Por Fausto Antonio (*)
Apoiadores de Daniel Chapo, candidato do partido governista Frente de Libertação de Moçambique, no último comício antes da eleição presidenciaL
Epigrafia do golpe e do que dizem, num flash, as ruas de Moçambique
Fica evidente que o objetivo é paralisar o país e, ao mesmo tempo, ampliar o quadro de pobreza e insuflar e multiplicar a revolta contra a FRELIMO e o governo. A rigor, o foco das rebeliões comandadas a partir da Europa pelo agente do imperialismo Venâncio Mondlane, Guaidó de Moçambique e bolsonarista convicto, não é a mudança de regime, mas a destruição do Estado e , antes, da FRELIMO. É didática, no que toca a Venâncui Mondlane, a leitura do artigo Venâncio Mondlane, Juan Guaidó de Moçambique
10 de novembro de 2024
Mamchetes de Moçambique
Em Maputo, capital de Moçambique, e na província de Matola, “a população remove barricadas e faz limpeza de vias públicas”. Tivemos atos de rua contra o vandalismo que opera contra as infraestruturas privadas e públicas. A quem interessa a destruição de serviços essenciais? É a realidade a que assistimos, com indignação, com a destruição de uma ambulância; “o veículo que salva vidas” foi queimado. Em discordância com as ações violentas e o desmonte de estruturas básicas e fundamentais para a circulação, trabalho e sobrevivência cotidiana, a população, ainda longe de uma organização orgânica contra o golpe e as manipulações do Guaidó de Moçambique, o bolsonarista Venâncio Mondlane, reagiu , “propôs e realizou patrulhas noturnas para enfrentar os que implantam o terror”. Ainda de acordo com o noticiário local , lemos: “Capital do país retoma gradualmente à normalidade” . “Transporte coletivo volta lentamente”. É um bom sinal o que destacam as manchetes pautadas acima. Elas podem ser revistas no endereço seguinte: Fonte Em Directo: em 26/12/24.
Assaltos, roubos e destruição não resultam em mudanças estruturais
Depois de quase dois meses de manifestações atiçadas , via redes sociais, por Venâncio Mondlane, bolsonarista declarado e Guaidó de Moçambique em conformidade com os desígnios da OTAN, parte da população moçambicana resolveu voltar ao trabalho e se contrapôs ao movimento de quebra- quebra.
As péssimas condições sociais, derivada da pobreza histórica e conjuntural de responsabilidade do governo encabeçado pela FRELIMO, é a base que aumenta a tensão social no país. O recrutamento, certamente a serviço de grupos de mercenários introduzidos em Moçambique, é insuflado pela fome, pobreza e toda sorte de abandono social. Por outro lado, avulta, no chão e reentrâncias da sociedade, a consciência política que se apresenta contrária aos assaltos, saques de mercados, lojas e ações diversas que impedem também o comércio em geral e de ambulantes, que representam, na informalidade, a robusta parcela pobre do país e que depende, para sobreviver, das ruas e da circulação de pessoas e veículos. Vale destacar, na informalidade, o grande percentual de mulheres e a extensão das dificuldades financeiras no contexto familiar. Não interessa, aos trabalhadores (as) formais e informais , os ataques aos aparatos de saúde e de transportes de pessoas, de cargas e às edificações públicas e privadas, que impedem as vendas e não resultam em mudanças estruturais. É o que revelam os dados registrados pela imprensa de Moçambique, que apontam intervenções populares contra a violência nuclear dirigida e realizada diretamente pelos mercenários e moçambicanos contrários à FRELIMO e ao governo eleito. Na senda dos ataques, os mercenários contam, é mais do que uma hipótese, com o recrutamento de parcela de esfomeados , marginalizados sociais em geral e quadros da extrema direita e avulsos alimentados pelos discursos e orientações de Venâncio Mondlane. Na contramão dos atos dirigidos contra a soberania nacional, crescem os atos contra a violência, entre outros lugares, em Matola, capital da província de Maputo. A circulação de pessoas e de veículos, após a retirada das barricadas, volta gradativamente e o comércio apresenta sinais de lenta movimentação e de relativo êxito no abastecimento,vendas e consumo.
O que virá com o golpe?
Sem desconsiderar as reações contra o quebra-quebra impulsionado por mercenários , há em Moçambique , no momento, um processo golpista em execução.
A ação golpista e desestabilizadora do país foi agravada, nos últimos dias do mês de dezembro de 2024, pela divulgação do resultado final da eleição vencida pela FRELIMO e Daniel Chapo. Com o objetivo de questionar o resultado do pleito eleitoral e contando com a contestação ao governo FRELIMO, somado às péssimas condições sociais, há um processo dirigido por mercenários pagos pela extrema direita e a serviço, no espectro geral, da OTAN e com precípua finalidade de desorganizar o país. Não existe um movimento orgânico voltado para a soberania nacional e de combate à pobreza e à fome. A convulsão inorgânica contra a pobreza, manipulada pelo pastor Venâncio Mondlane, antes e agora no pós processo eleitoral, só privilegia o imperialismo e a consequente destruição do Estado moçambicano e, dentro dessa lógica, o saque e o roubo dos recursos minerais e energéticos do país; o gás, sobretudo.
Virá, no caso de golpe de Estado ou de generalizado conflito controlado por mercenários, o ápice do totalitarismo neo-liberal , isto é, um país à disposição do imperialismo e dos condomínios luso -yanque ,franco-yanque e anglo -ianque, que querem se contrapor aos BRICs e às Novas Rotas das Sedas no sudeste e sul do continente africano.
O que dizem as ruas de Moçambique?
As ruas, comandadas pelos mercenários, dizem a quem interessa a desorganização do país e a destruição do Estado moçambicano. O objetivo, a exemplo da Síria, é acabar com o Estado e esgarçar a sociedade civil ao mesmo tempo.
O imperialismo tem como meta, para privilegiar os condomínios luso-yanque, franco-yanque e anglo-ianque que atuam no tabuleiro geopolítico da região, um país acéfalo política e socialmente falando e, estrategicamente, sem governo no tocante à defesa e ao controle do território. As forças que querem a destruição do Estado e da sociedade não consideram o território usado pelos moçambicanos. Em outros termos, não consideram a população moçambicana. Eles atuam a partir da noção de território como extensão de terras, não o tem, desse modo, como quadro de vida,mas como recursos minerais, energéticos e , portanto, reduzido ao solo e ao subsolo.
Não é difícil antecipar o projeto de partilha arbitrária do território moçambicano, que ficará à disposição dos grupos de mercenários e do consequente controle estratégico, entre outros, das riquezas energéticas e minerais.
Os grupos de mercenários recrutam seus novos quadros no seio da pobreza . A sedução e o convite são soluções paliativas para quem vive na miséria. De acordo com os noticiários do dia 24/12/2024, o recrutamento chegou às prisões. É o que podemos inferir da manchete destacada pelo jornal de Moçambique que diz; “ Prisioneiros evadem-se da maior penitenciária do país.” (Fonte https://youtu.be/rtn_rIXUbXE em 26/12/24) . Além da ação nas prisões e na maior penitenciária do país, conforme põe em destaque a imprensa de Moçambique, as intervenções, coordenadas por mercenários atlanticistas, têm por objetivo paralisar o país; o que implica em sistemática atuação para impedir, em geral, a circulação de veículos e, em especial, daqueles que cuidam do abastecimento de bens essenciais de consumo alimentício e de abastecimento de veículos. É útil acompanhar o que diz parte da imprensa do país: “Há crise de combustivel em Nampula”
https://youtu.be/vuTBUKz0He0 em 27/12/2024 Fica evidente que o objetivo é paralisar o país e, ao mesmo tempo, ampliar o quadro de pobreza e insuflar e multiplicar a revolta contra a FRELIMO e o governo. A rigor, o foco das rebeliões comandadas a partir da Europa pelo agente do imperialismo Venâncio Mondlane, Guaidó de Moçambique e bolsonarista convicto, não é a mudança de regime, mas a destruição do Estado e , antes, da FRELIMO.
(*) Fausto Antonio é escritor, poeta, dramaturgo e professor da Unilab – Bahia.
Respostas de 2
Enquanto os interesses nacionais não foram colocados em primeiro lugar, vai existir sempre conflito.
Excelente reflexão professor, antes de nada é mesmo a destruição do Estado Moçambicano e empobrecimento do povo!