Por Conceição Lemes / publicado originalmente no Viomundo
A técnica de enfermagem Geralda Francelina dos Santos faleceu em 7/10/21. Dois dias depois, em 9/10, alguém, com os dados roubados dela, votou no segundo turno da eleição do sindicato, como se fosse Geralda. Foto: reprodução de imagem de nota da intranet
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Eleição do Sind-Saúde/MG sob suspeita: Associada morta e outro, em estado vegetativo, “votam”; chapa 1, ART-SUS, quer anulação
O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG) é um dos maiores do setor no País.
Nos dias 8, 9 e 10 de outubro, realizou o segundo turno da eleição que escolheu a direção para o triênio 2021-2024.
Devido à pandemia, foi pelo sistema online.
Havia 11.095 associados aptos a votar.
Venceu a chapa 2, RENOVAÇÃO JÁ & ABRASUS. Obteve 1.943 votos.
Logo que os resultados saíram, integrantes, em coro, passaram a bradar: 40! Agora é mais três…. 43!; 40! Agora é mais três… 43!…
A chapa 2 corresponde à situação.
Faz 40 anos que alguns dos seus componentes estão na direção do sindicato: Renato Barros ( coordenador da Secretaria de Finanças), Eni Carajá Filho (coordenador da Secretaria de Saúde) e Zilar Fernandes (1° secretário da Secretaria de Administração)
Com a vitória, terão mais três anos pela frente. Daí, o brado 43!
Petistas, psolistas, bolsonaristas e zemistas fazem parte da chapa.
A chapa 1, A ART-SUS, é oposição à atual gestão. É a primeira vez que isso acontece em 40 anos.
Algumas das principais lideranças cutistas do País apoiam-na, como mostram a fotomontagem abaixo e o vídeo, ao final desta reportagem.
Na sexta-feira passada (15/10), com base no estatuto da próprio sindicato, a chapa A ART-SUS solicitou à Comissão Eleitoral a anulação do pleito.
“Na análise preliminar e superficial da lista dos votantes fornecidas pela Pandora no dia posterior à votação, verificou-se diversos fatos de natureza pouco natural”, afirma, na petição, Neuza Freitas, que assina representando a chapa.
ENFERMEIRA MORTA E MÉDICO EM ESTADO VEGETATIVO “VOTAM”
O documento à Comissão Eleitoral tem dez páginas.
Protocolado na sede do sindicato, às 14h da sexta-15, ele aponta vários “fatos graves e insuperáveis”.
Dois, em particular, chocam pela canalhice dos autores ainda desconhecidos.
O nome de Geralda Francelina dos Santos, técnica de enfermagem no Hospital Infantil João Paulo II, em Belo Horizonte (MG), está na página 56 da lista de votantes.
Foi a 2.151ª a “votar”. Isso ocorreu em 9 de outubro de 2021, às 17h49, no IP 179.115.59.202 (veja abaixo).
Só que, Geralda havia morrido dois dias antes, em 7 de outubro, como mostra a nota de falecimento (veja abaixo) veiculada na intranet da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).
O outro caso revoltante é o “voto” usurpado do médico José Augusto Queiroz de Oliveira, figura pública de Patos de Minas (MG)
Há cerca de 20 anos está acamado, em estado vegetativo.
Porém, o seu nome aparece na página 65 da lista de votantes, como o 2.496º associado a teclar a sua preferência eleitoral. Votou em 10 de outubro de 2021, às 9h05, usando o IP 177.25.213.171 (veja abaixo).
Dois casos de polícia. Os responsáveis, além de se passarem por Geralda e José Augusto, se apropriaram dos documentos de ambos para perpetrarem o crime.
152 VOTOS NUM ÚNICO IP DE CONTAGEM: SÓ COINCIDÊNCIAS?!
IP é a sigla do termo Internet Protocol. Em português, Protocolo da Internet.
É um número identificador dado ao seu computador, ou roteador, ao conectar-se à rede.
É através desse número que seu computador pode enviar e receber dados na internet. O IP é definido pelo seu provedor de Internet. Ele pode ser estático (não mudar) ou dinâmico (mudando de tempos em tempos).
É um endereço exclusivo que identifica um dispositivo na internet ou em uma rede local.
É como se fosse o CPF de uma pessoa.
Na lista de votantes do Sind-Saúde/MG, há um caso, no mínimo, estranho, envolvendo o IP 177.215.189.193.
Com a ajuda de ferramentas de localização, é possível tentar descobrir dono do IP.
Essas pesquisas, adiantamos, não são precisas. Aparentemente, o IP 177.215.189.193 é de um telefone Vivo móvel da cidade de Contagem, a cerca de 17 k de Belo Horizonte (MG).
“O IP 177.215.189.193 está registrado para o Departamento de Planejamento e Tecnologia e o usuário seria ARITE [veja imagem acima]”, observa Sylvio Souza, que fez essa pesquisa para o Viomundo. “Questões-chave: 1) quais os verdadeiros nomes?; 2) quem são de fato; 3) servem de biombo para encobrir que pessoas? “
Detalhes:
— No IP 177.215.189.193 estão registrados votos de 152 associados.
— Os intervalos entre os votos variam de 1 até 7 minutos; os mais frequentes, 2 e 3 minutos.
— Os nomes estão em rigorosa ordem alfabética, limitando-se às letras A, C, E, G e I, como iniciais. É como se os 152 associados, cujos nomes iniciam-se pelas letras A, C, E, G e I, fossem colocados numa fila em ordem alfabética, para votar.
— Os 152 votos foram dados segundo dia de votação, 9 de outubro.
Começam com o voto de Ângela Maria da Costa, às 9h53.
E terminam com o de Inácia Maria Fernandes, às 20h41.
“Coincidências não existem!”, diz Sylvio Souza. “Essas, portanto, têm que ser melhor investigadas.”
“Com certeza, a operadora pode informar quem, de fato, estava utilizando o IP 177.215.189.193 no dia e momentos citados por nós”, avisa Sylvio. “Mas ela só informa judicialmente.”
ADÃO TENTOU, NÃO DEU; ALGUÉM JÁ TERIA VOTADO POR ELE
Na petição à Comissão Eleitoral, a chapa 1 ART-SUS também denuncia: “temos ainda declarações dos servidores que atestaram por escrito não terem exercido o direito ao voto, mas constam na lista de votantes“.
Nessa situação se encontram, por exemplo, Edma Rodrigues Figueiredo Laubert e Ana Elizabeth Coelho de Oliveira Rodrigues, lotadas em Teófilo Otoni.
Adão Roberto da Silva, membro da chapa 1 A ART-SUS, é outro exemplo.
Tentou votar em Juiz de Fora, mas não conseguiu. Alguém já teria votado por ele no IP 177.25.223.20, como registra na declaração abaixo:
Afinal, o que aconteceu nesses casos todos? A inviolabilidade foi rompida ou o quê?
Mauro Kohan, diretor de sistemas da Pandora, assina a lista de votantes.
Na semana do segundo turno, enviei-lhe 11 perguntas sobre o assunto. Respondeu só uma.
Agora, não tem como escapar, pois a lisura do processo está em questão.
Em toda eleição sindical, todos da área sabem, a lista de filiados aptos a votar é crucial.
É o ponto zero de qualquer fraude eleitoral.
Costuma ser o caminho mais usado por quem tem o sindicato na mão e quer manipular o resultado da eleição.
Aí, às vezes, até associado-defunto volta misteriosamente do além para “votar”.
— Foi o que aconteceu com a Geralda e doutor José Augusto!? — leitores já devem estar pedindo questão de ordem.
Melhor aguardar as explicações da Pandora e da Comissão Eleitoral.
Mas que esses dois “votos” dão muito o que pensar, isso dão.
“NINGUÉM CONSEGUE LOCALIZAR TRABALHADOR POR ESSA LISTA DO SINDICATO!”
Na verdade, antes mesmo do primeiro turno da eleição — nos dias 8, 9 e 10 de setembro — já existiam temores e suspeitas envolvendo o processo eleitoral do Sind-Saúde/MG.
A começar justamente pela lista oficial de filiados aptos a votar.
Para a chapa 1, de oposição, foi entregue uma, em PDF (na íntegra, ao final), contendo apenas nomes dos trabalhadores, data de filiação, se aposentado ou padrão, unidade, cidade e empresa.
A direção do Sind-Saúde/MG não disponibilizou à chapa 1 telefones e e-mails dos associados.
E, ao que tudo indica, a Comissão Eleitoral também não exigiu, ferindo de morte a isonomia entre as chapas.
Já a chapa 2, da situação, como tinha à disposição toda a estrutura do sindicato, teve acesso a tudo, incluindo telefones e e-mails de cada associado.
“Ninguém consegue localizar trabalhadores por essa lista do sindicato”, disse indignada, Neuza Freitas. “Nas eleições anteriores, constavam todos os dados para contato. A desta eleição, não!”.
FALTA DE TRANSPARÊNCIA E DE ISONOMIA CORRENDO SOLTAS
A lista oficial tinha 888 páginas (na íntegra, ao final), divididas em quatro partes.
Além de incompleta, a lista oficial entregue à chapa 1, A ART-SUS, tinha um agravante: os dados de cada eleitor não estavam na mesma página. Era preciso juntar quatro páginas para ter a noção do conjunto, como montamos abaixo.
Traduzindo.
A primeira parte, página 1 a 222, contém nome do trabalhador, situação (data de filiação) e AP/PAD (Aposentado/Padrão).
Na segunda, página 223 a 444, empresa-nome.
Na terceira, página 445 a 666, unidade regional.
Na quarta e última parte, página 666 a 888, unidade-nome.
É praticamente impossível fazer isto para as 888 páginas.
Passar um pente fino em toda a lista para detectar irregularidades, então nem se fale.
Mas a lista não foi o único problema.
No início de setembro, a direção do PT de Patos de Minas denunciou: Fraude eleitoral no Sind-Saúde de Minas Gerais em curso para favorecer os planos de privatização do governo Zema (íntegra, em PDF, aqui)
Em 6 de setembro, em mensagem protocolada na secretaria do Sind-Saúde/MG, Gilberto Fragoso, da chapa 1, pediu que ela enviasse “documento em anexo” à Comissão Eleitoral, pois o local onde tinha sido instalada, estava fechado.
No documento anexado (veja abaixo), Neuza Freitas e Gilberto Fragoso, representantes da chapa 1, alertam sobre a fragilidade do processo de validação dos votos e a necessidade de mecanismo mais seguro para garantir “a lisura e transparência no âmbito global”.
As mensagens foram ignoradas, inclusive pela Comissão Eleitoral.
Diante de tudo isso, na semana do segundo turno, enviamos uma série de perguntas aos vários atores envolvidos na eleição, para tentar colocar tudo em pratos limpos.
COORDENADOR DA SECRETARIA DE FINANÇAS NÃO AUTORIZA PANDORA RESPONDER
Começamos pela Pandora, para entender o sistema online de votação.
É novidade nas eleições de sindicatos. Ainda um bicho-papão para a imensa maioria dos trabalhadores.
Lino Reuters, diretor comercial, forneceu noções gerais.
Indicou Mauro Kohan, diretor de sistemas, para responder as nossas questões.
1. Qual a participação da Pandora na eleição do SindSaúde/MG?
2. O senhor me disse que só se reportam à comissão eleitoral. Por favor, me nomeie as pessoas.
3. O senhor Lino me disse que é entregue uma “chave” aos integrantes da Comissão Eleitoral e que vocês, da Pandora, não põem as mãos no processo a partir do momento em que começa a votação. Em que momento essa chave é entregue?
4. A chave é entregue a todos os integrantes da comissão eleitoral, incluindo os representantes das chapas?
5. Qual o papel dessa “chave”?
6. A validade é até que momento do processo?
7.A Pandora alimenta o sistema de votação com base nas listas enviadas pelo sindicato. Que informações constam dessas listas?
8.Como verificam a situação dos votantes no dia eleição, por exemplo se está inadimplente ou morreu?
9.O senhor Lino me informou que existem três formas de autenticação. No caso do SindSaúde/MG, qual está sendo adotado?
10. Eu assisti à assembleia realizada há alguns dias pra prorrogar o mandato da atual gestão. Transparência ZERO. Apenas umas poucas pessoas apareceram. Em nenhum momento se teve clareza quanto ao número de participantes. Quase tudo focado em duas ou três pessoas. Várias disseram nas redes sociais que tentaram acessar a plataforma e não conseguiram. Por quê?
11. A Pandora vai usar os mesmos recursos da primeira votação?
Mauro respondeu apenas a 1: “Contratos para configuração, apoio técnico com nosso Sistema de Votação online para a eleição da diretoria do Sind-Saúde/MG
Retornamos ao diretor Lino Reuters com as mesmas questões acima.
“Já tenho respostas para todas. Por questão ética farei antes uma consulta ao sindicato”, avisou.
Foi ao Coordenador da Secretaria de Finanças, Renato Barros:
— Esta jornalista é de onde?
— Do site viomundo.com.br
— Pede a ela para se dirigir à direção do sindicato.
Em português claro: Renato Barros não autorizou o diretor da Pandora responder.
E a “direção do sindicato” a que referiu era a assessoria de imprensa da entidade.
COMISSÃO ELEITORAL REJEITA ENTREVISTA; PARA PRESIDENTE, CABE AO SINDICATO
A essa altura, já tentávamos ouvir Stefanio Marques Teles, presidente da Comissão Eleitoral.
Em áudio, respondendo à solicitação de entrevista, disse:
— O processo tem ocorrido de forma muito tranquila.
— As coisas estão sendo construídas de forma tranquila, consensuadas e com muita unidade.
— Tudo o que acontece na comissão eleitoral é unificado, consensuado. Mas, eu vou enviar [as perguntas] à Comissão Eleitoral para avaliar e autorizar de forma unânime.
— Na minha opinião, cabe ao sindicato responder.
A Stefanio o Viomundo fez as 11 questões já formuladas à Pandora mais as 4 abaixo, específicas, por ser o presidente da Comissão Eleitoral:
1. Quem atua na área sindical sabe que a lista dos votantes é por onde começa a fraude eleitoral. A disponibilizada para a chapa 1 não tinha formas de contatar os trabalhadores, como telefones e e-mails. Já a chapa 2, da situação, por ter a estrutura do sindicato na mão, teve acesso à lista com todos os dados. Por que o tratamento diferenciado, que flagrantemente privilegia a chapa 2?
2. Desde o início do processo houve falta de transparência do processo eleitoral. De quem foi essa decisão?
3. O processo eleitoral não está sendo nada tranquilo. Há várias denúncias nesse sentido. Como explica a realidade ser tão diferente do que o senhor diz?
4. Por que as denúncias são ignoradas?
Stefanio não respondeu nenhuma.
Disse que a Comissão Eleitoral não iria se manifestar em entrevista, “por não ser da sua competência fazer declarações a terceiros”.
E que estava tudo “na mais perfeita ordem”, segundo a mensagem (abaixo, na íntegra) enviada por WhatsApp.
Quando contatamos Stefanio, na semana do segundo turno, a chapa 1 já tinha feito denúncias à Justiça e ao Ministério Público, além de questionamentos à própria Comissão Eleitoral, que solenemente os ignorou.
Será que Stefanio “esqueceu” disso tudo?
AS PERGUNTAS QUE O COORDENADOR RENATO BARROS NÃO RESPONDEU
Mauro Kohan, da Pandora, disse que só divulga dados com autorização da Comissão Eleitoral.
Stefanio Teles, presidente da Comissão Eleitoral, acha que cabe ao sindicato responder.
O coordenador da Secretaria de Finanças do Sind-Saúde/MG, por sua vez, não autoriza Lino Reuters, também da Pandora, a nos responder.
Na prática, todos os caminhos levam a Renato Barros que, além de coordenador da atual gestão, integra a chapa 2.
Considerando essas duas condições, o Viomundo lhe perguntou:
1. Há quantos anos o senhor é diretor do Sind-Saúde/MG?
2. Como está o andamento do processo eleitoral?
3. Eu assisti à assembleia realizada há alguns dias para prorrogar o mandato da atual gestão. Deu para ver apenas umas poucas pessoas. Em nenhum momento se teve clareza quanto ao número de participantes. Quase tudo focado em duas ou três pessoas. Várias disseram nas redes sociais que tentaram acessar a plataforma e não conseguiram. Por quê?
4. A lista de associados disponibilizada para a chapa 1 não tem formas de contatar os trabalhadores, como telefones e e-mails. Já a chapa 2, da situação, por ter a estrutura do sindicato na mão, teve acesso à lista com todos os dados. Por que esse tratamento diferente às chapas?
5. Nesta segunda votação, a lista com todos os dados dos filiados foi entregue à chapa 1?
6. Como verificam a situação dos votantes aptos no dia eleição?
7. Como é a relação do senhor com a base, já que fez muitas promessas em outras eleições e não as cumpriu, segundo relatos que ouvi?
8. Há denúncias contra a atual direção do Sind-Saúde/MG, entre as quais a falta de transparência no processo eleitoral. Por que elas estão sendo ignoradas?
9. O senhor é lotado na Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Em dezembro 2019, enquanto representante da SES/MG no conselho curador da Fhemig, participou da reunião que aprovou por unanimidade a medida que deu origem à reforma administrativa da Rede Fhemig, que, por sua vez, levou à terceirização desenfreada dos serviços de saúde do estado. O senhor, portanto, votou a favor. Isso está sendo bom para os profissionais da saúde pública de Minas, inclusive para o pessoal da enfermagem? O que eles acham disso?
Renato Barros também não respondeu. Deu esta desculpa:
Conclusão: falta total de transparência por parte da direção do Sind-Saúde e da Comissão Eleitoral e, por tabela, da própria da Pandora que, no nosso caso, se submeteu à censura.
Duplamente lamentável: deixa a esclarecer a sociedade, em especial os trabalhadores, e reforça as suspeitas de que alguma possível fraude na eleição ocorrida em plena pandemia.
PANDEMIA ESCANCAROU A DIFERENÇA ABISSAL ENTRE AS CHAPAS
Cada chapa tem um lema, requisito exigido no edital.
Chapa 1, A ART SUS: “Sindicato cutista na luta pela valorização das trabalhadoras e trabalhadores e contra os retrocessos”.
Chapa 2, RENOVAÇÃO JÁ & ABRASUS: Juntas para melhor representar você, com carreira justa, políticas públicas de saúde, SUS forte”
“Por conta da pandemia tem-se falado muito nos profissionais de saúde, só que são pouco valorizados”, observa Neuza Freitas.
“Na verdade, em vez de serem valorizados, vemos são retrocessos”, frisa.
“Em Minas, sofremos ataque duplo: do governo Bolsonaro e do governo Zema, que está devastando a saúde pública mineira e o SUS”, analisa.
“Assim, temos que lutar pela valorização dos profissionais da saúde, contra os retrocessos”, defende.
Durante a pandemia, quando a categoria mais precisou de ajuda, a atual gestão do Sind-Saúde/MG fechou as portas para os trabalhadores por 1 ano e meio.
Já a chapa ART-SUS, não. Os seus integrantes junto com delegados sindicais e trabalhadores montaram uma força-tarefa no corredor do sindicato para atender os que mais necessitavam de auxílios e atenção.
No vídeo ao final, algumas das principais lideranças sindicais cutistas do País atestam: a chapa 1 está ao lado dos trabalhadores o ano todo e não apenas na pandemia. E é intransigente na defesa dos seus direitos.
A propósito, o lema da chapa 2 é: “Juntas para melhor representar você, com carreira justa, políticas públicas de saúde, SUS forte”.
Só que:
1. Renato Barros, em dezembro de 2019, foi a favor da medida que deu origem à reforma administrativa da Rede FHEMIG que, por sua vez, levou à terceirização desenfreada dos serviços de saúde do estado.
Como representante da SES/MG no conselho curador FHEMIG, ele participou da reunião que aprovou por unanimidade a medida, como mostram fragmentos da ata de 19 de dezembro de 2019.
Ou seja, um voto antiSUS, a favor de governo Zema.
2 – Núbia Roberta Dias, também lotada na SES/MG, surgiu no sindicalismo em 2017. Na chapa anunciada como vencedora, vai coordenar a Secretaria de Finanças, há 40 anos sob o comando de Renato Barros.
Núbia é próxima do governador de Minas, a quem de “Zema”.
Em 2018, reuniu-se com ele, “para entregar a enfermagem”.
Mais recentemente, durante a pandemia, Núbia já diretora do Sind-Saúde/MG, afirma em vídeo: “Estou do lado do grupo que está no governo”. E depois ainda alardeiam que defendem o SUS.
A meta do governo Zema é desmontar o SUS e entregar saúde pública do Estado à iniciativa privada.
Aí, o que farão Renato e Núbia? Serão contra ou a favor?
Assista ao vídeo e entendam por que todas e todos são chapa 1 ART-SUS.