Por Caroline Rejane Sousa Santos (*)
Texto publicado na edição de outubro do Jornal Página 13
Na última sexta, dia 6 de outubro, os movimentos sindical e social brasileiros e o parlamento municipal aracajuano deram adeus a Ângela Maria de Melo, que dedicou grande parte de seus 67 anos às lutas da classe trabalhadora por direitos.
Como professora de História da rede estadual sergipana e da rede municipal de Aracaju e pós-graduada em Arte e Educação, Ângela lutava por uma escola que não servisse apenas de depósito para crianças e uma prisão para jovens. Para ela, a escola tinha que ter cheiro, cor, sabor, ser um espaço para formar homens e mulheres emancipados, capazes de entender o mundo e a melhor forma de transformá-lo.
No movimento sindical, integrou a direção do Sintese (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica da Rede Oficial do Estado de Sergipe) por diversas gestões e o presidiu de 2010 e 2016; foi dirigente da Central Única dos Trabalhadores em Sergipe e, atualmente, fazia parte da direção nacional da central. Filiada ao Partido dos Trabalhadores, cumpria a tarefa política de exercer o mandato de vereadora na cidade de Aracaju, integrando as comissões de Ética e de Educação, Cultura e Esportes.
No que diz respeito às tendências políticas do PT, Ângela fez parte durante décadas da Articulação de Esquerda. Em 2019, ela tinha solicitado sua saída, mas, atualmente, o agrupamento político do qual fazia parte está retornando às fileiras da AE.
Mesmo que por um curto espaço de tempo, quem conviveu com a professora Ângela se deparou com uma mulher forte, assertiva. Forte na luta diária, em suas convicções e no papel que deveria exercer em cada espaço que ocupou. Essa força também estava na ternura, nas palavras de acolhimento, de encorajamento, de ensinamento, seja na política ou na vida.
Uma apaixonada pela vida, em todos os seus aspectos, por sua família, pelas famílias daqueles com quem com ela conviveu.
Desde 06 de outubro de 2023, Ângela Maria de Melo não está fisicamente entre nós, sua ausência será eternamente sentida, mas a sua postura e sua luta por um mundo justo, solidário, igualitário ficará para sempre em nossas mentes, em nossos corações e em nossa capacidade de lutar.
Ângela Melo, presente!
Ângela Melo, presente!
Ângela Melo, presente!
(*) Caroline Rejane Sousa Santos, jornalista, é assessora de Comunicação do Sintese, dirigente do Sindijor e vice-presidenta da CUT-SE.