Saiu o Jornal Página 13 de dezembro

Está disponível a edição de dezembro, de n°249, do Jornal Página 13 (clique aqui). Além do editorial, que segue abaixo, esse número traz o regulamento da 11ª Conferência Nacional Sindical da Articulação de Esquerda, o regulamento do 8º congresso nacional da AE e a última resolução política aprovada pela direção nacional da tendência petista Articulação de Esquerda.

Na editoria internacional, Carlos Serrano Ferreira analisa as perspectivas para 2023 da situação europeia. Já Daniel Valença esmiúça o golpe de Estado parlamentar e a sublevação popular no Peru, enquanto Milton Pomar escreve sobre a China e a situação econômica mundial na entrada de 2023.

Sobre a situação nacional, a companheira Iriny Lopes  apresenta uma reflexão sobre o atentado em duas escolas de Aracruz, ocorrido em novembro, e a relação com fascismo. Tadeu Britto faz um balanço da situação política e eleitoral do estado de Sergipe. E Mariuza Guimarães aborda os desafios do movimento sindical dos docentes das instituições federais de educação.

E por fim, José Burato, em um artigo de opinião, trata do sistema político e o tema da alienação.

Desejamos aos leitores e leitoras do Página 13 uma ótima leitura!

Editorial

Feliz 2023!

Esta edição do Página 13 é a última do ano de 2022. Nos cabe, portanto, antes de mais, desejar a cada um e a cada uma que o próximo ano seja de muita felicidade. E, como não podia deixar de ser, lembrar que felicidade não cai do céu: se constrói, com muito esforço e com muita luta. Assim, muita luta e muita felicidade são os nossos desejos.

Isto posto, aproveitamos este editorial para lembrar de algumas datas e alguns processos importante. Começamos pela composição do terceiro governo Lula. No momento em que esta edição estava sendo enviada para a gráfica, parte importante do ministério ainda não havia sido indicada. Nossa opinião sobre as indicações preliminares está detalhada em um documento reproduzido nas próximas páginas. Evidentemente, não existe alternativa para a esquerda brasileira que não passe pelo sucesso do governo Lula. E este sucesso começa a ser construído desde já, na composição do ministério, na posse e nas primeiras medidas.

No momento em que esta edição estava sendo enviada para a gráfica, seguia montado o acampamento da extrema-direita em frente ao quartel-general do exército (a minúscula não é um erro de revisão) em Brasília. Não é possível prever,

hoje, o que virá a acontecer no dia da posse de Lula, mas há quem ache que o ocorrido no dia 12 de dezembro foi um ensaio. Por este e por outros motivos, reafirmamos a importância de estarmos todos e todas em Brasília, no primeiro dia do ano.

Em terceiro lugar, destacamos o processo congressual da Central Única dos Trabalhadores. O processo inicia dia 1 de março e encerra no 14º Congresso nos dias 7 a 10 de outubro de 2023. Este Congresso da CUT coincide com o aniversário de 40 anos da Central. E, efemérides a parte, temos pela frente o grande desafio de – a começar pela CUT – ampliar os níveis de consciência, organização, mobilização e luta da classe trabalhadora brasileira.

Para contribuir com isso, a tendência petista Articulação de Esquerda realizará, nos dias 25 e 26 de março de 2013, sua Conferência Nacional Sindical. O regulamento da Conferência pode ser lido em um dos “box” que acompanham este editorial.

Depois da conferência sindical, ocorre o congresso nacional da AE, cujo regulamento também é publicado num dos “box” já citados. Vale dizer que em 2023 a tendência petista Articulação de Esquerda comemora seus 30 anos de fundação.

Ainda em 2023, se for cumprido o estatuto partidário, deve ocorrer a renovação das direções

do PT, em todos os níveis. Afinal, a atual direção nacional do PT, as direções estaduais e municipais, foram eleitas em 2019. Portanto, o próximo PED (processo de eleição direta das direções partidárias) deve ser realizado até o final do ano de 2023.

Como em outras oportunidades, é provável que surjam propostas de adiamento do PED e prorrogação dos mandatos. Evidentemente somos contra o adiamento, por dois motivos: i/o respeito às regras; ii/o calendário.

Sobre o calendário, lembramos que em 2024 haverá eleições municipais. Portanto, se viesse a ocorrer um adiamento, teríamos ou que realizar PED em ano de eleição municipal (o que provoca vários efeitos negativos), ou teríamos que realizar o PED em 2025 (um adiamento muito longo, que a experiência já demonstrou ser temerário).

Independente de surgir ou não uma discussão sobre o adiamento, devemos começar desde já a nos preparar para o PED, prevendo que ele se realize em 2023.

É importante lembrar que por decisão de congressos anteriores do Partido, segue pendente a discussão sobre o PED. Entretanto, salvo melhor juízo, esta discussão não será feita antes, mas sim depois da realização do próximo PED.

Assim, o que estará no horizonte imediato não é uma alteração no sistema de eleição interna, mas sim um debate sobre o tipo (modelo) de PED.

Existem basicamente dois modelos de PED: o de eleição 100% direta ou o de eleição direta para delegados estaduais.

Para nós, é preferível o modelo de eleição 100% direta, pelo mesmo motivo que para o PT é melhor o sistema proporcional direto do que o sistema distrital.

Na eleição 100% direta, cada filiado que é simpatizante nosso poderá votar diretamente na chapa de sua preferência. No outro sistema, seria preciso apresentar chapa em cada congresso estadual, o que segundo as regras atuais nem todos conseguirão fazer.

Seja qual for o modelo de PED que vier a ser adotado, e independente da data em que o PED venha a ocorrer, a direção nacional da AE vai constituir, na sua próxima reunião, dia 3 de janeiro, um “GTE” para começar a tratar do assunto.

Salientamos que o retorno do PT ao governo federal, embora se dê em uma nova conjuntura, já está ressuscitando fenômenos e atitudes que já experimentamos no período 2003-2016. Portanto, estamos frente a um governo em disputa, atuando num Brasil, num continente e num mundo também em disputa.

Se quisermos incidir nesta disputa de rumos, temos que nos esforçar por ampliar nossa presença organizada na classe trabalhadora e nos setores populares, em todas as suas expressões: o sindicalismo, os estudantes e a juventude, os movimentos urbanos e rurais, as mulheres, negras e negros, os quilombolas e indígenas. E uma destas expressões organizadas da classe trabalhadora, expressão que para nós possui uma importância qualitativamente distinta, é o próprio PT.

Portanto, devemos lutar para ampliar nossa presença organizada no PT, em todos os setoriais, diretórios municipais, estaduais e nacional. Para atingir este objetivo, precisamos iniciar já.

Como se pode ver, 2023 será de muito trabalho. Boas festas a todos e todas!

Os editores

 

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