckimin -, apoiando Lula e Haddad, a maior parte do partido não seguiu essa orientação. Aqui em Campinas, por exemplo, alguns vereadores do PSB são bolsonaristas assumidos. Esse descompasso também contribuiu para nossa reduzida capacidade de mobilização e ampliação dos nossos votos.
O PSDB também teve uma queda em sua votação em Campinas, tanto nas candidaturas federais como estaduais, mas, conseguiu eleger Carlos Sampaio e Célia Leão foram eleitos, assim como Rafa Zimbaldi que está da mesma Federação com os tucanos. Se alguns tucanos também ligaram a seta à esquerda, Carlos Sampaio, principal liderança tucana de Campinas, defendeu Bolsonaro e a necessidade do PSDB assumir a tarefa de combate ao PT.
Na Assembleia Legislativa, o PL passou de 6 para 19 cadeiras, o PT passou de 10 para 18, o PSDB de 8 para 9 (em 2014 tinha 22 cadeiras). Se no Estado houve uma ampliação considerável da bancada petista, em Campinas não tivemos uma boa votação para as candidaturas locais, que ficaram abaixo das expectativas iniciais.
No Estado de São Paulo, o bolsonarismo se fortaleceu, ocupando o antigo espaço do malufismo e dos tucanos, principalmente no interior do Estado, com algumas exceções de locais em que Lula e Haddad foram melhores, como na região de Araraquara, no Pontal do Parapanema, em pequenas cidades limítrofes de MS e MG, na Vale do Ribeira, no extremo do Vale do Paraíba, na Capital e na Grande SP.
De forma mais detalhada, vejamos mais alguns dados dos resultados eleitorais em Campinas:
Votação do Lula por região
Região | Votação Lula |
Distrito de Barão Geraldo | 53% |
Distrito de Campo Grande | 46% |
Distrito de Joaquim Egídio | 38% |
Distrito de Nova Aparecida | 43% |
Distrito de Ouro Verde | 44% |
Distrito de Sousas | 38% |
Região Central | 39% |
Região Leste | 37% |
Região Norte | 39% |
Região Sudoeste | 41% |
Região Sul | 40% |
Melhor desempenho: Distrito de Barão Geraldo (53%)
Pior desempenho: Região Leste (37%)
Desempenho de Lula por bairros
Melhor desempenho: Loteamento Vila Esperança – Região Norte (68,5%)
Pior desempenho: Nova Campinas – Região Leste (29,8%)
Dos 20 bairros com mais votos válidos, Lula ganhou em apenas um: Barão Geraldo (54,7%), o segundo nesta categoria.
Lula não foi o mais votado em nenhum dos bairros das seguintes regiões: Distrito de Joaquim Egídio, Sousas, Centro e Região Leste.
Seguindo a dinâmica da votação nacional, dividimos a votação na cidade de Campinas em três grandes regiões “Nordeste” (desempenho muito favorável a Lula), “Minas Gerais” (situação de equilíbrio) ou “Sul” (desempenho muito favorável a Bolsonaro).
“Nordeste”: bairros que Lula teve entre 68,5% e 55,5% dos votos válidos
“Minas Gerais”: bairros que Lula teve entre 55,4% e 42,5% dos votos válidos
“Sul”: bairros que Lula teve menos do que 42,5% dos votos válidos
“Nordeste”: 5,4% dos bairros (total: 9)
Bairro | Mais votado | p13 | p22 |
LOTEAMENTO VILA ESPERANÇA | LULA | 68,5% | 31,5% |
CONJUNTO HABITACIONAL RESIDENCIAL OLIMPIA | LULA | 67,6% | 32,4% |
NÃO ESPECIFICADO | LULA | 67,1% | 32,9% |
CIDADE UNIVERSITÁRIA | LULA | 62,6% | 37,4% |
JARDIM MARISA | LULA | 62,5% | 37,5% |
CONJUNTO RESIDENCIAL PARQUE SÃO BENTO | LULA | 59,5% | 40,5% |
PARQUE DA FLORESTA III | LULA | 57,4% | 42,6% |
JARDIM ROSALIA | LULA | 56,3% | 43,7% |
JARDIM FERNANDA | LULA | 55,5% | 44,5% |
“Minas Gerais”: 54,2% dos bairros (total: 90). Destes, Lula foi o mais votado em 26 bairros.
Bairro | Mais votado | p13 | p22 |
JARDIM ICARAÍ | LULA | 55,3% | 44,7% |
JARDIM CAMPO BELO | LULA | 55,1% | 44,9% |
BARÃO DE GERALDO | LULA | 54,7% | 45,3% |
CONJUNTO HABITACIONAL VIDA NOVA | LULA | 53,6% | 46,4% |
JARDIM STELLA | LULA | 53,4% | 46,6% |
MAURO MARCONDES | LULA | 53,2% | 46,8% |
JARDIM SÃO MARCOS | LULA | 53,2% | 46,8% |
CIDADE SATELITE IRIS I | LULA | 53,1% | 46,9% |
JARDIM CAMPINEIRO | LULA | 52,9% | 47,1% |
CIDADE SATELITE IRIS II | LULA | 52,7% | 47,3% |
JARDIM ROSALINA | LULA | 52,6% | 47,4% |
VILA SAN MARTIN | LULA | 52,5% | 47,5% |
JARDIM SÃO FERNANDO | LULA | 51,7% | 48,3% |
JARDIM MARACANÃ | LULA | 51,5% | 48,5% |
JARDIM SANTA LUCIA | LULA | 51,4% | 48,6% |
JARDIM MARIA ROSA | LULA | 51,1% | 48,9% |
RESIDENCIAL COSMOS | LULA | 51,1% | 48,9% |
JARDIM CRISTINA | LULA | 51,1% | 48,9% |
JARDIM BOM SUCESSO |
LULA |
51,0% |
49,0% |
JARDIM OURO PRETO | LULA | 50,9% | 49,1% |
JARDIM CAMPINA GRANDE | LULA | 50,8% | 49,2% |
VILA RENASCENÇA | LULA | 50,5% | 49,5% |
DIC III (CONJUNTO HABITACIONAL RUY NOVAES) | LULA | 50,5% | 49,5% |
CIDADE SATÉLITE IRIS IV | LULA | 50,3% | 49,7% |
VILA OROZIMBO MAIA | LULA | 50,3% | 49,7% |
VILA LUNARDI | LULA | 50,1% | 49,9% |
JARDIM SANTA CLARA | BOLSONARO | 49,9% | 50,1% |
JARDIM FLORENCE II | BOLSONARO | 49,7% | 50,3% |
DIC IV (CONJUNTO HABITACIONAL LECH WALESA) | BOLSONARO | 49,6% | 50,4% |
JARDIM FLORENCE | BOLSONARO | 49,4% | 50,6% |
JARDIM SANTA MÔNICA | BOLSONARO | 49,1% | 50,9% |
VILLAGE CAMPINAS | BOLSONARO | 49,0% | 51,0% |
JARDIM MERCEDES | BOLSONARO | 49,0% | 51,0% |
VILA HOLANDIA | BOLSONARO | 49,0% | 51,0% |
JARDIM SANTANA | BOLSONARO | 48,9% | 51,1% |
PARQUE VALENÇA | BOLSONARO | 48,8% | 51,2% |
JARDIM ROSSIN | BOLSONARO | 48,4% | 51,6% |
JARDIM AEROPORTO | BOLSONARO | 48,1% | 51,9% |
BOTAFOGO | BOLSONARO | 47,7% | 52,3% |
JARDIM DAS BANDEIRAS | BOLSONARO | 47,7% | 52,3% |
VILA PALMEIRAS | BOLSONARO | 47,6% | 52,4% |
PARQUE UNIVERSITÁRIO DE VIRACOPOS | BOLSONARO | 47,4% | 52,6% |
JARDIM METANÓPOLIS | BOLSONARO | 47,4% | 52,6% |
VILA RICA | BOLSONARO | 47,4% | 52,6% |
VILA PALÁCIOS | BOLSONARO | 47,1% | 52,9% |
JARDIM SANTA ROSA | BOLSONARO | 47,1% | 52,9% |
DIC I (CONJUNTO HABITACIONAL MONSENHOR LUIZ FERNANDO ABREU) | BOLSONARO | 47,0% | 53,0% |
JARDIM SÃO DOMINGOS | BOLSONARO | 47,0% | 53,0% |
JARDIM NOVA AMÉRICA | BOLSONARO | 47,0% | 53,0% |
JARDIM ANDORINHAS | BOLSONARO | 47,0% | 53,0% |
JARDIM NOSSA SENHORA DE LOURDES | BOLSONARO | 46,9% | 53,1% |
PARQUE ITAJAÍ II | BOLSONARO | 46,8% | 53,2% |
DIC VI (CONJUNTO HABITACIONAL SANTO DIAS SILVA) | BOLSONARO | 46,7% | 53,3% |
JARDIM SÃO JOSÉ | BOLSONARO | 46,7% | 53,3% |
JARDIM SÃO CRISTOVÃO | BOLSONARO | 46,6% | 53,4% |
REAL PARQUE | BOLSONARO | 46,6% | 53,4% |
RESIDENCIAL SÃO JOSÉ | BOLSONARO | 46,6% | 53,4% |
JARDIM DAS BANDEIRAS II | BOLSONARO | 46,3% | 53,7% |
VILA UNIÃO | BOLSONARO | 46,2% | 53,8% |
VILA PADRE MANOEL DE NOBREGA |
BOLSONARO |
46,1% |
53,9% |
DIC II (CONJ HABITACIONAL PROFESSOR ANTONIO MENDONCA BARROS) | BOLSONARO | 46,1% | 53,9% |
JARDIM NOVA MERCEDES | BOLSONARO | 45,9% | 54,1% |
PARQUE ITAJAÍ | BOLSONARO | 45,6% | 54,4% |
JARDIM VISTA ALEGRE | BOLSONARO | 45,5% | 54,5% |
JARDIM NOVO MARACANÃ | BOLSONARO | 45,2% | 54,8% |
JARDIM BOA ESPERANÇA | BOLSONARO | 45,2% | 54,8% |
VILA COSTA E SILVA | BOLSONARO | 45,1% | 54,9% |
PARQUE IPIRANGA | BOLSONARO | 45,1% | 54,9% |
JARDIM PLANALTO DE VIRACOPOS | BOLSONARO | 45,1% | 54,9% |
CENTRO | BOLSONARO | 45,1% | 54,9% |
JARDIM DO LAGO | BOLSONARO | 44,8% | 55,2% |
JARDIM NOVO CAMPOS ELISEOS | BOLSONARO | 44,8% | 55,2% |
VILA CASTELO BRANCO | BOLSONARO | 44,6% | 55,4% |
JARDIM NILÓPOLIS | BOLSONARO | 44,4% | 55,6% |
PARQUE TROPICAL | BOLSONARO | 44,0% | 56,0% |
VILA BRANDINA | BOLSONARO | 43,7% | 56,3% |
JARDIM YEDA | BOLSONARO | 43,7% | 56,3% |
JARDIM IPAUSSURAMA | BOLSONARO | 43,6% | 56,4% |
JARDIM CARLOS LOURENÇO | BOLSONARO | 43,6% | 56,4% |
JARDIM OURO BRANCO | BOLSONARO | 43,4% | 56,6% |
VILA AEROPORTO | BOLSONARO | 43,4% | 56,6% |
CONJUNTO HABITACIONAL PADRE ANCHIETA | BOLSONARO | 43,1% | 56,9% |
JARDIM PAULICÉIA | BOLSONARO | 43,1% | 56,9% |
JARDIM NEW YORK | BOLSONARO | 42,9% | 57,1% |
JARDIM DO VOVÔ | BOLSONARO | 42,8% | 57,2% |
JARDIM FLAMBOYANT | BOLSONARO | 42,8% | 57,2% |
PARQUE DOM PEDRO II | BOLSONARO | 42,6% | 57,4% |
JARDIM SÃO VICENTE | BOLSONARO | 42,5% | 57,5% |
VILA SANTANA | BOLSONARO | 42,5% | 57,5% |
JARDIM MONTE BELO | BOLSONARO | 42,5% | 57,5% |
“Sul”: 40,4% dos bairros (total: 67).
Bairro | Mais votado | p13 | p22 |
VILA NOVA TEIXEIRA | BOLSONARO | 42,1% | 57,9% |
PARQUE SÃO JORGE | BOLSONARO | 41,9% | 58,1% |
SOUSAS | BOLSONARO | 41,9% | 58,1% |
BOSQUE | BOLSONARO | 41,8% | 58,2% |
JARDIM MORUMBI | BOLSONARO | 41,8% | 58,2% |
JARDIM SÃO PEDRO | BOLSONARO | 41,8% | 58,2% |
PARQUE FAZENDINHA | BOLSONARO | 41,6% | 58,4% |
PARQUE SAO QUIRINO | BOLSONARO | 41,6% | 58,4% |
VILA MIMOSA | BOLSONARO | 41,5% | 58,5% |
JARDIM GARCIA | BOLSONARO | 41,5% | 58,5% |
VILA FORMOSA | BOLSONARO | 41,4% | 58,6% |
JARDIM CAMPOS ELISIOS | BOLSONARO | 41,3% | 58,7% |
VILA BOA VISTA | BOLSONARO | 41,1% | 58,9% |
VILA MIGUEL VICENTE CURY | BOLSONARO | 41,1% | 58,9% |
JARDIM CAPIVARI | BOLSONARO | 41,0% | 59,0% |
JOAQUIM EGIDIO | BOLSONARO | 40,9% | 59,1% |
PARQUE SANTA BARBARA | BOLSONARO | 40,8% | 59,2% |
JARDIM ROSANA | BOLSONARO | 40,6% | 59,4% |
VILA NOVA | BOLSONARO | 40,4% | 59,6% |
JARDIM SÃO JOÃO | BOLSONARO | 40,3% | 59,7% |
JARDIM VON ZUBEN | BOLSONARO | 40,1% | 59,9% |
VILA ROSSI BORGHI E SIQUEIRA | BOLSONARO | 39,9% | 60,1% |
GUANABARA | BOLSONARO | 39,8% | 60,2% |
VILA INDUSTRIAL | BOLSONARO | 39,6% | 60,4% |
VILA CURA D’ARS | BOLSONARO | 39,4% | 60,6% |
JARDIM DOS OLIVEIRAS | BOLSONARO | 39,2% | 60,8% |
JARDIM AMAZONAS | BOLSONARO | 39,2% | 60,8% |
VILA LEMOS | BOLSONARO | 39,1% | 60,9% |
VILA ITAPURA | BOLSONARO | 39,0% | 61,0% |
VILA TRINTA E UM DE MARÇO | BOLSONARO | 38,9% | 61,1% |
VILA MARIETA | BOLSONARO | 38,9% | 61,1% |
JARDIM COUNTRY VILLE |
BOLSONARO |
38,8% |
61,2% |
TAQUARAL | BOLSONARO | 38,6% | 61,4% |
PONTE PRETA | BOLSONARO | 38,6% | 61,4% |
VILA CAMPOS SALES | BOLSONARO | 38,5% | 61,5% |
JARDIM DO LAGO II | BOLSONARO | 38,4% | 61,6% |
PARQUE IMPERADOR | BOLSONARO | 38,2% | 61,8% |
JARDIM APARECIDA | BOLSONARO | 38,2% | 61,8% |
SWIFT | BOLSONARO | 38,1% | 61,9% |
PARQUE JAMBEIRO | BOLSONARO | 38,1% | 61,9% |
PARQUE TAQUARAL | BOLSONARO | 38,0% | 62,0% |
JARDIM NOVO CAMBUI | BOLSONARO | 37,7% | 62,3% |
SÃO BERNARDO | BOLSONARO | 37,7% | 62,3% |
CIDADE JARDIM | BOLSONARO | 37,6% | 62,4% |
JARDIM SAMAMBAIA | BOLSONARO | 37,5% | 62,5% |
JARDIM SANTA TEREZINHA | BOLSONARO | 37,4% | 62,6% |
CAMBUÍ | BOLSONARO | 37,4% | 62,6% |
JARDIM PROENÇA | BOLSONARO | 36,9% | 63,1% |
VILA ESTANISLAU | BOLSONARO | 36,7% | 63,3% |
VILA NOGUEIRA | BOLSONARO | 36,7% | 63,3% |
JARDIM AURÉLIA | BOLSONARO | 36,5% | 63,5% |
NOVA SOUSAS | BOLSONARO | 36,5% | 63,5% |
VILA MANOEL FERREIRA | BOLSONARO | 36,4% | 63,6% |
JARDIM GUANABARA | BOLSONARO | 36,2% | 63,8% |
NOTRE DAME | BOLSONARO | 36,0% | 64,0% |
JARDIM NOVA EUROPA | BOLSONARO | 35,9% | 64,1% |
JARDIM MAGNÓLIA | BOLSONARO | 35,7% | 64,3% |
JARDIM NOSSA SENHORA AUXILIADORA | BOLSONARO | 35,6% | 64,4% |
JARDIM EULINA | BOLSONARO | 35,5% | 64,5% |
JARDIM MARIA EUGENIA | BOLSONARO | 35,5% | 64,5% |
JARDIM MIRIAM | BOLSONARO | 35,4% | 64,6% |
JARDIM CHAPADÃO | BOLSONARO | 35,2% | 64,8% |
JARDIM LEONOR | BOLSONARO | 33,2% | 66,8% |
PARQUE INDUSTRIAL | BOLSONARO | 32,4% | 67,6% |
JARDIM PARAISO | BOLSONARO | 32,4% | 67,6% |
VILA ESMERALDA | BOLSONARO | 32,1% | 67,9% |
NOVA CAMPINAS | BOLSONARO | 29,8% | 70,2% |
Alguns apontamentos sobre o processo eleitoral em Campinas
Para compreendermos o processo eleitoral em Campinas é preciso levar em conta, em primeiro lugar, razões estruturais mais amplas que afetam não só o nosso município como o país inteiro, a exemplo da opção dos setores majoritários do PT por uma estratégia de conciliação de classes, de institucionalização excessiva, desarmando o partido para os enfrentamentos que surgiram, como também pelas ações das classes dominantes, que nunca toleraram melhorias nas condições de vida da classe trabalhadora, nem ampliação de direitos, promovendo golpes preventivos ao longo de nossa história recente, como foi em 2016.
A estratégia de apostar tudo na vitória eleitoral no primeiro turno e de não criar um ambiente de mobilização social, sob receio de que o acirramento afastasse aliados mais à direita, foram arriscadas, provocando uma mistura de pânico e desânimo na militância de esquerda diante da ocorrência do segundo turno. A falta de material e de orientação política, inicialmente, confirmaram isso. Mas, como nossa militância é melhor do que nossa direção, retomamos a capacidade militante e enfrentamos as limitações materiais e políticas.
No caso específico de Campinas, além dos fatores estruturais acima citados, não tivemos campanha majoritária no primeiro turno. A direção municipal do Partido não dirigiu a campanha, ficando sob responsabilidade das campanhas proporcionais com suas estruturas profissionalizadas e baixa capacidade militante. No segundo turno, somente depois de algumas ações espontâneas e de pequenos grupos organizados, é que a direção buscou organizar a campanha e, mesmo assim, muito mais como difusora das ações espontâneas e de suas agendas do que uma direção organizada. Nem mesmo a sede do Partido estava aberta em período integral para a distribuição de materiais, para orientações e informações. Em variados grupos de WhatsApp e das demais redes sociais recebíamos reclamações sobre o fechamento da sede.
Na reta final, assistimos uma intensa e vigorosa militância nas ruas, que contrastava com uma aparente ausência da militância bolsonarista, com exceção das manifestações nos automóveis adesivados. Precisamos avaliar com mais rigor se essa aparente ausência era real ou se não tivemos a capacidade de enxergarmos a campanha bolsonarista, que estava em curso no interior das igrejas, das empresas por meio das ações patronais, das demais organizações coletivas que a direita encontrou espaço. Conforme apontamos anteriormente, nossa presença eleitoral era reflexo do acúmulo e do enraizamento social da militância petista e de esquerda. Mas, essa mobilização militante, muitas vezes espontânea, não foi suficiente para alterarmos a correlação de forças na cidade, mas serviu como alerta para a necessária reorganização partidária.
De toda forma, algumas iniciativas foram muito positivas e podem indicar caminhos para a retomada da ocupação de territórios e da mobilização social, como foi a experiência da Esquina da Democracia, em Barão Geraldo, que mobilizou intensamente a militância de esquerda local, assim como variadas ações dos comitês populares de lutas (CPL), entre eles: CPL do Centro Cultural Esperança Vermelha, CPL Campos Elísios, CPL São Fernando, CPL Florence, CPL Ouro Verde, CPL Campo Belo, CPL Santa Lúcia, CPL Vila União, CPL São José, CPL Souzas, Comitê contra carestia São Marcos, Comitê de Mobilidade Urbana e Transporte. Além disso, a militância, de forma espontânea, organizou bancas e mesas nas diversas regiões da cidade, permitindo o diálogo com a população.
Em relação ao PT Campinas, todos nós temos algum grau de responsabilidade sobre as limitações existentes, mas é preciso que os setores majoritários assumam suas obrigações e compromissos com a condução do PT. Foi um erro político dos setores que possuem maioria da condução do Partido abandonarem a campanha majoritária, acreditando que bastaria a campanha midiática para eleição de Lula e Haddad, priorizando as campanhas proporcionais.
Diante disso, é preciso que o nosso Partido atue para além dos processos eleitorais, atue na organização dos setores populares em Campinas com algumas medidas:
– A partir do envolvimento espontâneo de diversas pessoas nesse processo eleitoral, organizar uma intensa campanha de filiação partidária;
– Organizar núcleos do PT nas diversas regiões da cidade;
– Organizar cursos de formação política, seja a formação básica para a militância que está chegando, como também a formação de dirigentes;
– Ampliar os canais de comunicação com a militância petista e com a população de Campinas;
– Organizar a oposição ao governo municipal bolsonarista, o que inclui a mobilização social e maior envolvimento da direção nos debates e decisões da bancada de vereadores/as petistas. O PT é que deve dirigir a bancada e não o contrário;
– Ampliar a ações conjuntas com os demais partidos de esquerda, especialmente com PCdoB e PSOL;
– Retomar o funcionamento regular das reuniões da Direção Municipal e da Executiva.
Sugerimos que a Direção Municipal convoque rapidamente sua militância para realizar o balanço dessa campanha eleitoral, debater a conjuntura atual e adotar as medidas para o fortalecimento do PT e das ações necessárias nesse próximo período, inclusive sobre a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal, que, infelizmente, já assistimos setores do PT defendendo a aliança com base parlamentar governista. Nossa posição é pelo lançamento de uma candidatura da bancada de esquerda sem emprestar apoio a bancada governista muito menos aos setores bolsonaristas.