Um movimento estudantil secundarista construído pelas nossas mãos

Um movimento estudantil secundarista construído pelas nossas mãos

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Um movimento estudantil secundarista construído pelas nossas mãos

Por Gabriel Silva (*) e Julia Serpa (**)

A história da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas atesta: a UBES tem uma enorme capacidade de congregar os estudantes na luta incessante contra as mazelas sociais e na busca por uma educação socialmente referenciada. Entretanto, a atual política da entidade, hoje dirigida pelas forças políticas que compõem o campo majoritário, reduz constantemente esse papel, e nós temos uma grande missão: reconquistar a UBES para torná-la grande novamente, do tamanho dos anseios dos estudantes secundaristas.

Os retrocessos impostos à educação básica na atual conjuntura são diversos e dificultam a construção de uma educação crítica, democrática e  popular. A militarização das escolas, os ataques ao Fundeb, a tecnicização do ensino só reforçam a necessidade de construirmos uma UBES potente e combativa, que se coloque na luta contra todos esses retrocessos. Devemos seguir lutando por uma organização democrática, com a reafirmação de seus princípios. Levantando, por nossos povos e juventudes, as reivindicações históricas por uma educação pública, gratuita e socialmente referenciada e encabeçando as lutas que virão, na qual não nos resta outra opção se não vencer.

Para tanto, é preciso estarmos atentos e consonantes às pautas da classe trabalhadora, que tem sido constantemente atacada. É preciso cada vez mais, mobilizar os estudantes e organizá-los em torno da luta popular, ampliando o nível de debate e de organização colocado em prática nas grandes mobilizações contra os cortes na educação realizadas em 2019. É preciso construir uma UBES que pise no chão das escolas e compreenda de fato as reais necessidades dos estudantes brasileiros, para que possa pugnar por uma educação democrática e popular. Faz-se necessário democratizar a entidade, contrariando a atual lógica política tomada, ampliando o papel dos Vice-UBES nos estados, reformulando aparatos como o Encontro Nacional de Grêmios (ENG) e o Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg), que têm sido cada vez mais esvaziados em todos os sentidos, não só pela burocracia mas também pela falta de debates realmente importantes e deliberativos. É urgente a necessidade de enraizar a entidade no cotidiano dos estudantes secundaristas, retomar sua legitimidade histórica e construir uma ferramenta autêntica de acordo com as demandas dos secundaristas de todo o Brasil.

Na busca pela construção e retomada de uma UBES combativa, é preciso consolidar núcleos secundaristas em todos os estados onde a JAE já possua atuação. É preciso ir ao encontro dos estudantes lá onde eles estão: nas escolas, ruas e praças. Congregar militantes, promover formação política e torná-los multiplicadores dos nossos sonhos. Dessa forma, disputar Grêmios Estudantis e Entidades Gerais constituem também um importante passo.

Hoje, sofremos certo desacúmulo e refluxo no movimento estudantil secundarista, e é por isso que devemos estabelecer um núcleo nacional de organização desse segmento, que esteja sempre acompanhando as demandas de todos os estados, produzindo material, que é abundante para o ME universitário, mas escasso na pauta secundarista, subsidiando assim debates e formação política nos estados.

Promover atividades das mais amplas naturezas é sempre uma boa forma de atrair estudantes para a luta, sejam elas culturais, políticas e outras. É preciso fazer uma grande mobilização nas redes sociais, de convocação de estudantes para a luta organizada, mas com um programa estabelecido de formação dessa militância. A disputa de projeto para a educação brasileira se acirra diariamente: de um lado, temos um modelo de educação crítica, construtiva, democrática e popular, e do outro lado, um projeto entreguista, tecnicista e que quer transformar a escola em um lugar sem pensamento crítico – através da censura. Para garantir a construção de uma escola democrática e popular, uma verdadeira ferramenta que transforme indivíduos em sujeitos, a articulação dos estudantes secundaristas é extremamente importante. E essa luta deve ser construída diariamente, com muita coragem, pelas nossas mãos.

*Gabriel Silva é estudante secundarista e presidente da União Municipal de Estudantes Secundaristas de Surubin (PE)

**Julia Serpa é estudante secundarista e coordenadora geral do Grêmio Estudantil da Escola Olavo Bilac, Santa Maria (RS)

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