Por Valter Pomar (*)
A eleição presidencial não está decidida.
A vantagem é nossa, mas a vitória depende dos votos depositados nas urnas no próximo domingo, dia 30 de outubro.
Por isso, campanha, campanha e campanha, até o último segundo.
Sempre lembrando que esta eleição não acaba quando termina.
Haverá um terceiro turno, no qual enfrentaremos as forças – ora combinadas, ora separadas – do neofascismo, da direita gourmet neoliberal e do imperialismo.
Nossas chances de êxito neste terceiro turno aumentarão muito, se formos vitoriosos na eleição para governador de São Paulo.
Deste ponto de vista, foi muito importante o desempenho de Fernando Haddad no debate da Globo dia 27 de outubro.
Também contribuirá muito, para o nosso êxito no tal terceiro turno, perceber que as fórmulas adotadas no passado recente não darão conta dos desafios futuros, principalmente devido ao contexto (nacional e mundial) atual, bem mais difícil e complexo do que o vigente ao redor de 2003.
Noutras palavras, além de muito trabalho, também será necessário ter muita criatividade política, estratégica e programática.
E a necessidade de criatividade vale, inclusive, para aqueles setores da esquerda que seguem acusando o PT de “hegemonismo”.
Sim, ainda há quem o faça, como pude relembrar num debate travado hoje, 28 de outubro, no programa Faixa Livre.
Quem quiser checar, está aqui: https://youtu.be/pi68kcNkw98
A acusação é, além de improcedente, extemporânea: afinal, nosso objetivo é derrotar o cavernícola e nesta tarefa precisamos de unidade, não de disputa entre nós.
Mas, gostemos ou não, concordemos ou não, é inevitável que na disputa da batalha presente haja gente travando as preliminares das batalhas futuras.
E é exatamente por isso que há vários interessados em diminuir a importância do PT na batalha contra o cavernícola, pensando não na votação do dia 30 de outubro, mas sim nas disputas que virão a seguir.
Que setores de centro e direita atuem assim, absolutamente normal: mirando no PT, alvejam a esquerda como um todo e com isso aumentam as chances de se livrar do cavernícola, mas não de todas as suas políticas.
Mas que setores de esquerda pensem assim, é prova de que o espírito do Coronel Gomes penetrou fundo na alma de muita gente de esquerda.
Afinal, só isso explica não perceber que é com o PT – não contra, nem sem, mas com o PT – que podemos construir uma alternativa positiva para a classe trabalhadora brasileira.
(*) Valter Pomar é professor e membro do Diretório Nacional do PT