Balanço preliminar das eleições em Campinas

Nota da Articulação de Esquerda – Campinas, tendência interna do Partido dos Trabalhadores

 Balanço preliminar das eleições em Campinas

 Em primeiro lugar, é preciso saudar a militância petista e de esquerda pela vitória de Lula nessas eleições. Por uma margem muito pequena, toda atividade de campanha fez a diferença, principalmente as ações militantes e voluntárias de milhares de pessoas pelo Brasil afora. Em Campinas, essas ações marcaram o ambiente de campanha nesse segundo turno, demonstrando que é possível recuperarmos a boa e velha tradição das campanhas militantes.

Mas, além das ações de campanha, precisamos recuperar e inovar as formas de organização da classe trabalhadora nos diversos espaços de atuação, nos bairros, nos locais de trabalho e de estudo, nos sindicatos, nas diversas organizações coletivas e no partido. As manifestações desses dias, com fechamento de rodovias, vigílias com pedido de intervenção militar e atos violentos contra a militância de esquerda, logo após a nossa vitória, indicam como serão esses próximos dois meses e dinâmica de oposição bolsonarista. Teremos uma escalada da luta de classes no Brasil.

Nesse sentido, teremos uma dupla tarefa pela frente: garantir que o governo Lula implemente um programa que enfrente as enormes desigualdades sociais em nosso país e enfrentar o bolsonarismo, que adquiriu um caráter de massas. Para isso, precisamos ampliar nossa capacidade de mobilização dos setores populares.

Nas eleições presidenciais, no primeiro turno, em Campinas, Bolsonaro obteve 320.684 votos (49,07%), enquanto Lula atingiu 259.973 votos (39,78%). No segundo turno, Bolsonaro obteve 368.251 votos (56,22%), Lula conquistou 286.779 (43,78%) ou Lula: 41% dos votos válidos (286.779 votos) Bolsonaro: 59% dos votos válidos (368.251 votos).

Nas eleições para o governo do Estado, no primeiro turno Tarcísio obteve 274.044 (46,13%), Haddad 218.272 (36,74%) e Rodrigo Gracia 79.146 (13,32%). No segundo turno, os resultados foram: Tarcísio 347.988 (55,99%) e Haddad 273.531 (44,01%). Em todas as zonas eleitorais, Bolsonaro e Tarcísio tiveram mais votos e vantagens consideráveis sobre Lula e Haddad, ampliando, em Campinas, de 9.3% para cerca de 12.5% nas eleições presidenciais e, para o governo estadual, de 9.40% para 12%. O crescimento do bolsonarismo foi mais acentuado nas regiões periféricas.

Esses dados apontam que o bolsonarismo ampliou sua vantagem entre o primeiro e o segundo turno em Campinas, mesmo com uma mobilização militante de esquerda maior do que foi no primeiro turno. Isso pode ter várias causas, entre elas a maior capacidade financeira, compra de votos indiretas por meio de ações de governo, maior reserva estratégica de mobilização ou terem uma melhor política no segundo turno do que a apresentada por nós. Todos esses fatores merecem uma análise mais aprofundada como parte do balanço da campanha em Campinas.

Em relação a maior reserva estratégica de mobilização, o bolsonarismo adquiriu maior organicidade e capilaridade do que nós temos hoje. A única forma de combater isso é com organização política e social para além dos períodos eleitorais. O PT vem se transformando cada vez mais em um partido tradicional, que atua apenas na institucionalidade, enquanto esses setores bolsonaristas estão enraizados nos bairros, nas igrejas, em diversas organizações abandonas por nós. Nos períodos eleitorais, o que se apresenta é aquilo que acumulamos. Se não acumulamos, nossa capacidade de ampliação é reduzida.

 Nas eleições proporcionais, para a Câmara dos Deputados, os dez mais votados foram:

Pedro Tourinho PT – 8,15% – 48.786

Carla Zambelli PL – 6,06% – 36.284

Jonas Donizette PSB – 5,79% – 34.633

Eduardo Bolsonaro PL – 5,19% – 31.073

Ricardo Salles PL – 3,85% – 23.058

Guilherme Boulos PSOL – 3,71% – 22.182

Carlos Sampaio PSDB – 3,30% – 19.759

Paulo Freire da Costa PL – 2,12% – 12.702

Delegado Bruno Lima PP – 1,98% – 11.871

Tabata Amaral PSB – 1,79% 10.710

 

No campo de esquerda, destacamos as seguintes votações:

PT

Pedro Tourinho – 48.786

Jilmar Tatto – 9.543

Zaratini – 3.353

Rui Falcão – 2.297

Arlindo Chignalia – 981

PSOL

Boulos – 22.182

Sâmia Bonfim – 9.563

Érika – 7.481

Sônia B. S. S. Santos – 5778

PCdoB

Orlando Silva – 4.662

 

No campo da direita bolsonarista/extrema direita, destacamos as seguintes votações:

PL

Carla Zambeli – 36.284

Eduardo Bolsonaro – 31.073

Ricardo Sales – 23.058

Paulo Freire – 12.702

Mario Frias – 7.001

Guilherme Derrite – 5.094

Marco Feliciano – 5.414

Luiz Philippe Orleans e Bragança – 3.431

Republicanos

Marcos Pereira – 4.689

Progressistas

Bruno Lima – 11.871

União Brasil

Kim Kataguri – 8.878

Rosângela Moro – 7.527

 

Para a Assembleia Legislativa, os dez mais votados foram:

Rafa Zimbaldi CIDA – 5,51% – 32.579

Higor Diego REPU – 4,76% – 28.142

Mariana Conti PSOL – 3,54% – 20.917

Valeria Bolsonaro PL – 3,52% – 20.834

Eduardo Suplicy PT – 3,17% – 18.750

Artur Orsi PSD – 2,93% – 17.321

Rodrigo Farmadic UNIÃO – 2,62% – 15.525

Paolla Miguel PT – 2,00% – 11.841

Célia Leão PSDB – 1,82% – 10.749

Gilmaci Santos – REPU – 1,64% – 9.700

 

No campo de esquerda, destacamos as seguintes votações:

PT

Suplicy – 18.750

Paolla – 11.841

Ana Perigini – 7.156

PSOL

Mariana Conti – 20.917

Paula N. Santos – 6.159

Carlos Gianazi – 3.919

PCdoB

Leci Brandão 2.311

 

No campo da direita bolsonarista/extrema direita, destacamos as seguintes votações:

PL

Valéria Bolsonaro – 20.834

Bruno Zambeli – 9.348

Paulo Mansur Neto – 7.168

Gildevânio Ilso – 7.058

Dimas Sampaio – 6.864

Carlos César da Silva – 5.018

Republicanos

Higor Diego – 28.142

Gilmaci Santos – 9.700

Tomé Abduch – 9.700

PSD

Orsi – 17.321

Marta Maria F. Costa – 9.398

União Brasil

Rodrigo da Farmadic – 15.525

A votação das candidaturas bolsonaristas e da extrema direita em Campinas apresenta um fortalecimento desse setor na cidade, mas, mesmo com a onda bolsonarista na reta final do primeiro turno, Pedro Tourinho foi o mais votado da cidade, conquistando 48.786 na cidade e 25.943 em outras cidades, totalizando 74.729. Ainda que não tenha sido eleito, conquistou uma boa votação e reforça sua candidatura para a prefeitura em 2024.

Pedro Tourinho foi o único candidato petista de Campinas para a Câmara dos Deputados. As demais candidaturas petistas de Campinas obtiveram as seguintes votações para a Assembleia Legislativa:

Candidatura Campinas Demais cidades Total

 

Paolla Miguel 11.841 13.221 25.062
Wagner Romão 5.618 11.743 17.361
Carlão 3.669 3.209 6.878
Evelin 4.727 1.775 6.502
Vera Faria 2.519 2.667 5.196

 

Um balanço completo da campanha de Jandyra Uehara, militante da AE, para a Assembleia Legislativa, será incorporado neste balanço posteriormente, após as atividades realizadas pela direção estadual da tendência. Em Campinas, Jandyra obteve 2.154 votos e totalizou 18.754 votos no Estado de São Paulo.

Jonas Donizete (PSB) teve uma votação muito pequena em Campinas, embora tenha sido eleito. O PSB foi um dos principais derrotados nessa eleição, não só eleitoralmente, mas também politicamente. Aqui em Campinas, boicotaram as candidaturas majoritárias, inclusive a de seu próprio partido por contas de suas disputas internas e por sua orientação tucana. Em função de sua trajetória à direita, enquanto algumas lideranças do PSB apontaram a seta à esquerda – Márcio França, Alckimin -, apoiando Lula e Haddad, a maior parte do partido não seguiu essa orientação. Aqui em Campinas, por exemplo, alguns vereadores do PSB são bolsonaristas assumidos. Esse descompasso também contribuiu para nossa reduzida capacidade de mobilização e ampliação dos nossos votos.

O PSDB também teve uma queda em sua votação em Campinas, tanto nas candidaturas federais como estaduais, mas, conseguiu eleger Carlos Sampaio e Célia Leão foram eleitos, assim como Rafa Zimbaldi que está da mesma Federação com os tucanos. Se alguns tucanos também ligaram a seta à esquerda, Carlos Sampaio, principal liderança tucana de Campinas, defendeu Bolsonaro e a necessidade do PSDB assumir a tarefa de combate ao PT.

Na Assembleia Legislativa, o PL passou de 6 para 19 cadeiras, o PT passou de 10 para 18, o PSDB de 8 para 9 (em 2014 tinha 22 cadeiras). Se no Estado houve uma ampliação considerável da bancada petista, em Campinas não tivemos uma boa votação para as candidaturas locais, que ficaram abaixo das expectativas iniciais.

No Estado de São Paulo, o bolsonarismo se fortaleceu, ocupando o antigo espaço do malufismo e dos tucanos, principalmente no interior do Estado, com algumas exceções de locais em que Lula e Haddad foram melhores, como na região de Araraquara, no Pontal do Parapanema, em pequenas cidades limítrofes de MS e MG, na Vale do Ribeira, no extremo do Vale do Paraíba, na Capital e na Grande SP.

De forma mais detalhada, vejamos mais alguns dados dos resultados eleitorais em Campinas:

Votação do Lula por região

 

Região Votação Lula
Distrito de Barão  Geraldo 53%
Distrito de Campo Grande 46%
Distrito de Joaquim Egídio 38%
Distrito de Nova Aparecida 43%
Distrito de Ouro Verde 44%
Distrito de Sousas 38%
Região Central 39%
Região Leste 37%
Região Norte 39%
Região Sudoeste 41%
Região Sul 40%

 

Melhor desempenho: Distrito de Barão Geraldo (53%)

Pior desempenho: Região Leste (37%)

 

Desempenho de Lula por bairros

Melhor desempenho: Loteamento Vila Esperança – Região Norte (68,5%)

Pior desempenho: Nova Campinas – Região Leste (29,8%)

Dos 20 bairros com mais votos válidos, Lula ganhou em apenas um: Barão Geraldo (54,7%), o segundo nesta categoria.

Lula não foi o mais votado em nenhum dos bairros das seguintes regiões: Distrito de Joaquim Egídio, Sousas, Centro e Região Leste.

Seguindo a dinâmica da votação nacional, dividimos a votação na cidade de Campinas em três grandes regiões “Nordeste” (desempenho muito favorável a Lula), “Minas Gerais” (situação de equilíbrio) ou “Sul” (desempenho muito favorável a Bolsonaro).

“Nordeste”: bairros que Lula teve entre 68,5% e 55,5% dos votos válidos

“Minas Gerais”: bairros que Lula teve entre 55,4% e 42,5% dos votos válidos

“Sul”: bairros que Lula teve menos do que 42,5% dos votos válidos

 

“Nordeste”: 5,4% dos bairros (total: 9)

 

Bairro Mais votado p13 p22
LOTEAMENTO VILA ESPERANÇA LULA 68,5% 31,5%
CONJUNTO HABITACIONAL RESIDENCIAL OLIMPIA LULA 67,6% 32,4%
NÃO ESPECIFICADO LULA 67,1% 32,9%
CIDADE UNIVERSITÁRIA LULA 62,6% 37,4%
JARDIM MARISA LULA 62,5% 37,5%
CONJUNTO RESIDENCIAL PARQUE SÃO BENTO LULA 59,5% 40,5%
PARQUE DA FLORESTA III LULA 57,4% 42,6%
JARDIM ROSALIA LULA 56,3% 43,7%
JARDIM FERNANDA LULA 55,5% 44,5%

 

“Minas Gerais”: 54,2% dos bairros (total: 90). Destes, Lula foi o mais votado em 26 bairros.

 

Bairro Mais votado p13 p22
JARDIM ICARAÍ LULA 55,3% 44,7%
JARDIM CAMPO BELO LULA 55,1% 44,9%
BARÃO DE GERALDO LULA 54,7% 45,3%
CONJUNTO HABITACIONAL VIDA NOVA LULA 53,6% 46,4%
JARDIM STELLA LULA 53,4% 46,6%
MAURO MARCONDES LULA 53,2% 46,8%
JARDIM SÃO MARCOS LULA 53,2% 46,8%
CIDADE SATELITE IRIS I LULA 53,1% 46,9%
JARDIM CAMPINEIRO LULA 52,9% 47,1%
CIDADE SATELITE IRIS II LULA 52,7% 47,3%
JARDIM ROSALINA LULA 52,6% 47,4%
VILA SAN MARTIN LULA 52,5% 47,5%
JARDIM SÃO FERNANDO LULA 51,7% 48,3%
JARDIM MARACANÃ LULA 51,5% 48,5%
JARDIM SANTA LUCIA LULA 51,4% 48,6%
JARDIM MARIA ROSA LULA 51,1% 48,9%
RESIDENCIAL COSMOS LULA 51,1% 48,9%
JARDIM CRISTINA LULA 51,1% 48,9%
 

JARDIM BOM SUCESSO

 

LULA

 

51,0%

 

49,0%

JARDIM OURO PRETO LULA 50,9% 49,1%
JARDIM CAMPINA GRANDE LULA 50,8% 49,2%
VILA RENASCENÇA LULA 50,5% 49,5%
DIC III (CONJUNTO HABITACIONAL RUY NOVAES) LULA 50,5% 49,5%
CIDADE SATÉLITE IRIS IV LULA 50,3% 49,7%
VILA OROZIMBO MAIA LULA 50,3% 49,7%
VILA LUNARDI LULA 50,1% 49,9%
JARDIM SANTA CLARA BOLSONARO 49,9% 50,1%
JARDIM FLORENCE II BOLSONARO 49,7% 50,3%
DIC IV (CONJUNTO HABITACIONAL LECH WALESA) BOLSONARO 49,6% 50,4%
JARDIM FLORENCE BOLSONARO 49,4% 50,6%
JARDIM SANTA MÔNICA BOLSONARO 49,1% 50,9%
VILLAGE CAMPINAS BOLSONARO 49,0% 51,0%
JARDIM MERCEDES BOLSONARO 49,0% 51,0%
VILA HOLANDIA BOLSONARO 49,0% 51,0%
JARDIM SANTANA BOLSONARO 48,9% 51,1%
PARQUE VALENÇA BOLSONARO 48,8% 51,2%
JARDIM ROSSIN BOLSONARO 48,4% 51,6%
JARDIM AEROPORTO BOLSONARO 48,1% 51,9%
BOTAFOGO BOLSONARO 47,7% 52,3%
JARDIM DAS BANDEIRAS BOLSONARO 47,7% 52,3%
VILA PALMEIRAS BOLSONARO 47,6% 52,4%
PARQUE UNIVERSITÁRIO DE VIRACOPOS BOLSONARO 47,4% 52,6%
JARDIM METANÓPOLIS BOLSONARO 47,4% 52,6%
VILA RICA BOLSONARO 47,4% 52,6%
VILA PALÁCIOS BOLSONARO 47,1% 52,9%
JARDIM SANTA ROSA BOLSONARO 47,1% 52,9%
DIC I (CONJUNTO HABITACIONAL MONSENHOR LUIZ FERNANDO ABREU) BOLSONARO 47,0% 53,0%
JARDIM SÃO DOMINGOS BOLSONARO 47,0% 53,0%
JARDIM NOVA AMÉRICA BOLSONARO 47,0% 53,0%
JARDIM ANDORINHAS BOLSONARO 47,0% 53,0%
JARDIM NOSSA SENHORA DE LOURDES BOLSONARO 46,9% 53,1%
PARQUE ITAJAÍ II BOLSONARO 46,8% 53,2%
DIC VI (CONJUNTO HABITACIONAL SANTO DIAS SILVA) BOLSONARO 46,7% 53,3%
JARDIM SÃO JOSÉ BOLSONARO 46,7% 53,3%
JARDIM SÃO CRISTOVÃO BOLSONARO 46,6% 53,4%
REAL PARQUE BOLSONARO 46,6% 53,4%
RESIDENCIAL SÃO JOSÉ BOLSONARO 46,6% 53,4%
JARDIM DAS BANDEIRAS II BOLSONARO 46,3% 53,7%
VILA UNIÃO BOLSONARO 46,2% 53,8%
 

VILA PADRE MANOEL DE NOBREGA

 

BOLSONARO

 

46,1%

 

53,9%

DIC II (CONJ HABITACIONAL PROFESSOR ANTONIO MENDONCA BARROS) BOLSONARO 46,1% 53,9%
JARDIM NOVA MERCEDES BOLSONARO 45,9% 54,1%
PARQUE ITAJAÍ BOLSONARO 45,6% 54,4%
JARDIM VISTA ALEGRE BOLSONARO 45,5% 54,5%
JARDIM NOVO MARACANÃ BOLSONARO 45,2% 54,8%
JARDIM BOA ESPERANÇA BOLSONARO 45,2% 54,8%
VILA COSTA E SILVA BOLSONARO 45,1% 54,9%
PARQUE IPIRANGA BOLSONARO 45,1% 54,9%
JARDIM PLANALTO DE VIRACOPOS BOLSONARO 45,1% 54,9%
CENTRO BOLSONARO 45,1% 54,9%
JARDIM DO LAGO BOLSONARO 44,8% 55,2%
JARDIM NOVO CAMPOS ELISEOS BOLSONARO 44,8% 55,2%
VILA CASTELO BRANCO BOLSONARO 44,6% 55,4%
JARDIM NILÓPOLIS BOLSONARO 44,4% 55,6%
PARQUE TROPICAL BOLSONARO 44,0% 56,0%
VILA BRANDINA BOLSONARO 43,7% 56,3%
JARDIM YEDA BOLSONARO 43,7% 56,3%
JARDIM IPAUSSURAMA BOLSONARO 43,6% 56,4%
JARDIM CARLOS LOURENÇO BOLSONARO 43,6% 56,4%
JARDIM OURO BRANCO BOLSONARO 43,4% 56,6%
VILA AEROPORTO BOLSONARO 43,4% 56,6%
CONJUNTO HABITACIONAL PADRE ANCHIETA BOLSONARO 43,1% 56,9%
JARDIM PAULICÉIA BOLSONARO 43,1% 56,9%
JARDIM NEW YORK BOLSONARO 42,9% 57,1%
JARDIM DO VOVÔ BOLSONARO 42,8% 57,2%
JARDIM FLAMBOYANT BOLSONARO 42,8% 57,2%
PARQUE DOM PEDRO II BOLSONARO 42,6% 57,4%
JARDIM SÃO VICENTE BOLSONARO 42,5% 57,5%
VILA SANTANA BOLSONARO 42,5% 57,5%
JARDIM MONTE BELO BOLSONARO 42,5% 57,5%

 

“Sul”: 40,4% dos bairros (total: 67).

 

Bairro Mais votado p13 p22
VILA NOVA TEIXEIRA BOLSONARO 42,1% 57,9%
PARQUE SÃO JORGE BOLSONARO 41,9% 58,1%
SOUSAS BOLSONARO 41,9% 58,1%
BOSQUE BOLSONARO 41,8% 58,2%
JARDIM MORUMBI BOLSONARO 41,8% 58,2%
JARDIM SÃO PEDRO BOLSONARO 41,8% 58,2%
PARQUE FAZENDINHA BOLSONARO 41,6% 58,4%
PARQUE SAO QUIRINO BOLSONARO 41,6% 58,4%
VILA MIMOSA BOLSONARO 41,5% 58,5%
JARDIM GARCIA BOLSONARO 41,5% 58,5%
VILA FORMOSA BOLSONARO 41,4% 58,6%
JARDIM CAMPOS ELISIOS BOLSONARO 41,3% 58,7%
VILA BOA VISTA BOLSONARO 41,1% 58,9%
VILA MIGUEL VICENTE CURY BOLSONARO 41,1% 58,9%
JARDIM CAPIVARI BOLSONARO 41,0% 59,0%
JOAQUIM EGIDIO BOLSONARO 40,9% 59,1%
PARQUE SANTA BARBARA BOLSONARO 40,8% 59,2%
JARDIM ROSANA BOLSONARO 40,6% 59,4%
VILA NOVA BOLSONARO 40,4% 59,6%
JARDIM SÃO JOÃO BOLSONARO 40,3% 59,7%
JARDIM VON ZUBEN BOLSONARO 40,1% 59,9%
VILA ROSSI BORGHI E SIQUEIRA BOLSONARO 39,9% 60,1%
GUANABARA BOLSONARO 39,8% 60,2%
VILA INDUSTRIAL BOLSONARO 39,6% 60,4%
VILA CURA D’ARS BOLSONARO 39,4% 60,6%
JARDIM DOS OLIVEIRAS BOLSONARO 39,2% 60,8%
JARDIM AMAZONAS BOLSONARO 39,2% 60,8%
VILA LEMOS BOLSONARO 39,1% 60,9%
VILA ITAPURA BOLSONARO 39,0% 61,0%
VILA TRINTA E UM DE MARÇO BOLSONARO 38,9% 61,1%
VILA MARIETA BOLSONARO 38,9% 61,1%
 

JARDIM COUNTRY VILLE

 

BOLSONARO

 

38,8%

 

61,2%

TAQUARAL BOLSONARO 38,6% 61,4%
PONTE PRETA BOLSONARO 38,6% 61,4%
VILA CAMPOS SALES BOLSONARO 38,5% 61,5%
JARDIM DO LAGO II BOLSONARO 38,4% 61,6%
PARQUE IMPERADOR BOLSONARO 38,2% 61,8%
JARDIM APARECIDA BOLSONARO 38,2% 61,8%
SWIFT BOLSONARO 38,1% 61,9%
PARQUE JAMBEIRO BOLSONARO 38,1% 61,9%
PARQUE TAQUARAL BOLSONARO 38,0% 62,0%
JARDIM NOVO CAMBUI BOLSONARO 37,7% 62,3%
SÃO BERNARDO BOLSONARO 37,7% 62,3%
CIDADE JARDIM BOLSONARO 37,6% 62,4%
JARDIM SAMAMBAIA BOLSONARO 37,5% 62,5%
JARDIM SANTA TEREZINHA BOLSONARO 37,4% 62,6%
CAMBUÍ BOLSONARO 37,4% 62,6%
JARDIM PROENÇA BOLSONARO 36,9% 63,1%
VILA ESTANISLAU BOLSONARO 36,7% 63,3%
VILA NOGUEIRA BOLSONARO 36,7% 63,3%
JARDIM AURÉLIA BOLSONARO 36,5% 63,5%
NOVA SOUSAS BOLSONARO 36,5% 63,5%
VILA MANOEL FERREIRA BOLSONARO 36,4% 63,6%
JARDIM GUANABARA BOLSONARO 36,2% 63,8%
NOTRE DAME BOLSONARO 36,0% 64,0%
JARDIM NOVA EUROPA BOLSONARO 35,9% 64,1%
JARDIM MAGNÓLIA BOLSONARO 35,7% 64,3%
JARDIM NOSSA SENHORA AUXILIADORA BOLSONARO 35,6% 64,4%
JARDIM EULINA BOLSONARO 35,5% 64,5%
JARDIM MARIA EUGENIA BOLSONARO 35,5% 64,5%
JARDIM MIRIAM BOLSONARO 35,4% 64,6%
JARDIM CHAPADÃO BOLSONARO 35,2% 64,8%
JARDIM LEONOR BOLSONARO 33,2% 66,8%
PARQUE INDUSTRIAL BOLSONARO 32,4% 67,6%
JARDIM PARAISO BOLSONARO 32,4% 67,6%
VILA ESMERALDA BOLSONARO 32,1% 67,9%
NOVA CAMPINAS BOLSONARO 29,8% 70,2%

 

Alguns apontamentos sobre o processo eleitoral em Campinas

Para compreendermos o processo eleitoral em Campinas é preciso levar em conta, em primeiro lugar, razões estruturais mais amplas que afetam não só o nosso município como o país inteiro, a exemplo da opção dos setores majoritários do PT por uma estratégia de conciliação de classes, de institucionalização excessiva, desarmando o partido para os enfrentamentos que surgiram, como também pelas ações das classes dominantes, que nunca toleraram melhorias nas condições de vida da classe trabalhadora, nem ampliação de direitos, promovendo golpes preventivos ao longo de nossa história recente, como foi em 2016.

A estratégia de apostar tudo na vitória eleitoral no primeiro turno e de não criar um ambiente de mobilização social, sob receio de que o acirramento afastasse aliados mais à direita, foram arriscadas, provocando uma mistura de pânico e desânimo na militância de esquerda diante da ocorrência do segundo turno. A falta de material e de orientação política, inicialmente, confirmaram isso. Mas, como nossa militância é melhor do que nossa direção, retomamos a capacidade militante e enfrentamos as limitações materiais e políticas.

No caso específico de Campinas, além dos fatores estruturais acima citados, não tivemos campanha majoritária no primeiro turno. A direção municipal do Partido não dirigiu a campanha, ficando sob responsabilidade das campanhas proporcionais com suas estruturas profissionalizadas e baixa capacidade militante. No segundo turno, somente depois de algumas ações espontâneas e de pequenos grupos organizados, é que a direção buscou organizar a campanha e, mesmo assim, muito mais como difusora das ações espontâneas e de suas agendas do que uma direção organizada. Nem mesmo a sede do Partido estava aberta em período integral para a distribuição de materiais, para orientações e informações. Em variados grupos de WhatsApp e das demais redes sociais recebíamos reclamações sobre o fechamento da sede.

Na reta final, assistimos uma intensa e vigorosa militância nas ruas, que contrastava com uma aparente ausência da militância bolsonarista, com exceção das manifestações nos automóveis adesivados. Precisamos avaliar com mais rigor se essa aparente ausência era real ou se não tivemos a capacidade de enxergarmos a campanha bolsonarista, que estava em curso no interior das igrejas, das empresas por meio das ações patronais, das demais organizações coletivas que a direita encontrou espaço. Conforme apontamos anteriormente, nossa presença eleitoral era reflexo do acúmulo e do enraizamento social da militância petista e de esquerda. Mas, essa mobilização militante, muitas vezes espontânea, não foi suficiente para alterarmos a correlação de forças na cidade, mas serviu como alerta para a necessária reorganização partidária.

De toda forma, algumas iniciativas foram muito positivas e podem indicar caminhos para a retomada da ocupação de territórios e da mobilização social, como foi a experiência da Esquina da Democracia, em Barão Geraldo, que mobilizou intensamente a militância de esquerda local, assim como variadas ações dos comitês populares de lutas (CPL), entre eles: CPL do Centro Cultural Esperança Vermelha, CPL Campos Elísios, CPL São Fernando, CPL Florence, CPL Ouro Verde, CPL Campo Belo, CPL Santa Lúcia, CPL Vila União, CPL São José, CPL Souzas, Comitê contra  carestia São Marcos, Comitê de Mobilidade Urbana e Transporte. Além disso, a militância, de forma espontânea, organizou bancas e mesas nas diversas regiões da cidade, permitindo o diálogo com a população.

Em relação ao PT Campinas, todos nós temos algum grau de responsabilidade sobre as limitações existentes, mas é preciso que os setores majoritários assumam suas obrigações e compromissos com a condução do PT. Foi um erro político dos setores que possuem maioria da condução do Partido abandonarem a campanha majoritária, acreditando que bastaria a campanha midiática para eleição de Lula e Haddad, priorizando as campanhas proporcionais.

Diante disso, é preciso que o nosso Partido atue para além dos processos eleitorais, atue na organização dos setores populares em Campinas com algumas medidas:

– A partir do envolvimento espontâneo de diversas pessoas nesse processo eleitoral, organizar uma intensa campanha de filiação partidária;

– Organizar núcleos do PT nas diversas regiões da cidade;

– Organizar cursos de formação política, seja a formação básica para a militância que está chegando, como também a formação de dirigentes;

– Ampliar os canais de comunicação com a militância petista e com a população de Campinas;

– Organizar a oposição ao governo municipal bolsonarista, o que inclui a mobilização social e maior envolvimento da direção nos debates e decisões da bancada de vereadores/as petistas. O PT é que deve dirigir a bancada e não o contrário;

– Ampliar a ações conjuntas com os demais partidos de esquerda, especialmente com PCdoB e PSOL;

– Retomar o funcionamento regular das reuniões da Direção Municipal e da Executiva.

Sugerimos que a Direção Municipal convoque rapidamente sua militância para realizar o balanço dessa campanha eleitoral, debater a conjuntura atual e adotar as medidas para o fortalecimento do PT e das ações necessárias nesse próximo período, inclusive sobre a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal, que, infelizmente, já assistimos setores do PT defendendo a aliança com base parlamentar governista. Nossa posição é pelo lançamento de uma candidatura da bancada de esquerda sem emprestar apoio a bancada governista muito menos aos setores bolsonaristas.


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