PT Alagoas: do incompreensível ao injusticavél

Apoio do PT Alagoas a Maurício Quintella (PR), Ministro de Temer e protagonista na articulação do Golpe, leva a política de alianças do partido da incompreensível aliança com os Calheiros ao injustificável apoio ao inimigo público

Maurício Quintella Lessa (PR) é um dos asseclas mais leais de Michel Temer. Foi da cúpula da articulação do Golpe com a baba escorrendo por um cargo no alto clero de Brasília. Sua desenvoltura, decisiva para a saída de Dilma, o premiou com o cargo de Ministro dos Transportes, cargo que largou apenas para salvar a pele do Temer nas ameaças de impeachment que o vampiro malévolo sofreu e agora para ser candidato ao Senado com as bênçãos de Temer e, quem diria, do PT ALAGOAS.

O Encontro de Tática Eleitoral do PT/AL definiu apoio do Partido aos Renans pai e filho. Em decisão acirrada, aproximadamente 40% da delegação presente rejeitou a aliança controversa. Renan filho nunca se posicionou a favor do golpe, mas Renan pai, apesar de toda pirotecnia, votou a favor do golpe. Bem verdade que também executou a manobra que hoje permite que Dilma dispute uma vaga no Senado e tempos depois passou a fazer oposição frontal ao governo Temer e a defender Lula, o que, para os aliancistas, é argumento o suficiente para esquecer o seu voto pelo golpe. No entanto, em momento algum, apesar de aceitar estar na mesmo aliança que os golpistas, o PT Alagoas deliberou sobre apoiar, ou pedir votos para quaisquer outros nomes da chapa que não fossem os do PT, Renan pai para senador e Renan filho para governador.

Maurício Quintella nunca se arrependeu de ter dado o Golpe, pelo contrário, até hoje exibe nas suas redes sociais, orgulhosamente, imagens de momentos antes, durante e depois do golpe, inclusive exibindo faixas de “tchau querida”. Enquanto ministro, seu lema foi “privatizar ou conceder tudo o que for possível na área de infraestrutura”, do jeito que Temer queria. O PT Nacional chegou a escrever sobre ele num texto de título: “Ministro golpista: Maurício Quintella, neoliberal e entreguista” (disponível em: http://www.pt.org.br/ministro-golpista-mauricio-quintella-neoliberal-e-entreguista/ ).


Figura 1 da esquerda para a direita – Silvio Camelo (candidato a dep. estadual PV), Ricardo Barbosa (Presidente do PT/AL), Maurício Quintella (candidato ao Senado PR), Paulão (candidato a dep. federal PT), Renan Filho (candidato a reeleição para governo MDB)

Para a surpresa de todos, no último sábado (25), Maurício Quintella foi convidado para uma plenária de mobilização do PT Alagoas no Sindicato dos Bancários de Alagoas, uma das categorias que mais tem sofrido após o golpe. O objetivo da plenária seria a mobilização para a candidatura de Paulão, candidato único a deputado federal do PT/AL. A sua presença foi noticiada na véspera, e além da sua presença estiveram lá Renan Pai e Renan Filho. Estavam presentes também militantes do MST, Levante Popular e outros movimentos sociais.

Figura 2 – Maurício Quintella (PR) ao lado do Paulão no palanque do Sindicato dos Bancários de Alagoas

Maurício Quintella não foi recebido com protestos, exceto por dois militantes, um homem e uma mulher, da Articulação de Esquerda que se posicionaram defronte ao palanque para chamá-lo de golpista. Militantes do O Trabalho se retiraram. Na plenária de horrores do PT, quem foi ameaçado de ser expulso não foi o golpista Quintella, mas um dos militantes que o chamou de golpista. Apenas após a saída de Quintella e dos Calheiros do palanque foi que se iniciaram protestos de outros membros do PT e do MST, que aguardaram diplomaticamente o “momento certo” para manifestar indignação. Com diplomacia, ou não tudo tem limite.

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