Publicado originalmente no Brasil de Fato
Diversos setores sociais no Equador pediram à comunidade internacional que monitore o processo eleitoral diante da possível ameaça do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) de impugnar a chapa da coalizão União pela Esperança (Unes) do Movimento Revolução Cidadã, vinculado ao ex-presidente Rafael Correa, à presidência. O pleito está previsto para fevereiro de 2021.
O alerta foi feito por diferentes organizações e figuras políticas, que denunciaram as intenções do CNE e do governo de Lenin Moreno de anular a candidatura, sob justificativas apresentadas no que consideram uma “farsa de relatório legal”, sem “nenhuma base legal”.
Segundo a Unes, que reúne membros do Movimento Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente, o alerta é uma resposta à demora do CNE em emitir uma declaração sobre os pré-candidatos da dupla presidencial Andrés Arauz-Rafael Correa. A Unes espera que o órgão emita uma decisão sobre a candidatura, na qual o ex-presidente, que se postula para vice, seria substituído por Carlos Rabascall, após a ratificação de uma sentença que o impede de disputar o pleito.
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No entanto, na avaliação do grupo, o silêncio do CNE sugere que está sendo preparada uma possível anulação da coalizão de Unes. Daí o alerta à comunidade internacional emitido nesta segunda (28).
Grupo de Puebla e novos protestos
Enquanto isso, os líderes, políticos e intelectuais de vários países que compõem o Grupo Puebla alegaram que se o CNE bloqueasse a candidatura, estaria se cometendo uma fraude com graves consequências criminais e responsabilidade internacional.
Por outro lado, diferentes organizações sociais convocaram esta terça-feira (29) para um ato em frente ao CNE para vigiar o cumprimento da lei, prevenir fraudes e garantir a inscrição da chapa progressista que também lidera todas as pesquisas.
O Equador atravessa um período de incerteza política, retiradas de direitos sociais e aumento do desemprego; um cenário agravado pela má gestão sanitária diante da emergência do Covid-19 por parte do atual governo.
(Edição: Luiza Mançano e Rodrigo Chagas / Brasil de Fato)