Por AE Sindical – RS (*)
Não. Na campanha para governador do RS, Eduardo Leite(PSDB) verbalizou que Sartori(MDB) precisava “tirar a bunda da cadeira” para resolver a questão salarial da categoria. Tanto Leite quanto Sartori mantiveram os glúteos firmes para manter o arrocho salarial, a destruição das carreiras e a falta de condições de trabalho aos educadores/as. Por outro lado, levantaram-se da cadeira e com muita disposição, Leite e sua base de sustentação na Assembleia Legislativa, para retirada de direitos da categoria e execução da política do estado mínimo, movimentos de privatização de estatais e ataques à educação pública gaúcha.
A perversidade da política de Leite, continuidade de Sartori levam trabalhadores/as da educação a uma condição de miserabilidade. Com o uso da narrativa mentirosa em fala mansa, de que é preciso ter paciência, da espera, do “diálogo”, segue vendendo estatais, fechando escolas, turmas, aplicando a cartilha que privatiza a escola pública e que mantêm os salários congelados. Retira os direitos que puder, numa simbiose com a política econômica e autoritária de Bolsonaro(Ex-PSL). Pagar o salário em dia, que é verba alimentação, não é favor de nenhum governante, é direito humano e constitucional de quem vende sua força de trabalho, seja ela física ou intelectual. Acrescenta-se a faceta autoritária de imposição de programas, matriz curricular, retorno às aulas presenciais sem as garantias de segurança sanitária à comunidade escolar.
E se o Leite levantar da cadeira e der cinco por cento de reposição estará bom? E se o governador Leite utilizar o reajuste do piso nacional do magistério como ganho da categoria? E se funcionários/as e aposentados/as ficarem de fora? Ainda assim, será comemorado como vitória pela Direção e pelo governo? Não. Nosso direito imediato é 46, 54%! Menos disso é calote!
Não basta dizer de forma sublime para a categoria que Leite é o culpado! É preciso dizer para ele e para a sociedade gaúcha e com a clareza necessária: Leite é o nosso algoz, mentiroso e autoritário. A Direção estadual do CPERS precisa dizer em alto e bom tom que o governo precisa levantar da cadeira e pagar o que nos deve: 46,54% de inflação; desconto da greve; gastos com internet e/ou vale transporte; suspensão do desconto previdenciário dos/as aposentados/as. É inadmissível que a cada ataque do Governo Leite e de sua secretária de educação Raquel Teixeira, a Direção Central vá pedir explicações ao invés de cobrar fortemente e fazer a denúncia das atrocidades que aplicam sobre a educação, educadores/as e direções das escolas.
A linha da direção está equivocada. Pedir para que o governo nos apresente uma proposta de reajuste, ao invés de ofensividade com exigências e cobranças fortes a um governo desse naipe? Nossa categoria sempre foi de luta e enfrentamento de governos. Terceirizar a luta para os meios de comunicação, para artistas, para vereadores, sem armar e colocar a categoria em movimento é temeroso, pois enfraquece nosso sindicato, fortalece o governo e o personalismo. Não. Não basta tirar a bunda da cadeira. Reposição já! 46% já! Fora Leite! Fora Bolsonaro!
Porto Alegre, agosto de 2021.
(*) Setorial sindical da tendência petista Articulação de Esquerda no Rio Grande do Sul