Tocantins: transformar voto em luta e organização

Por Hilton Faria da Silva (*)

Palmas, 2 de outubro de 2021 – Ato Fora Bolsonaro

O Tocantins tem um governador bolsonarista. Mauro Carlesse tem aplicado um plano de governo que consegue ser pior que o do capetão. Carlesse quer privatizar tudo que é possível, inclusive os parques estaduais do Jalapão, Cantão, Lajeado e Monumento das Árvores Fossilizadas. Sua reforma da Previdência, já aprovada, aplica alíquota de 14% para todos os servidores públicos, independente da faixa salarial. O governo estadual terceirizou milhares de cargos públicos, além das contratações temporárias, sucateando os serviços públicos.

Foi aprovada também a privatização das rodovias estaduais ao redor de Palmas, Araguaína e Colinas pois na Assembleia Legislativa ele tem maioria absoluta. Quando muito, votam dois ou três deputados estaduais contrários às suas propostas. A deputada estadual Amália Santana do PT votou a favor das propostas acima citadas.
Carlesse entrou com ação judicial pedindo para disputar a reeleição em 2022, embora tenha sido eleito duas vezes em 2018, devido à eleição suplementar. Ou seja, quer um terceiro mandato. Na verdade, ele quer manter a tropa unida com objetivo de ser candidato a senador ou deputado federal; ou talvez vender o apoio a algum candidato a Governador.

No momento, a direita está dividida, como nas últimas eleições. Até 2014, formavam-se dois grupos da oligarquia, um representado pelo siqueirismo (do Siqueira Campos) e outro pelo MDB. Porém, a composição social era a mesma: fazendeiros e grandes comerciantes, com maior influência dos fazendeiros. Em 2018, foi diferente, pois houve vários candidatos da direita.

Atualmente se apresentam como pré-candidatos: o Senador Eduardo Gomes do MDB, líder do governo Bolsonaro; o ex prefeito Ronaldo Dimas de Araguaína pelo PODEMOS; o vice-governador Wanderley Barbosa pelo PDT; o deputado federal Osires Damaso pelo PSC, que são os principais nomes. O que eles têm de comum é o antipetismo, o apoio ao golpe de 2016, à prisão do Lula e ao bolsonarismo.

O ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão, lançou-se como pré-candidato a Governador pelo PT. Ele tem aparecido bem nas pesquisas, sempre acima de 10% e em segundo lugar. Essa é uma novidade, pois o PT nunca teve mais de 5% dos votos para Governador no Tocantins.

Paulo Mourão conseguiu apoio de várias lideranças importantes do PT, como o deputado federal Célio Moura e das tendências Articulação de Esquerda, CNB, DS e EPS. Ele tem percorrido diversas regiões do estado reunindo-se com petistas e simpatizantes, organizando a pré campanha e demonstrando apoio popular.

Nas últimas cinco eleições, desde 2002, os candidatos a Presidente do PT ganharam no Tocantins. Inclusive em 2018, nosso estado foi o único do Brasil em que viramos a eleição e ganhamos com Haddad no segundo turno.

Porém, essa votação de presidente não tem se refletido na votação para Governador, Senador, deputado estadual e federal. É um grande desafio para nós transformar esta vontade popular de eleger presidente do PT, para mudar o Congresso Nacional, a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado.

Na verdade, o caminho para essa mudança é construir a luta e a organização da classe trabalhadora no dia a dia, no PT, nos sindicatos, associações e movimentos populares, nos assentamentos, acampamentos, comunidades quilombolas e indígenas.

Vamos colher nas urnas o que plantarmos nas ruas!

(*) Hilton Faria da Silva é secretário de formação do PT/TO

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